Presidentes de Israel e Palestina vão ao Vaticano discutir paz
Shimon Peres e Mahmoud Abbas aceitaram convite do papa, que está em visita à Terra Santa; Francisco ainda falou sobre o tiroteio que matou três pessoas na Bélgica e condenou o antissemitismo
O
papa Francisco deu um mergulho na política do Oriente Médio durante sua
peregrinação pela Terra Santa, recebendo a aceitação dos presidentes
palestino e israelense de um convite para visitar o Vaticano no próximo
mês e discutir os esforços de paz.
O encontro é
uma vitória moral importante para o papa. As conversas de paz entre
palestinos e israelenses falharam em abril, e não há grandes encontros
de autoridades há pelo menos um ano.
Francisco
desembarcou neste domingo em Belém, berço do cristianismo, num gesto
simbólico em prol das aspirações palestinas para criação de um Estado
próprio. Ele considerou "inaceitável" o atual impasse nas conversas de
paz e parou brevemente para orações na barreira israelense que cerca a
cidade bíblica da Cisjordânia.
Ao fim de
uma missa ao ar livre na praça da Manjedoura, o papa convidou o
presidente palestino, Mahmoud Abbas, e o presidente de Israel, Shimon
Peres, para orarem com ele pela paz. "Eu ofereço minha casa no Vaticano
como um lugar de encontro para oração", disse.
Os
escritórios de Abbas e Peres imediatamente confirmaram que eles haviam
aceitado o convite. "Agradecemos o convite do papa Francisco para o
Vaticano, o presidente Peres apoia e vai continuar apoiando todas as
formas de trazer a paz", disse Israel em declaração. O porta-voz de
Abbas afirmou que a reunião seria realizada em algum momento em junho.
Ataque na Bélgica
O papa
Francisco condenou neste domingo o tiroteio que matou três pessoas em um
museu judaico em Bruxelas, na Bélgica, no sábado. Ele ainda condenou o
antissemitismo ao chegar em Israel na última parte de sua viagem pela
Terra Santa.
Francisco
foi recebido com honras no aeroporto, e os principais oficiais do país
fizeram fila para cumprimentá-lo. Em seus comentários iniciais, o papa
expressou esperança na paz no Oriente Médio, lamentando que a cidade de
Jerusalém "permaneça com muitos problemas como resultado de conflitos".
Lendo um
texto previamente escrito, Francisco condenou "o ato criminoso de
antissemitismo" em Bruxelas, onde três pessoas, incluindo dois
israelenses, foram mortos em tiroteio em um museu. "Com um coração em
dor, eu penso naqueles que perderam suas vidas no ataque cruel de ontem
em Bruxelas", disse. "Eu peço a misericórdia de Deus às vítimas e peço a
recuperação dos feridos.
Ele pediu
uma solução justa e duradoura para que os israelenses e palestinos vivam
em paz e afirmou que Israel merece paz e segurança "dentro das
fronteiras internacionalmente reconhecidas" enquanto os palestinos têm o
"direito de viver com dignidade e com liberdade de movimento" em sua
própria terra.
Ele condenou
o Holocausto dizendo que se trata do "símbolo da profundidade do mau no
qual a humanidade pode mergulhar". Francisco deve ainda visitar o
memorial nacional do Holocausto na segunda-feira (26).
A polícia da
Bélgica pediu neste domingo apoio do público para encontrar o atirador.
Imagens de câmeras de segurança publicadas pela polícia federal belga
mostram um homem usando boné escuro e carregando uma mochila.
Um casal
israelense de 50 anos e uma mulher francesa foram mortos no ataque pouco
depois das 16h no horário local. Um homem belga luta pela vida no
hospital. O ataque fez com que o governo da Bélgica se comprometesse a
aumentar a segurança em comunidades judaicas.
O tempo