Presidente palestino espera anunciar governo unificado em dois dias
Ao se reunir
com ativistas franceses pela paz na cidade de Ramallah, Cisjordânia,
onde o governo palestino está instalado, Abbas disse: "Nós vamos
anunciar o governo depois de amanhã que será formado por tecnocratas e
independentes."
Nenhum membro do governo de união será formado pela Fatah, apoiado pelo
Ocidente e que governa Cisjordânia, ou pelo Hamas, que se recusa a
reconhecer Israel e administra a Faixa de Gaza, segundo Abbas.
Os dois partidos enxergam benefícios no governo de coalizão, mas as
negociações esbarram em um impasse desde 2007, quando o Hamas tomou o
controle de Gaza.
Sob forte sanção de Israel e Egito, o Hamas tenta fomentar a economia de
Gaza e pagar seus 40 mil funcionários. Abbas, por outro lado, quer
elevar sua popularidade doméstica desde o colapso das negociações com
Israel no mês passado.
Boicote
Israel classifica o Hamas como um grupo terrorista e suspendeu as
negociações com Abbas assim que ele anunciou o acordo de unidade em 23
de abril.
Segundo Abbas, Israel "informou hoje que vai nos boicotar se anunciarmos
o governo". O presidente palestino, no entanto, não deu detalhes sobre
as sanções a serem adotadas.
Em seu discurso no sábado, Abbas disse que o novo governo irá manter a
política de reconhecer Israel, apesar de o grupo islâmico Hamas insistir
que não irá mudar a sua própria política de rejeitar a existência de
Israel.
Abbas tem se esforçado para tranquilizar o Ocidente de que ele
permanecerá como principal negociador e que a coordenação com Israel vai
continuar.
Abbas pediu ao primeiro-ministro Rami Hamdallah na quinta-feira para
chefiar o novo governo de unidade, apesar de o Fatah e o Hamas ainda
discordaram sobre outras nomeações do gabinete.
Para aumentar o controle sobre o partido antes de formar o novo governo,
Abbas expulsou cinco correligionários que são aliados de seu rival
Mohammed Dahlan, informou a agência de notícias palestina Wafa.
G1