Chelsea vs psg analise tactica
No 'modo aleatório' e com estrela de Mourinho, Chelsea entra nas semifinais da UCL com chance de título
por Andre Rocha da Espn.com.brA saída de Hazard por contusão aos 17 minutos do primeiro tempo parecia um golpe mais duro para o Chelsea no Stamford Bridge do que a ausência do lesionado Ibrahimovic para o PSG.
Porque o time francês àquela altura precisava mais de solidez defensiva do que contundência na frente. Por isso Blanc reagrupou sua equipe num 4-1-4-1 que deixava Cavani à frente e tentava acelerar pelos flancos com Lucas e Lavezzi.
Já os Blues perdiam criatividade e o meia atacante do quarteto ofensivo no 4-2-3-1 habitual de Mourinho com mais capacidade de desarticular o sistema defensivo adversário com uma ação individual.
Schurrle entrou à esquerda, com Oscar aparecendo mais do lado oposto e Willian no centro, se juntando a Lampard na articulação e deixando David Luiz mais preso à frente da defesa. Na prática, espelhava o desenho tático do rival, com a natural movimentação na frente.
No entanto, a falta de espaços dificultava o estilo do time inglês, baseado em intensidade e rápida transição ofensiva. Restavam os chutes de fora da área, as bolas paradas e as jogadas aéreas.
No vacilo da retaguarda francesa, a cobrança de lateral achou David Luiz que, de costas e talvez sem querer, serviu Schurrle. Gol do alemão 14 minutos depois de entrar em campo, em tese numa "gelada". O Chelsea finalizaria oito vezes contra duas do PSG - 6 a 1 na direção da meta. Com apenas 51% de posse - os times de Mourinho não costumam precisar do controle da bola para se impor.
Chelsea e PSG no 4-1-4-1, mas com o time inglês adotando postura mais ofensiva - mesmo sem Hazard, lesionado e substituído por Schurrle.
A necessidade de mais um gol para reverter os 3 a 1 em Paris lançou o time londrino à frente na segunda etapa. Depois de Schurrle e Oscar carimbarem o travessão de Sirigu, Mourinho abusou da ousadia. A troca de Lampard por Demba Ba fez Willian recuar e Eto'o voltar para trabalhar com os meias. Depois Torres entrou na vaga de Oscar à direita. Um 4-2-4 suicida.
Cavani finalizou duas vezes com perigo para Cech, mas cansou. Assim como Lavezzi, que deu lugar a Pastore. Sem opções de velocidade para os contragolpes, Blanc reforçou o sistema defensivo: Marquinhos no lugar de Lucas para combater o jogo aéreo cada vez mais frequente do rival. Depois Cabaye substituiu Verratti, até para evitar o segundo amarelo do "regista" italiano que não conseguia armar jogadas e fazia faltas seguidas. O Chelsea subiu sua posse para 54%, mesmo mantendo o estilo vertical e despejando bolas na área do oponente.
Nos últimos minutos, com a disputa em "modo aleatório", o gol de Demba Ba aos 42 se antecipando a Maxwell. Primeiro e único toque do atacante dentro da área do PSG. As trocas de Mourinho, mesmo na base da "intuição", deram resultado. Mais sorte que juízo.
Na comemoração, o treinador correu para orientar seus comandados e reorganizar o time que jogava no "abafa" para garantir a classificação. O senegalês autor do gol foi jogar à frente da defesa para aproveitar sua estatura contra os cruzamentos.
Torres e Schurrle voltavam pelos lados. Em um fechado e improvisado 4-2-3-1, o Chelsea resistiu a "blitz" final . Não sem sofrimento. Cech trabalhou no chute perigoso de Maxwell.
Sexta semifinal do time azul de Londres na Champions League, oitava de Mourinho - a quarta consecutiva, mas sem chegar à decisão. Com time competitivo - que não terá Ivanovic, suspenso, no próximo jogo - e a "estrela" que vinha faltando ao técnico multicampeão, é possível fazer diferente desta vez. A chance de título é real.
© copyright ESPN do Brasil
Todos os direitos reservados