Até onde queremos ver a "verdade"?

O telejornal condiz com a verdade ou só mostra aquilo que as pessoas desejam ver?

Por: Emerson Ghaspar - Contato: emerson.ghaspar@hotmail.com
Nada me agrada mais do que ler os comentários nos posts que escrevo para essa coluna e perceber que algumas pessoas até se enfurecem com minha opinião, muito diferente da proposta original que é a de fazer, você leitor, refletir sobre aquilo que proponho. Mas o trabalho é exatamente esse, ver as opiniões de diversas pessoas e tentar entender o porque da TV brasileira ser do jeito que é, afinal ante de mais nada sou telespectador como vocês.
Apesar de algumas emissoras só apresentarem a partir de agora sua nova programação percebi que são raras as produções envolvidas com o jornalismo, que deveria ser uma das ações primordiais.
Muito se fala em torno da audiência do Cidade Alerta, maior audiência do horário nobre da Rede Record (que começa a tarde e se estende até as 20h40). Apesar da critica taxá-lo como jornalismo sensacionalista focado em problemas populares, o programa nada mais do que a representação do que o público quer ver: sangue e tragédia.
Antes que pensem o contrário, que estou dando apoio ao jornalístico da Record, quero dizer que entender o programa não é das tarefas mais difíceis. A emissora paulista é famosa por seu jornalismo fácil, marcado por sangue e matérias repetidas a exaustão, mas que agrada ao público brasileiro, caso contrário não daria a audiência que dá. No passado o programa foi tirado do ar exatamente por isso, por não dar retorno, mas parece que agora mostra exatamente o contrário. Na Band , Datena e seu Brasil Urgente, não fogem a regra e compete com a Record no quesito Em busca de Tragédias.
O que o publico enxerga nesses dois jornalísticos é alguém que além de dar a noticia, se solidariza com os problemas, com a dor e as mazelas de uma população carente de soluções. No último ano, durante as manifestações em meados de junho, Record e Band foram as principais a mostrar o que estava acontecendo pelo Brasil e assim ficou na mente das pessoas: “Eles estão mostrando a gente, o que estamos fazendo!”.
Apesar das diferenças que possam surgir entre os telejornais, a opinião do âncora, que naquele momento parece ser igual a de milhares de pessoas, deve realmente ser levada em conta, ou nada mais é do que uma arma para conquistar a audiência? Julguem vocês.
Nunca a opinião daquele que dá uma noticia se tornou tão importante, até a página 3, afinal quando incomoda alguns políticos, as coisas mudam de figura como foi o caso de Rachel Sheherazade, que fez vários comentários relacionados a política, o que levou a ancora do SBT Brasil a ser afastada do telejornal e não dar mais sua opinião. Acredito que cada um tem o direito de expor sua opinião, concordar ou não com ela, ai é com cada um.
Enquanto alguns concordam plenamente com os telejornais Cidade Alerta, Brasil Urgente e outros derivados da linha “quanto mais tragédia melhor”, há aqueles que acham que a linha imposta pela Rede Globo ao noticiar o fato, sem se envolver e dar opinião, nada mais é do que um retrocesso ao que o telespectador deve saber. Afinal, o telejornal deve além de informar, apresentar opiniões e mostrar que há um lado diferente da moeda.  A Vênus Platinada, antes intocável, formadora de opinião e única representante da verdade, hoje já não é tão  forte como antes. O público há ressalvas, principalmente depois que os manifestantes foram tratados com descaso durante as passeatas em junho, pela diminuição do preço da passagem, enquanto as demais emissoras mostravam o que realmente estava ocorrendo.
O apresentador de telejornal agora é um amigo, mas de que tipo? Será que podemos confiar ou ele está nos dando noticias que aumentem seu ibope e audiência? O que interessa saber é que tipo de noticias queremos ver as 6 da tarde enquanto nos preparamos para o jantar: Sangue, Mentiras ou apenas a verdade? O que é cada um, você escolhe!
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Fonte portal o planeta tv
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