10 coisas que o brasileiro precisa mudar
Por Rê Campbell
Você, vai continuar se lamentando ou está preparado para mudar opiniões, atitudes e hábitos?
O
que você faz quando não gosta de um programa na televisão? A maioria
dos telespectadores não pensa duas vezes: pega o controle remoto e muda
de canal. Mas na vida real as coisas funcionam de modo diferente. Muitas
pessoas gostam de assistir às falhas dos outros, sem mexer um único
dedo para mudar alguma coisa, mesmo quando podem. Umas chegam até a
repetir os mesmos deslizes que fazem questão de criticar. Por que tanta
gente enxerga erros, mas não faz nada para encontrar soluções?
A diferença entre pensamentos e atitudes
ocorre por causa de um simples fator: falar da boca para fora é muito
mais fácil do que mudar a si próprio. Mas não adianta só reclamar. Se
você deseja mudanças na sua vida ou para seu País, precisa primeiro
assumir a sua parcela de responsabilidade. E começar a transformar
hábitos negativos usando a sua inteligência.
Para a psicóloga Rosângela Casseano, o
mais importante é decidir mudar. “Mudar um hábito é como um
renascimento, pois requer uma transformação no pensamento, no sentimento
e nas atitudes”, afirma. Já o especialista em programação
neurolinguística Alexandre Bortoletto, membro da Sociedade Brasileira de
Programação Neurolinguística, explica que o ser humano mantém hábitos
para facilitar o dia a dia, mas acaba fazendo coisas sem pensar. “Às
vezes estamos acostumados aos nossos hábitos e não temos interesse em
mudar, pois toda mudança gera desconforto”, avalia.
Para mudar pensamentos e hábitos é
preciso perseverança e muito esforço. Não é fácil, mas o resultado
promete ser compensador. Por isso, a Folha Universal listou 10
transformações que vão abrir caminho para um mundo com menos reclamação e
mais ação. E aí, topa o desafio?
Você faria sociedade com uma pessoa que
vai contra os seus interesses? É claro que não. Nas eleições, o
pensamento deve ser o mesmo: precisamos escolher os representantes mais
adequados para defender nossos interesses. Voto não é mercadoria para
ser trocado ou vendido. Ele é nossa maior arma para lutar pelas mudanças
que queremos. Por isso, é importante analisar propostas e não se deixar
influenciar por outras pessoas. E procurar saber quem é o candidato,
bem como o seu histórico.
Deixar de comer na mão dos grandes monopólios de comunicação
Grandes empresas de comunicação não
somente estão sujeitas ao erro, como podem influenciar a opinião das
pessoas. Por isso, precisamos ficar atentos ao que ouvimos no rádio, ao
que vemos na televisão e ao que lemos em sites e jornais. No Brasil, boa
parte dos meios de comunicação pertence a cerca de dez grupos
familiares, como Editora Abril, Organizações Globo, RBS, SBT e Grupo
Bandeirantes. Informe-se. Procure saber o outro lado da notícia e checar
os fatos, em vez de acreditar em uma só versão. Questione os reais
motivos por trás das informações divulgadas.
Combater a corrupção
Mais de R$ 10 bilhões foram desviados no
Brasil nos diversos tipos de corrupção nos últimos 11 anos, segundo a
Controladoria-Geral da União. O que muitas pessoas não percebem é que a
corrupção está muito perto do nosso dia a dia. Quem aceita suborno de
fiscais para camuflar uma fraude, por exemplo, é tão corrupto quanto os
políticos acusados. Desviar recursos de um condomínio também é
corrupção. Quem deseja o fim desse mal no País também precisa começar a
eliminar a corrupção dentro de casa.
Quantos livros você lê por ano? O índice
de leitura espontânea no Brasil é de pouco mais de um livro por ano,
segundo pesquisa Retratos da Leitura no Brasil. O índice ainda é muito
baixo, principalmente se levarmos em conta todos os benefícios da
leitura, que incluem o desenvolvimento da capacidade de argumentação,
melhora na escrita e até o aumento das chances no mercado de trabalho.
Quanto mais você lê, mais fica preparado para formar as próprias
opiniões.
Respeitar as leis de trânsito
Mais de 980 mil pessoas morreram em
acidentes de trânsito no Brasil entre 1980 e 2011, segundo o Mapa da
Violência 2013. No ano passado, os acidentes fatais custaram 54.767
indenizações pagas pelo seguro DPVAT. E o balanço da Polícia Rodoviária
Federal sobre mortes nas estradas no carnaval confirma: a imprudência
foi a grande vilã. Reduzir o número de mortes no trânsito depende do
esforço de cada cidadão. Não beber e dirigir, não fazer ultrapassagens
perigosas, usar equipamentos de segurança e respeitar faixas e limite de
velocidade podem, sim, salvar milhares de vida.
