taticas dos classicos de sp e rj


Douglas estreou no último domingo no clássico entre Vasco e Flamengo
Douglas comandou o meio-campo do Vasco já na estreia contra o Fla.
Não é tão simples desconsiderar os placares adversos em disputas tão saturadas de rivalidade local. Menos Não é tão simples desconsiderar os placares adversos em disputas tão saturadas de rivalidade local. Menos ainda os corintianos esquecerem os gols perdidos e os vascaínos não se revoltarem com a arbitragem lamentável que foi mais danosa ao time cruzmaltino no Maracanã.
O momento, porém, é de lembrar que a função dos estaduais é complementar a curta pré-temporada e ajustar os times para os principais desafios no ano: para o Vasco a volta à Série A; ser novamente competitivo e vencedor, a meta do Corinthians.
Por isso os clássicos cariocas e paulistas trazem boas notícias, mesmo com a derrota de virada para o Flamengo por 2 a 1, que encerrou a invencibilidade no Carioca, e o empate em 1 a 1 com o Palmeiras. Porque Adilson Batista e Mano Menezes viram a imposição de suas formações titulares em boa parte das partidas.
Em comum, o desenho tático: 4-3-1-2. Mas com execuções diferentes, até porque não há como jogar com o posicionamento clássico do sistema diante de equipes que atuam no 4-2-3-1 ou qualquer outro esquema com dois jogadores abertos quase como ponteiros.
No Vasco, o estreante Douglas jogou solto, sem responsabilidades defensivas. Acertou a bela cobrança de falta não validada e serviu Felipe Bastos no gol cruzmaltino. Para compensar, Everton Costa voltava pela esquerda acompanhando Léo Moura e Fellipe Bastos abria para auxiliar André Rocha contra André Santos e Everton. Variação para o 4-4-1-1, como fez o Fluminense nos 3 a 0 sobre os rubro-negros no sábado passado.
Olho Tático
Com Douglas livre para criar, Vasco marcava com Fellipe Bastos e Everton Costa abertos para negar espaços ao 4-2-3-1 do Flamengo.
Já Mano encontrou outra solução, pelas características de Jadson, o meia de ligação. Mais móvel, alternou pelos lados com Romarinho e deixou Guerrero fixo entre os zagueiros Lúcio e Wellington.
Em números, quase um 4-3-3/4-1-4-1, mas por conta de uma movimentação natural: se o centroavante está centralizado e o atacante de movimentação ocupa um dos flancos, é natural que o "enganche" procure o lado oposto. Era assim, por exemplo, no Cruzeiro vice da Libertadores 2009, com Adilson Batista, que tinha Wagner aberto à esquerda quase como ponta porque Thiago Ribeiro ficava espetado pela direita e Kléber centralizado.
A dinâmica abriu espaços para as descidas dos laterais Fagner e Uendel, além das aparições dos volantes, especialmente Guilherme, que acertou o travessão. Na boa combinação pela direita, Romarinho foi às redes mais uma vez contra o arquirrival.
Olho Tático
O 4-3-1-2 corintiano que variava com a movimentação de Jadson alternando pelos lados com Romarinho e confundindo o 4-2-3-1 palmeirense.

A superioridade numérica no meio-campo fez a equipe vascaína dominar a posse de bola - chegou a 63% e terminou com 61%. Também chances mais cristalinas. Incluindo o gol de Douglas, mais nítido que a cobrança de Elano que Martin Silva tirou atrás da linha e não evitou o empate. Erro grosseiro da arbitragem liderada por Eduardo Cordeiro Guimarães que se perdeu, deixou de expulsar André Santos e Guiñazu e aceitou passivamente os protestos exaltados dos vascaínos no intervalo.
Time que sentiu o desgaste psicológico e não respondeu bem quando Adilson precisou tirar Everton Costa e Douglas, longe das melhores condições físicas. Barbio e Bernardo criaram pouco na frente. Pedro Ken na vaga de Aranda diminuiu a combatividade no meio-campo. O Flamengo cresceu com Muralha, Alecsandro e Gabriel, que definiu o clássico de público decepcionante.
Olho Tático
Time rubro-negro cresceu com as substituições, ao contrário do Vasco que perdeu transição ofensiva com Bernardo, Ken e Barbio.

As substituições também fizeram o Corinthians cair de produção no Pacaembu. Renato Augusto, Ramírez e Jocinei nos lugares de Jadson, Romarinho e Bruno Henrique. O time de Mano perdeu transição ofensiva e claramente faltou confiança para não recolher tanto as linhas. Até porque não tem a consistência defensiva de outrora. Gilson Kleina soltou a equipe alviverde com Marquinhos Gabriel, Mendieta e Diogo nas vagas de Mazinho, Leandro e Wellington - Marcelo Oliveira novamente foi para a zaga.
Olho Tático
Time de Mano recuou demais com as substituições e aceitou que o Palmeiras, mais ofensivo com as trocas de Kleina, ocupasse o campo de ataque.

O empate veio no centro de Diogo para golpe preciso de cabeça de Alan Kardec. Mais uma boa atuação do centroavante que, pelas dicas de Felipão, corre por fora na luta por uma vaga no ataque da seleção brasileira. Presença de área, mas também entrega e inteligência tática para liberar o jogador mais criativo. No Palmeiras, o Valdívia de atuação não mais que regular.
Divulgação
Jadson com a camisa do Corinthians em sua apresentação oficial

Jadson se destacou com movimentação inteligente e bons passes. Aumenta a impressão de que o clube saiu vitorioso na troca com o São Paulo: livrou-se de um jogador caro (mesmo pagando metade do salário), de temperamento indecifrável e chances remotas de recuperação da imagem com a torcida. Ganhou o meia que melhorou a criação já na estreia. Assim como Douglas, que encaixou como armador cruzmaltino na primeira partida.
Vasco e Corinthians, times em reconstrução e elencos que ainda carecem de peças de reposição para manter o nível dos titulares. Os resultados podem parecer decepcionantes e revoltar os torcedores, que terão que aturar a gozação dos rivais durante a semana.
E daí? O momento é de avaliar desempenho. A boa nova é que os times evoluíram.


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