copa 2014 Governo do Brasil só paga se for na praia
O governo federal, por meio de seus bancos, colocou à disposição aos interessados centenas de milhões de reais em empréstimos para construção e reformas de hotéis nas 12 sedes da Copa do Mundo. Mas, legado de verdade nesse setor, só para as cidades que têm praia.
O ESPN.com.br tabulou os financiamentos para a indústria hoteleira feitos pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e BNB (Banco do Nordeste) em linhas de crédito criadas especialmente para a Copa do Mundo.
Foram, segundo o 'Portal de Transparência' do Governo Federal, 51 contratos assinados para o financiamento de hotéis por banco estatais. Nenhum deles em Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Manaus e Porto Alegre, cinco cidades sem praia entre as 12 sedes da Copa. São Paulo só pediu empréstimo para um hotel, e nem é na capital (o dinheiro, R$ 32,5 milhões, foi para um estabelecimento em Aparecida, também longe do mar).
Já para as cidades da Copa que são litorâneas, todas com estrutura turística mais robusta, a Copa vai deixar um legado maior na indústria hoteleira. Foram ao todo 50 financiamentos para as quatro sedes nordestinas e o Rio de Janeiro.
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Fortaleza está construindo ou reformando sete hotéis com financiamento dos bancos estatais, com juros muito mas camaradas que o praticado pelo mercado. Em Natal, são cinco, dois a menos que no RIo de Janeiro. Em Recife, o número salta para 15, e chega a 16 em Salvador.
Ao todo, esses 50 hotéis receberam empréstimos de R$ 1,3 bi dos banco estatais. O grosso do dinheiro foi para grande empreendimentos, e alguns nem vão ficar prontos para a Copa.
É o caso da reforma do mítico hotel Glória, no Rio de Janeiro, que era um dos projetos mais ambiciosos de Eike Batista antes de sua derrocada. O BNDES, segundo o Portal de Transparência do governo, assinou contrato para emprestar R$ 142 milhões ao empresário para tocar a obra, e R$ 50 milhões chegaram a entrar em sua conta.
Estabelecimentos de alto luxo, e de controle estrangeiro, receberam os maiores empréstimos. O mais polpudo foi para a construção de um hotel na Barra da Tijuca, que pegou emprestado quase R$ 300 milhões como o BNDES.
Sem empréstimos e novos hotéis, cidades da Copa longe da praia são, apesar da menor procura por ingressos, as mais complicadas para se conseguir hospedagem. Caso principalmente de Cuiabá, onde é praticamente impossível conseguir um quarto nos dias dos quatro jogos que serão realizados na cidade.
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