Insatisfeitos, Fla, Flu e Vasco se unem contra Ferj




Rubens Lopes, presidente da Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj)
Rubens Lopes, presidente da Federação de Futebol do Rio 
O fracasso do Campeonato Carioca já tem reflexos nos bastidores do futebol do estado e, principalmente, na relação entre clubes e a Federação. Nesta segunda-feira, véspera da eleição na Ferj, Flamengo, Fluminense e Vasco se reuniram para discutir os rumos do futebol no estado e mostrar sua insatisfação com a Ferj.
A irritação se deve, principalmente, ao lado financeiro. Os jogos deficitários em sua maioria e a redução das cotas de TV de Flamengo e Vasco foram um estopim. Até o fim do dia é esperada a divulgação de uma nota oficial dos três clubes.
A posição conta com a concordância dos três presidentes: Eduardo Bandeira de Mello, do Flamengo, Peter Siemsen, do Fluminense, e Roberto Dinamite, do Vasco. Só o clube rubro-negro, por exemplo, perdeu R$ 2,8 milhões em cotas de TV em relação a 2013. O Vasco também teve perda na mesma proporção. Em contrapartida, a bonificação por resultados aumentou.
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O campeão recebeu R$ 800 mil em 2013 e vai receber R$ 3,5 milhões em 2014. Neste ano, a Federação recebe R$ 14,7 milhões entre patrocinadores, parte do contrato de tv e publicidade durante as partidas. Deste total, a estimativa é que 54% permaneça nos cofres da entidade. A sensação de que a divisão com os clubes deveria ser maior é latente.
A atitude da Ferj, considerada arbitrária, irritou principalmente a diretoria do Flamengo, que puxou o movimento para discutir o futebol carioca. Fluminense e Vasco, antes alinhados com a Federação, também ficaram incomodados. O Botafogo, por sua vez, se mantém ao lado de Rubens Lopes, mandatário da federação, pelo menos por enquanto. Lopes foi confirmado como candidato único na última semana e será reeleito para o terceiro mandato nesta terça-feira.
O Flamengo cogitava não mandar representante ao pleito, como protesto. O Fluminense, por sua vez, tem seu representante na Federação, Marcelo Penha, como um dos membros do comitê eleitoral da entidade. Em entrevista à Rádio Globo, Rubens Lopes admitiu a insatisfação com o Carioca de 2014, mas deixou transparecer a decepção com Fluminense e Vasco por terem participado deste movimento com o Flamengo.
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Conca abraça Walter na goleada do Fluminense sobre o Friburguense em um Maracanã vazio
Conca abraça Walter na goleada do Fluminense sobre o Friburguense em um Maracanã vazio 

"Acho uma posição que nos causou surpresa. Durante todo o tempo presente conosco o presidente do Fluminense manifestou apoio. Às vezes em que esteve aqui, não para reunião, mas para pedir adiantamento de cotas, sempre atendemos isso. O presidente do Vasco sempre teve boa relação conosco durante todo o tempo. A Federação se manteve ao lado de Fluminense e Vasco no fim do Brasileiro do ano passado. E apoiaram nossa candidatura realizada dentro do maior rigor estatutário. Não sei o que esses clubes estão pretendendo", disse Rubinho.
O dirigente ainda reclamou das equipes que utilizaram reservas durante o campeonato e apontou as próprias agremiações como responsáveis pelos valores altos dos ingressos durante a competição.
"Existem inúmeras variáveis que influem nisso (insucesso do Carioca). A escassez de talentos, horários inadequados, o preço caro do ingresso e clube dizendo que vai jogar com equipes reservas. Não tenho como estar feliz com um campeonato com essa média de público, mas não é um fenômeno só do Rio de Janeiro. Eles (clubes) não têm a coragem de chegar na televisão e dizer que o horário tem de mudar. O Flamengo que é o maior arrecadador e está em sexto na média de público", finalizou o dirigente.
Neste domingo, o Flamengo foi campeão da Taça Guanabara ao vencer e eliminar os reservas do Botafogo por 2 a 0 diante de pouco mais de nove mil pagantes. Sem cogitar a possibilidade de título do Rubro-Negro, a Ferj nem mesmo providenciou a existência do trofeu para uma comemoração, o que causou estranheza até no técnico Jayme de Almeida.
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