Massacre, suicídio e desaparecimento; tragédias pelo mundo assombram Mundial do Brasil
Batizado "Copa das Copas", o Mundial do Brasil faz jus em campo e fora dele às pretensões de marketing mais ambiciosas da Fifa. Média de gols elevada (a maior desde a Copa da Suíça, em 1954), jogos inesquecíveis e estádios lotados compõem um cenário do torneio que retorna ao Brasil depois de 1950.
Nem tudo, porém, que cerca a grandiosa Copa de 2014 são flores. Raras vezes um evento esportivo foi assombrado por tantas tragédias. Desde o começo do Mundial, a morte de pelo menos 60 pessoas teve causa associada (indiretamente) ao Mundial.
O caso mais grave aconteceu no Quênia. No país africano, mais de 50 pessoas foram brutalmente assassinadas em praça pública, na capital Nairóbi. A autoria do atentado foi assumida pelo grupo terrorista islâmico Al Shabaab, da Somália.
A justificativa dos extremistas para o massacre foi o suposto assassinato de estudiosos muçulmanos pelas tropas do governo local. Acusação negada pelas autoridades quenianas.
"O Quênia é agora oficialmente uma zona de guerra e, como tal, quaisquer turistas visitando o país o farão cientes do perigo", disse o grupo, que se aproveitou da mobilização popular provocada pela Copa para executar a maior ofensiva no país, desde um shopping em Nairóbi em setembro de 2013, que deixou 67 mortos.
Na África, o futebol, fonte de alegria e descontração, virou gancho para ataques brutais. No resto do mundo, mortes com motivações e causas bem diferentes - mas também ligadas à Copa do Mundo - se espalham.
Na China, pelo menos três pessoas morreram por passarem várias horas sem dormir para assistir as partidas da Copa.
Mortes na ChinaApós a repentina morte de um jovem chinês de 24 anos, que chegou ao óbito enquanto assistia a Espanha x Holanda em Suzhou, no leste do país, a imprensa chinesa noticiou mais dois casos semelhantes, incluindo o de um ex-jogador profissional que morreu de ataque cardíaco na cidade de Dalian.
A vítima, identificada como Li Mingqiang, foi jogador profissional durante sua juventude e assistia à partida entre Espanha e Holanda com amigos, destacou a agência estatal Xinhua.
O terceiro caso ocorreu um dia depois - no domingo -, quando um torcedor de 39 anos, identificado com Zhou, morreu em Xangai durante a partida entre Uruguai e Costa Rica. Na ocasião, segundo testemunhas, ele estava acordado havia três noites para acompanhar os jogos.
Zhou, que sofria de pressão alta, começou a se sentir indisposto durante o jogo e morreu em um hospital próximo, vítima de uma hemorragia cerebral, destacou nesta terça o jornal local Shanghai Daily.
As cidades chinesas têm uma diferença de 11 horas de fuso horário com Brasília e, por isso, as partidas da Copa costumam ir ao ar entre meia-noite e 6h da manhã no país asiático.
Acidentes
O acaso foi também um ator preponderante nas diversas mortes relacionadas à Copa. Na Bélgica, um torcedor morreu, em Bruxelas, depois de cair de uma estátua, ao comemorar a vitória da seleção da seleção local contra a Argélia, na estreia de ambos na Copa.
O homem - que não teve o nome divulgado - assistia à partida em uma das estátuas que adornam o edifício da Bolsa de Valores, no centro de Bruxelas, que serve tradicionalmente como um ponto de encontro para celebrar vitórias esportivas na capital. O homem foi resgatado com vida depois da vida, mas morreu chegar ao hospital.
Perdido no marNa segunda rodada da Copa do Mundo, um turista caiu no mar no fim da tarde de quarta-feira, em cruzeiro que acompanha os jogos da seleção do México na primeira fase da Copa do Mundo. A embarcação navegava entre Fortaleza, onde o time mexicano encarou o Brasil, e Recife, palco do jogo contra a Croácia. A informação foi confirmada pela MSC Cruzeiros.
"Imediatamente após o ocorrido, o Comandante do navio informou as autoridades brasileiras e iniciou os procedimentos de busca e salvamento - conforme previsto nas normas da companhia. Infelizmente, o hóspede ainda não foi encontrado, mas a empresa continua dando todo o suporte possível", escreveu a empresa, em nota.
O navio MSC Divina foi fretado pelo Grupo Mundomex, do México, e chegou ao Brasil antes da Copa do Mundo, trazendo mais de três mil pessoas
Chinês se mata após perder dinheiro
O último caso de morte trágica relacionada à Copa também vem da China, mas, ao contrário dos outros casos, nada tem a ver horas de insônia. Na última terça-feira um estudante universitário saltou para a morte depois de perder 3 mil dólares apostando em um jogo da Copa do Mundo, informou a imprensa estatal nesta terça-feira.
O estudante do segundo ano, identificado apenas pelo sobrenome Lin, pulou do sétimo andar de um prédio em seu campus na segunda, disse o Information Times.
"Eu o ouvi dizer ‘não me pressione' e ‘me dê mais dois dias e eu vou te devolver o dinheiro'", informou o veículo, citando a declaração da testemunha. "Ele falou no telefone por mais de dez minutos. Eu o vi desligar e se levantar e, então, ele desapareceu repentinamente".
Lin foi levado ao hospital em Pnyu no sul da província de Guangdong, mas os médicos não puderam revivê-lo informou o jornal.
Outro estudante descrito como colega de classe de Lin afirmou que o apostador perdeu por volta de 20,000 yuan (US$ 3,200) - em apostas em alguns jogos da Copa do Mundo.
"Nós escutamos que ele pegou emprestado uma quantidade considerável de dinheiro e a taxa de juros era alta", declarou o estudante de acordo com a publicação.
A China tem milhões de fãs de futebol, sendo que alguns são telespectadores assíduos e outros apostadores. As vendas relacionadas com a Copa do Mundo de uma loteria do governo chegaram a 4 bilhões de yuan (R$ 730 milhões), quase o dobro de 2,3 bilhões alcançados no Mundial de 2010.
Excetuando esses casos de morte pelo mundo, causados por acaso ou oportunismo criminoso, a Copa do Mundo do Brasil tem sido um sucesso esportivo, com audiência massiva ao redor do mundo, estádios lotados, turismo elevado e jogos inesquecíveis.
fonte espn do brasil
Vejam o video da queda do torcedor mexicano :