Você faz ou é vítima de brincadeiras inconvenientes?
Entenda por que piadas de mau gosto prejudicam a ordem e comprometem a boa convivência entre as pessoas
Quem
não conhece alguém que vive dando trote nos amigos, aquele que faz
brincadeiras que são inconvenientes e que acabam causando mal-estar em
todos? Algumas dessas pessoas partem do princípio de que se trata de
algo inocente e que não traz consequências para ninguém. Mas é um
engano. Esse tipo de atitude pode acarretar problemas sérios.
Um exemplo disso é o trote telefônico
para “requisitar” ajuda policial ou socorro médico. Muito mais do que
uma espécie de sátira, que utiliza a ligação telefônica para ludibriar
as pessoas, acaba se tornando um transtorno para policiais e
socorristas, já que eles se deslocam para atender ocorrências que não
existem, quando poderiam estar ajudando a quem realmente necessita.
No Brasil, mais de 20% das ligações à
polícia ou ao Samu são trotes, o que motivou a criação de uma série de
leis prevendo multas para quem pratica o ato. Em São Paulo, uma lei
propõe uma multa de R$ 1.239,35 para quem passar trotes para os
telefones de emergência. No Paraná, há uma lei similar para quem for
identificado como autor das ligações em telefones públicos ou ao dono da
linha em caso de telefones particulares. Os estados do Rio Grande do
Sul e Santa Catarina também têm leis reguladoras para trotes
telefônicos.
Mas a inconveniência de brincadeiras sem
a noção de responsabilidade não se restringe somente aos trotes
telefônicos e ao bullying. Em Boston, nos Estados Unidos, Kevin Edson,
um rapaz de 25 anos, passou dos limites. Na última maratona da cidade,
aproveitando as homenagens a vítimas de um atentado terrorista que
aconteceu na edição anterior da competição, ele colocou uma mochila
exatamente no ponto final da competição. Em 2013, uma explosão causada
por bombas que estavam em panelas de pressão, escondidas em mochilas
abandonadas próximas à linha de chegada da corrida, matou três pessoas e
deixou quase 300 feridas. Este ano, a brincadeira irresponsável do
rapaz comprometeu o evento e espantou muita gente, mas ele foi preso.
Brincadeiras sem graça como essa
refletem uma atitude intencionalmente agressiva. Ridicularizar ou causar
constrangimento pode até parecer algo corriqueiro, mas é sinônimo de má
conduta e de falta de educação e respeito. Não se esqueça de que para
ser respeitado é preciso respeitar. Se deseja ser admirado e valorizado,
comece fazendo a sua parte. Não faça ao outro o que não quer que seja
feito a você.