''Vamos pensar na copa'': Rodoviários do Rio ameaçam nova greve de ônibus

Um grupo de dissidentes do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Rio de Janeiro (Sintraturb) admitiu a possibilidade de paralisação por tempo indeterminado, a partir da próxima segunda-feira (2), se o prefeito Eduardo Paes não abrir um canal de negociação com a categoria.

A declaração foi feita hoje (28) por representantes da categoria insatisfeitos com o sindicato. Nesta sexta-feira (30), os trabalhadores farão nova assembleia às 16h, na Central do Brasil.
Segundo representantes do grupo, durante a paralisação de hoje, 60% dos motoristas e cobradores aderiram ao movimento. Já o Rio Ônibus, sindicato que representa as empresas de transporte,  informou que 90% da frota circulou pela cidade durante todo o dia, com apenas 10% de adesão à paralisação.

O motorista Jonatas Alves, que faz parte do movimento grevista, disse que muitos ônibus estão sendo dirigidos por pessoas que não são funcionárias das empresas.
“As empresas estão contratando qualquer um para dirigir os ônibus, muitas pessoas com carteira D estão indo para as portas das garagens e acabam sendo pagos para guiar os ônibus durante a greve. A maioria nem está usando uniformes, justamente por não serem funcionários. Por isso a população tem a impressão de que a adesão dessa vez foi menor”, disse.
Os rodoviários querem que o prefeito Eduardo Paes os receba para discutir as principais reivindicações: reajuste salarial de 40%, cesta básica de R$ 400 e fim da dupla função. O acordo fechado entre o sindicato e a Rio Ônibus concedeu um reajuste salarial de 10% e aumento da cesta básica para R$ 150, com desconto de R$ 10 na folha de pagamento.
A cobradora Maura Gonçalves contou que empresários estão pagando para motoristas furarem a greve. “Eu mesma vi nas garagens. Chegam a oferecer R$ 300 para tirarem o carro da garagem. Muitos motoristas ficam com medo, se sentem ameaçados, porque dependem do emprego”.
A Rio Ônibus informou, em nota, que durante a paralisação de hoje, 15 ônibus foram depredados, aumentando para 720 o número de coletivos atacados em quatro dias de greve. O sindicato patronal rebateu a acusação de que motoristas sem treinamento conduziram ônibus ao longo do dia e disse que a presença da Polícia Militar nos portões das garagens, “aumentou a sensação de segurança dos rodoviários e isso fez com que os motoristas fossem trabalhar”.

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