Milhares de cristãos fogem de suas casas por causa da guerra na África Central
Cerca
de 23 mil pessoas estão fugindo dos recentes combates no centro norte
da República Cento Africano, os quais na sua grande maioria são mulheres
e crianças que procuram refúgio em igrejas ou lugares próximos. Já são
mais de meio milhão de deslocados.
Uma
nova onda de deslocamentos forçados está acontecendo na República
Centro-Africana, onde no mês passado pelo menos 23 mil pessoas fugiram
das zonas de combates recentes, foi que advertiu a Nações Unidas. “A
maioria dos deslocados são cristãos, que contam na sua grande maioria de
mulheres e crianças”, disse o porta voz do Alto Comissariado da ONU
para Refugiados, Adrian Edwards.
Entre os deslocados, muitos deles estão pela segunda vez deixando suas
casas, após terem voltado gradualmente as suas moradias em fevereiro.
Os deslocados estão concentrados principalmente em igrejas e terras ao
redor das aldeias, onde eles tentam se esconder dos ataques de grupos
radicais armados.
A crise atual se generalizou quando vários grupos radicais rebeldes,
descontentes com o governo do presidente François Bozizé, se uniram em
torno da bandeira do grupo radial Seleka para criar uma oposição unida,
em dezembro de 2012, e dentro de semanas assumiram o controle de grande
parte do Norte, Nordeste e as regiões centrais.
Em seu último relatório anual sobre perseguição religiosa no mundo, a
República Centro-Africana ocupa o posto de 16º no ranking de
perseguição. O golpe de estado e posteriormente a matança de cristãos
apareceram em todos os meios de comunicação pelo mundo, através do
episódio do aglomerado de cidadãos cristãos que procuraram refugio no
aeroporto da capital quando fugiam dos facões, e que terminou na morte
de 300 pessoas em poucos dias.
O alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos, Navi
Pillay, expressou profunda preocupação com a proliferação de grupos
armados e a explosão de criminosos comuns que estão tornando ainda mais
caótica e perigosa a situação na RCA e apelaram para a comunidade
internacional para fortalecer os esforços para combater e manter a paz
em todo o país,com uma certa urgência, pois muitas vidas estão em jogo.
Ao longo do território da República Centro-Africano são cerca de 560 mil
deslocados internos, dos quais 135 mil estão em Bangui, e mais de 100
mil fugiram para os Camarões, Chad, República Dominicana e
Congo-Brazaville.
Apesar dos esforços da UNICEF em buscar a liberdade de muitas crianças
que estão em poder dos grupos armados ou tira-las a tempo de não serem
recrutadas pelos radicais, outras milhares crianças permanecem nas
linhas dos grupos armados.
"Desde a escalada de violência em dezembro, estima-se que o número quase
que dobrou passando de 3500 crianças em poder dos rebeldes para 6000
hoje" disse a agência. As informações são que as crianças são usadas
como combatentes (crianças-soldados de guerra), e também como
cozinheiras, porteiros e guardas.
Fonte: Infor Gospel e Fique Atento