Grande goleiro !
No dia do goleiro, Taffarel relembra 1994 e dá a "benção" a Julio César
Ex-camisa 1 comenta o orgulho de representar uma nação: "Faria tudo de novo"
Taffarel vibra após erro de Roberto Baggio na final de 1994 (Foto: Agência AFP)
Já
dizem os comentaristas de plantão do futebol. Um goleiro acima de tudo
precisa ter estrela. Em 1994, um brasileiro demonstrou que, além de
qualidade, tinha um céu cheio delas sobre sua cabeça. Mas a decisão em
questão não foi durante a noite. Já passava das duas da tarde em
Pasadena, nos Estados Unidos. Mais de 90 mil pessoas aguardavam pelas
cobranças de pênaltis na decisão da Copa do Mundo de 1994. Taffarel
tinha uma missão: fechar o gol do Brasil. Ele não decepcionou.- Sempre quando vesti a camisa da Seleção eu sabia da responsabilidade. Jamais achei que fiz algo a mais do que qualquer outro jogador do grupo. Fiz meu trabalho. Sempre fiquei muito orgulhoso de vestir o uniforme e defender uma nação que gosta muito do futebol - disse Taffarel, em entrevista ao GloboEsporte.com no dia em que se comemora o dia do goleiro, 26 de abril.
Uma defesa no chute de Massaro, duas cobranças para fora. A primeira foi de Franco Baresi. A outra foi de onde não se esperava. Roberto Baggio respirou fundo, colocou a mão na cintura, tomou distância e olhou para o paredão. Taffarel foi para a posição, entrou no gol, olhou fixo para o italiano, voltou para cima da linha. O camisa 10 da Azzurra partiu em direção à meta e mandou sobre o travessão. Brasil, campeão.
- A Copa do Mundo por si só já marca. Agora, você chegar naquela situação e sair vitorioso é incrível. A final teve tantos ingredientes que fizeram aquele dia inesquecível - afirmou o ex-camisa 1 do Brasil.
- É um futebol que tem poucas notícias mas sabe-se que está treinando. Acho que ele já recuperou o tempo parado. O que ele mais precisava era jogar. Está no caminho certo. O importante é ter aquela atenção que só o jogo te fornece - disse Taffarel.
Apesar do semblante sério, Taffarel garante que, entre os colegas, aderia até à música em 1994. Mas os companheiros achavam estranho um "alemão no samba" e sempre o colocavam com o chocalho. Nada de instrumentos vitais à batida perfeita. Apesar do espírito brincalhão, ao entrar em campo, a tranquilidade e concentração tomavam conta.
Personagem decisivo em 94, 20 anos depois e uma carreira vitoriosa na Seleção, Taffarel diz que o goleiro pode até ser solitário por algumas vezes, sofrer com um morrinho artilheiro, mas ele não trocaria a alegria da sua função por nenhuma outra.
- Goleiro é uma posição que parece sem graça, mas ao mesmo tempo dá uma alegria mesmo que você não faça uma defesa. Alegria para dentro de si. Ajudar daquela maneira solitária, mas que dá o maior prazer. É uma luta diária. Eu faria tudo de novo - finalizou o ex-camisa 1 do Brasil.
Taffarel em ação na decisão da Copa do Mundo de 1994 diante da Itália (Foto: Agência Getty Images)
fonte globo esporte