taticas dos classicos de sp e rj
O momento, porém, é de lembrar que a função dos estaduais é complementar a curta pré-temporada e ajustar os times para os principais desafios no ano: para o Vasco a volta à Série A; ser novamente competitivo e vencedor, a meta do Corinthians.
Por isso os clássicos cariocas e paulistas trazem boas notícias, mesmo com a derrota de virada para o Flamengo por 2 a 1, que encerrou a invencibilidade no Carioca, e o empate em 1 a 1 com o Palmeiras. Porque Adilson Batista e Mano Menezes viram a imposição de suas formações titulares em boa parte das partidas.
Em comum, o desenho tático: 4-3-1-2. Mas com execuções diferentes, até porque não há como jogar com o posicionamento clássico do sistema diante de equipes que atuam no 4-2-3-1 ou qualquer outro esquema com dois jogadores abertos quase como ponteiros.
No Vasco, o estreante Douglas jogou solto, sem responsabilidades defensivas. Acertou a bela cobrança de falta não validada e serviu Felipe Bastos no gol cruzmaltino. Para compensar, Everton Costa voltava pela esquerda acompanhando Léo Moura e Fellipe Bastos abria para auxiliar André Rocha contra André Santos e Everton. Variação para o 4-4-1-1, como fez o Fluminense nos 3 a 0 sobre os rubro-negros no sábado passado.
Olho Tático
Já
Mano encontrou outra solução, pelas características de Jadson, o meia
de ligação. Mais móvel, alternou pelos lados com Romarinho e deixou
Guerrero fixo entre os zagueiros Lúcio e Wellington.Em números, quase um 4-3-3/4-1-4-1, mas por conta de uma movimentação natural: se o centroavante está centralizado e o atacante de movimentação ocupa um dos flancos, é natural que o "enganche" procure o lado oposto. Era assim, por exemplo, no Cruzeiro vice da Libertadores 2009, com Adilson Batista, que tinha Wagner aberto à esquerda quase como ponta porque Thiago Ribeiro ficava espetado pela direita e Kléber centralizado.
A dinâmica abriu espaços para as descidas dos laterais Fagner e Uendel, além das aparições dos volantes, especialmente Guilherme, que acertou o travessão. Na boa combinação pela direita, Romarinho foi às redes mais uma vez contra o arquirrival.
Olho Tático
A
superioridade numérica no meio-campo fez a equipe vascaína dominar a
posse de bola - chegou a 63% e terminou com 61%. Também chances mais
cristalinas. Incluindo o gol de Douglas, mais nítido que a cobrança de
Elano que Martin Silva tirou atrás da linha e não evitou o empate. Erro
grosseiro da arbitragem liderada por Eduardo Cordeiro Guimarães que se
perdeu, deixou de expulsar André Santos e Guiñazu e aceitou passivamente
os protestos exaltados dos vascaínos no intervalo.Time que sentiu o desgaste psicológico e não respondeu bem quando Adilson precisou tirar Everton Costa e Douglas, longe das melhores condições físicas. Barbio e Bernardo criaram pouco na frente. Pedro Ken na vaga de Aranda diminuiu a combatividade no meio-campo. O Flamengo cresceu com Muralha, Alecsandro e Gabriel, que definiu o clássico de público decepcionante.
Olho Tático
As
substituições também fizeram o Corinthians cair de produção no
Pacaembu. Renato Augusto, Ramírez e Jocinei nos lugares de Jadson,
Romarinho e Bruno Henrique. O time de Mano perdeu transição ofensiva e
claramente faltou confiança para não recolher tanto as linhas. Até
porque não tem a consistência defensiva de outrora. Gilson Kleina soltou
a equipe alviverde com Marquinhos Gabriel, Mendieta e Diogo nas vagas
de Mazinho, Leandro e Wellington - Marcelo Oliveira novamente foi para a
zaga.
Olho Tático
O
empate veio no centro de Diogo para golpe preciso de cabeça de Alan
Kardec. Mais uma boa atuação do centroavante que, pelas dicas de
Felipão, corre por fora na luta por uma vaga no ataque da seleção
brasileira. Presença de área, mas também entrega e inteligência tática
para liberar o jogador mais criativo. No Palmeiras, o Valdívia de
atuação não mais que regular.
Divulgação
Jadson
se destacou com movimentação inteligente e bons passes. Aumenta a
impressão de que o clube saiu vitorioso na troca com o São Paulo:
livrou-se de um jogador caro (mesmo pagando metade do salário), de
temperamento indecifrável e chances remotas de recuperação da imagem com
a torcida. Ganhou o meia que melhorou a criação já na estreia. Assim
como Douglas, que encaixou como armador cruzmaltino na primeira partida.Vasco e Corinthians, times em reconstrução e elencos que ainda carecem de peças de reposição para manter o nível dos titulares. Os resultados podem parecer decepcionantes e revoltar os torcedores, que terão que aturar a gozação dos rivais durante a semana.
E daí? O momento é de avaliar desempenho. A boa nova é que os times evoluíram.