Beckenbauer o Pelé Alemão
São vinte pontos de vantagem no Campeonato Alemão, vaga sem sofrimento
nas quartas de final da Uefa Champions League e apenas duas derrotas em
toda a temporada. Mesmo assim, Franz Beckenbauer não está contente com o
Bayern de Munique. Ídolo histórico e atual presidente de honra do clube
bávaro, ele não gostou de ver o time apenas controlando o jogo de
terça-feira contra o Arsenal e acabou criticando o estilo de jogo
adotado por Pep Guardiola.
"No fim, vamos acabar como o Barcelona: duro de assistir. Os jogadores vão ficar tocando para trás até chegar na linha do gol. Minha visão de futebol é diferente. Se tenho a oportunidade de chutar de fora da área, principalmente contra uma defesa fechada, eu chutaria", disse Beckenbauer após o empate por 1 a 1 contra os ingleses.
Pep Guardiola se defendeu das críticas após a partida e se disse satisfeito com o desempenho da equipe.
"Nós conseguimos minimizar nossos erros. Jogamos de forma inteligente e em nível muito alto. Estou muito satisfeito. Quisemos ter o controle do jogo e tivemos sucesso nisso. Tirando o gol, que deveria ter sido marcado uma falta antes, nada aconteceu", disse.
De fato, o Bayern controlou o jogo diante do Arsenal. O time alemão ficou 67% do tempo com a bola e trocou 723 passes, sendo 85,5% deles bem executados. Mesmo assim, os bávaros ainda arranjaram tempo para arriscar 14 finalizações.
A mudança de estilo de jogo do Bayern sob novo comando pode ser bem exemplificada se analisando os mapas de calor e justamente as estatísticas de passe. Com Jupp Heynckes, os bávaros distribuíam mais a posse de bola, atuando quase o mesmo tanto pela direita quanto pela esquerda.
Também havia uma distribuição maior entre o campo defensivo e o ofensivo. Nos números, foram 29.898 passes trocados em 47 jogos (considerando apenas Campeonato Alemão e Uefa Champions League), uma média de 636 por partida. A porcentagem de acerto era de 84%.
Com Guardiola, a bola fica muito mais no campo de ataque e se concentra mais pelo lado direito ou pelo meio do campo. A média de passes cresceu absurdamente. Já são 26.444 em 34 jogos (considerando-se Campeonato Alemão, Uefa Champions League e Mundial de Clubes). Nada menos que 777 por jogo, 141 a mais do que o time da última temporada, de Heynckes. O aproveitamento também cresceu e foi para 87,6%.
Curiosamente, porém, a equipe de Guardiola também chuta mais. Já são 657 chutes a gols, uma média de mais de 19 por partida. Com Heynckes, a equipe finalizou 801 vezes, 17 por duelo. A média de gols também cresceu: 2,85 agora contra 2,74 sob o comando anterior, por jogo.
Apesar da comperação de Beckenbauer, o Barcelona de Guardiola tinha um estilo de jogo diferente. Analisando os mapas de calor das duas últimas temporadas do espanhol no comando do clube catalão, a bola ficava muito mais na faixa central de campo do que pelos lados.
A semelhança fica por conta do número de passes: 81.325 tentados em 103 partidas, uma média de 789 por jogo, apenas 12 a mais do que o Bayern. E o aproveitamento era o mesmo: 87,6%. O Barça, porém, chutava menos que os bávaros: 16 finalizações por jogo, com uma média de gols de 2,69.
Guardiola teve de ouvir críticas de Beckenbauer
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"No fim, vamos acabar como o Barcelona: duro de assistir. Os jogadores vão ficar tocando para trás até chegar na linha do gol. Minha visão de futebol é diferente. Se tenho a oportunidade de chutar de fora da área, principalmente contra uma defesa fechada, eu chutaria", disse Beckenbauer após o empate por 1 a 1 contra os ingleses.
Pep Guardiola se defendeu das críticas após a partida e se disse satisfeito com o desempenho da equipe.
"Nós conseguimos minimizar nossos erros. Jogamos de forma inteligente e em nível muito alto. Estou muito satisfeito. Quisemos ter o controle do jogo e tivemos sucesso nisso. Tirando o gol, que deveria ter sido marcado uma falta antes, nada aconteceu", disse.
De fato, o Bayern controlou o jogo diante do Arsenal. O time alemão ficou 67% do tempo com a bola e trocou 723 passes, sendo 85,5% deles bem executados. Mesmo assim, os bávaros ainda arranjaram tempo para arriscar 14 finalizações.
A mudança de estilo de jogo do Bayern sob novo comando pode ser bem exemplificada se analisando os mapas de calor e justamente as estatísticas de passe. Com Jupp Heynckes, os bávaros distribuíam mais a posse de bola, atuando quase o mesmo tanto pela direita quanto pela esquerda.
Também havia uma distribuição maior entre o campo defensivo e o ofensivo. Nos números, foram 29.898 passes trocados em 47 jogos (considerando apenas Campeonato Alemão e Uefa Champions League), uma média de 636 por partida. A porcentagem de acerto era de 84%.
Com Guardiola, a bola fica muito mais no campo de ataque e se concentra mais pelo lado direito ou pelo meio do campo. A média de passes cresceu absurdamente. Já são 26.444 em 34 jogos (considerando-se Campeonato Alemão, Uefa Champions League e Mundial de Clubes). Nada menos que 777 por jogo, 141 a mais do que o time da última temporada, de Heynckes. O aproveitamento também cresceu e foi para 87,6%.
Curiosamente, porém, a equipe de Guardiola também chuta mais. Já são 657 chutes a gols, uma média de mais de 19 por partida. Com Heynckes, a equipe finalizou 801 vezes, 17 por duelo. A média de gols também cresceu: 2,85 agora contra 2,74 sob o comando anterior, por jogo.
Apesar da comperação de Beckenbauer, o Barcelona de Guardiola tinha um estilo de jogo diferente. Analisando os mapas de calor das duas últimas temporadas do espanhol no comando do clube catalão, a bola ficava muito mais na faixa central de campo do que pelos lados.
A semelhança fica por conta do número de passes: 81.325 tentados em 103 partidas, uma média de 789 por jogo, apenas 12 a mais do que o Bayern. E o aproveitamento era o mesmo: 87,6%. O Barça, porém, chutava menos que os bávaros: 16 finalizações por jogo, com uma média de gols de 2,69.
Guardiola teve de ouvir críticas de Beckenbauer
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