vejam a origem da festa junina
Festas juninas: origem pagã
Inicialmente realizados pelos adeptos do paganismo, os festejos de junho conservam indícios de feitiçaria
As populares festas juninas envolvem
diferentes formas de celebração, de acordo com o país. No Brasil, é
voltada para os personagens bíblicos Pedro e João Batista,
tidos como santos, assim como o “canonizado” frade português Antônio de
Lisboa, que viveu na virada dos séculos 12 e 13. Aqui, as festas não
seguem exatamente os dias voltados para eles nos calendários, mas
abrangem os meses de junho e julho. Porém, a devoção aos “santos” perdeu
campo, e a temática rural é o maior foco, com vestimentas e comidas
típicas do interior.
A origem das festas estaria nas
celebrações pagãs do solstício de verão – quando a incidência solar
medida a partir da linha do Equador é a maior do ano (ou seja, a luz do
dia) –, simbolicamente o início “oficial” do verão no que concerne à
mudança climática e, portanto, o início da época de plantio (dias mais
quentes e mais longos, em uma época dependente da luz natural para quase
toda prática ao ar livre). Como o solstício coincide com as datas
voltadas aos “santos”, o sincretismo religioso se apoderou da festa com o
pretexto de celebrá-los, na Idade Média.
A palavra “junina” remete à deusa pagã
Juno, que a Igreja Católica adaptou para “joanina”, relativa a João.
Hoje, voltou à baila “junina”, por muitos a usarem relativa ao mês de
junho.
Por muitos cristãos, as festas são
vistas como idólatras, enquanto outros consideram que não se desligaram
da origem pagã, sobretudo pelas crendices que remetem à feitiçaria, como
as chamadas “simpatias”.
Não só as festas dos “dias de santos”
estão no contexto junino. No Brasil, 12 de junho, o Dia dos Namorados,
foi instituído na véspera do dia de Santo Antônio, tido pelos seus
adeptos com o “santo casamenteiro” – assim como os namorados do
Hemisfério Norte a atrelaram ao dia de São Valentim (o Valentine's Day),
14 de fevereiro. Só que nem para a Igreja Católica Valentim é um santo
oficial, pois não há dados suficientes para comprovar se sua história
foi real – a de um bispo que realizava casamentos secretamente em uma
época em que eram proibidos pelo imperador romano Cláudio II, no século
3. Muitas são as “simpatias” para se conseguir um cônjuge nessas datas.
Dessa forma, é compreensível que muitos não separem as festas juninas do
paganismo.
Ligadas ou não ao catolicismo
sincrético, as fogueiras que os pagãos acendiam para a festa do
solstício permaneceram em várias culturas, ainda que hoje não tenham
mais tanto sentido católico ou pagão para muitos, como a festa do Halloween. As imensas fogueiras da festa de Midsummer
(médio-verão) são bastante presentes (principalmente em margens de
rios, lagos ou praias oceânicas) no Norte da Europa, em países como
Suécia, Noruega, Lituânia, Letônia, Finlândia, Estônia e Dinamarca,
assim como outras nações europeias, como Reino Unido, Irlanda, Galícia,
Espanha, França, Itália, Malta, Portugal (foto acima), Polônia (figura abaixo),
Rússia e Ucrânia. A colonização anglo-saxã levou o costume para países
como Estados Unidos, Canadá (onde os festejos se misturam à data máxima
da província francófona do Québec, em 24 de junho) e Austrália.
No
solstício de inverno, as pessoas faziam um percurso em grupo, em filas,
portando tochas, com as quais acendiam a fogueira – de onde teria vindo
o costume das procissões com velas acesas. Para eles, o fogo afugentava
os maus espíritos. Daí também teriam vindo as lanternas coloridas de
papel.
A Igreja Católica medieval tentou se
apoderar das fogueiras usando-as como um símbolo pseudocristão. Criaram a
tradição com base em uma lenda em que Isabel, prima de Maria, mandou
acender uma fogueira no alto de uma montanha para avisar a mãe de Jesus
que engravidara (de João Batista).
Quando os colonizadores portugueses
trouxeram os festejos juninos para cá, incluíram a tradição dos fogos de
artifício (para “acordar” João Batista) e os balões (que levavam
pedidos ao céu). No Brasil, a prática de soltar balões é oficialmente
proibida, pelos sérios riscos de incêndio – ainda assim, muitos
contrariam a lei e causam desde sérios prejuízos materiais a graves
ferimentos, ou até mortes.
As danças, por sua vez, têm origem tanto nas coreografias pagãs para adorar falsos deuses quanto na dança de salão francesa quadrille
(de onde vem seu equivalente em português, “quadrilha”), uma evolução
da antiga contradança – que, por sua vez, deriva de danças inglesas de
camponeses (mais uma vez a ligação com a lavoura). Como hábitos
franceses eram um grande interesse dos portugueses e foram amplamente
difundidos na corte brasileira a partir da vinda de D. João VI, a
quadrilha se popularizou por aqui, fundindo-se a danças e ritmos
brasileiros – na Bahia, ganhou até o espantoso apelido de “Baile
Sifilítico”, pela participação de prostitutas.
A famosa “dança do mastro”, realizada em
vários países e com uma variante bem popular na Suécia, tem, para
alguns estudiosos, uma conotação fálica (comum a rituais de fertilidade
do paganismo), com os dançarinos dando voltas ao redor do objeto.
A comida era distribuída em grande
quantidade de propósito, para inspirar a fartura desejada nas lavouras, e
muitos estudiosos defendem que parte dela era consagrada às falsas
divindades – como ainda hoje é feito por adeptos do ocultismo.
Bruxaria velada
Muita gente conhece uma prática bem
estranha da época junina: a de se colocar uma imagem de Santo Antônio de
cabeça para baixo (às vezes enterrada ou submersa em água), como que a
torturar o personagem até que ele arranje um casamento para o
“torturador”.
Outro costume dos antigos pagãos
perdurou em algumas regiões brasileiras: o de esfregar cinzas já frias
das fogueiras juninas no corpo para a cura de doenças. Muita tradição e
nenhuma comprovação científica.
Os adeptos do chamado “neopaganismo”
realizam celebrações bem parecidas com as festas pagãs originais,
inclusive com a fogueira (como a do Midsummer da Islândia, na foto abaixo) e as danças.
Perigo espiritual?
As informações acima só mostram que as
origens dos festejos hoje tão realizados em paróquias católicas (as
chamadas “quermesses”, para angariar fundos), e até mesmo em
instituições seculares, como escolas e clubes, mesmo que muitos pensem
ser inocentes, não têm origem verdadeiramente cristã, nem mesmo para os
católicos. Na ânsia de atrair os pagãos para a “catequização”, a Igreja
Romana se apoderou das festas para falsos deuses, já que não conseguia
proibi-las. Mesmo que hoje as festas não tenham uma ligação tão
explícita com a religião, cabe a cada um pensar sobre o costume.
“E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas;
antes, porém, reprovai-as.
antes, porém, reprovai-as.
Porque o que eles fazem em oculto, o só referir é vergonha.
Mas todas as coisas, quando reprovadas pela luz, se tornam manifestas; porque tudo que se manifesta é luz.
Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos,
e Cristo te iluminará.
e Cristo te iluminará.
Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios,
e sim como sábios,
e sim como sábios,
remindo o tempo, porque os dias são maus.
Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender
qual a vontade do Senhor.” Efésios 5:11-17
qual a vontade do Senhor.” Efésios 5:11-17