Abandonar os preconceitos
Nas últimas semanas, os jogadores de
futebol Arouca e Tinga ganharam destaque na imprensa por causa do
preconceito racial que sofreram. Na maioria das vezes, no entanto, o
preconceito é camuflado em brincadeiras de mau gosto e termina impune.
Para acabar com o problema, é importante pensar antes de contar piadas
baseadas na cor, na religião ou no local de origem de uma pessoa.
Denunciar quem faz ofensas e não repetir discursos de ódio também são
atitudes fundamentais. Afinal, somos todos iguais. E quem desrespeita
esse fato pode até ser preso.
Escolher o que consome
Selecionar o que você consome é uma
decisão que vai além de preço, moda ou situação financeira. Uma refeição
muito barata, por exemplo, pode sair caro para a sua saúde se os
produtos usados estiverem estragados, não é? O mesmo vale para um sapato
de grife famosa que machuque os pés. Por que pagar tão caro se você vai
sofrer? Antes de escolher, analise o rótulo dos produtos e descubra a
história da empresa que você vai contratar. Isso significa mais respeito
com o meio ambiente, com os outros seres humanos e com você mesmo.
Música romântica, família reunida e
cachorros saltitantes. Esse é o cenário perfeito para aquelas
propagandas que nos fazem chorar de emoção. Comerciais que apelam para
os sentimentos têm um objetivo simples: induzir o consumidor a acreditar
que só será feliz se tiver todos os produtos anunciados. Antes de sacar
o cartão de crédito, avalie se você precisa mesmo ir às compras.
Afinal, bens materiais não compram a felicidade.
Ser pontual com seus compromissos
Imagine a cena: você tem um voo marcado
para as 10h, mas chega ao aeroporto às 12h. Qual é o resultado? Perda de
tempo e dinheiro. Mas a falta de pontualidade não traz apenas perdas
financeiras: atrasados ganham fama de mal educados e comprometem a
própria reputação. Pontualidade significa respeito. Quem é pontual
mostra que é capaz de cumprir com a própria palavra. As crianças devem
aprender desde pequenas o valor da pontualidade, chegando às aulas no
horário marcado. A lição vale para a vida toda.
Nos últimos dois anos, mais de 20 marcas
famosas de roupas brasileiras estiveram envolvidas com o uso de mão de
obra escrava. É isso mesmo: enquanto vendem roupas a preço de ouro no
shopping, muitas grifes exploram o trabalho de pessoas. Será que todos
os consumidores que frequentam essas lojas apoiam o trabalho escravo? Se
você não concorda, comece a boicotar. Como? É só não comprar mais
nenhum produto dessas empresas. O mesmo vale para serviços: se você foi
mal atendido em um restaurante, não volte nunca mais lá. E o que adianta
protestar contra a Copa, se nos dias dos jogos você vai estar no
estádio ou sentado em casa curtindo com os amigos? Já imaginou se os
estádios não encherem? E se a audiência da TV nos jogos for baixa? O
boicote é uma atitude pacífica e racional.
4 passos para a mudança
Saiba como sair da zona de conforto e promover mudanças na sua rotina:
1– Tome consciência: identifique o
hábito ou a atitude que o incomoda. Descubra como e por que adquiriu o
mau hábito. Muitas vezes repetimos discursos preconceituosos que ouvimos
desde a infância sem nunca ter parado para pensar neles. Em outros
casos, optamos por manter hábitos ruins para aliviar a ansiedade, sem
perceber que uma escolha negativa também pode trazer consequências
negativas. Uma pessoa que come em excesso para aliviar a tensão, por
exemplo, está mais sujeita a ganhar peso e a desenvolver doenças como
diabetes.
2 – Busque alternativas: tente ser mais
flexível e experimente novas maneiras de chegar ao mesmo resultado.
Ensine seu cérebro a sair do piloto automático e a buscar novas rotas.
Comunique a outras pessoas seu desejo de mudança. Inspire-se em pessoas
que conseguiram mudar, troque informações e aprenda com outras
experiências.
3 – Substitua a recompensa: entenda que
tipo de prazer o mau hábito proporciona a você. Depois, encontre outra
atividade que ofereça o mesmo prazer – ela substituirá o mau hábito. Por
exemplo: fumantes que usam o cigarro para relaxar podem tentar
substituir o fumo por outra atividade relaxante e saudável, como
exercício físico, atividades culturais ou em família.
4 – Persista: toda mudança gera desconforto, seja uma mudança de comportamento, seja de pensamento.
O segredo é persistir, treinar e
recomeçar. Se você tiver uma recaída, lembre-se de que a mudança não é
um processo mágico – por isso, tente de novo.
Fonte: Folha Universal