Israel se decepciona com EUA por possível colaboração com governo palestino
Jerusalém, 3
jun (EFE).- O governo de Israel se mostrou "muito decepcionado" nesta
terça-feira com a decisão dos Estados Unidos de colaborar com o novo
governo de reconciliação nacional palestino, que jurou cargo ontem na
cidade de Ramala, na Cisjordânia.
"Estamos
profundamente desiludidos pelos comentários do departamento de Estado a
respeito de que trabalhará com o governo de unidade palestino", explicou
um responsável israelense, que preferiu não se identificar, ao jornal
progressista "Ha'aretz".
"Este
governo palestino é apoiado pelo Hamas, que é uma organização terrorista
que advoga pela destruição de Israel. Se os EUA querem progredir no
caminho da paz devem pedir a (ao presidente palestino, Mahmoud) Abbas
que ponha fim a esse pacto com o Hamas e volte a negociar com Israel",
acrescentou.
O novo
governo de reconciliação nacional palestino, formado por 14 homens e
três mulheres sem afiliação política e sob o controle direto do
presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, jurou
seu cargo em Ramala após sete anos de divisão entre as duas principais
correntes palestinas.
Sua
formação, inclusive, é o primeiro passo de um plano de reconciliação
assinado no último dia 24 de maio entre o movimento islamita Hamas, que
governava em Gaza, e o partido nacionalista Fatah, principal partido no
seio da ANP e com poder em Ramala.
Horas antes
do juramento, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu à
comunidade internacional não reconhecer tal formação, já que, em sua
opinião, a presença do Hamas legitima um governo terrorista.
No entanto,
horas depois, a porta-voz do departamento de Estado dos EUA, Jen Psaki,
assegurou que seu país colaborará com ele e vigiará se o mesmo atende as
exigências do Quarteto, incluindo o reconhecimento do Estado de Israel,
a deposição das armas e a aceitação dos acordos internacionais prévios.
Além disso,
está previsto que o presidente Abbas se reúna amanhã na Jordânia com o
chefe da diplomacia americana, John Kerry, promotor do último e
fracassado processo de diálogo de paz.
EFE e Yahoo