Cantareira fica perto de ter capacidade apenas do volume morto

Sabesp registrou nível de 18,7% nesta quinta-feira (10).
Em 16 de maio foi adicionado 18,5% do volume morto à capacidade total. 


 O governador de São Paulo, Geraldo   Alckmin (PSDB), acionou esta manhã as   bombas de captação do volume morto da   Represa Jaguari Jacareí, na divisa dos   municípios de Joanópolis e Piracaia,   que fazem parte do Sistema Cantareira (Foto: Nilton Fukuda/Estadão Conteúdo)Bombas de captação do volume morto da Represa Jaguari Jacareí. (Foto: Nilton Fukuda/Estadão Conteúdo)
O Sistema Cantareira continua perdendo água e vai contar apenas com uma quantidade igual à do volume morto a partir dos próximos dias. Se a água do volume morto não tivesse sido incorporada ao volume útil do sistema, os reservatórios teriam agora apenas 0,2% do volume total. Com o índice de 18,7% marcado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) nesta quinta-feira (10), restou pouco mais do que a quantidade adicionada pela Sabesp às medições no dia 16 de maio.
Na época do início do bombeamento da água do fundo dos reservatórios, o nível saltou de  8,2% para 26,7% da capacidade total do sistema, e água do volume morto foi incorporada ao volume útil.
O Sistema Cantareira abastece cerca de 9 milhões de consumidores na Grande São Paulo. As represas vêm secando nos últimos meses e, desde o final do ano passado, a falta de chuvas leva a capacidade a níveis alarmantes.
Em junho, o nível de chuvas no Sistema Cantareira foi de 15,9 mm, segundo a Sabesp. Número bem abaixo da média história do mês, que é de 56 mm. O mesmo ocorreu nos outros meses do ano.
A queda no nível do sistema ocorreu em 90% dos dias do ano, segundo levantamento feito pelo G1 a partir dos boletins divulgados pela Sabesp nos primeiros seis meses do ano. Fevereiro foi o mês do ano com o maior total de pontos percentuais perdidos de água: 5,5.
A Agência Nacional de Águas (ANA) já divulgou previsão de que a água no Sistema Cantareira dura até novembro. A expectativa é que a estação de chuvas, a partir de outubro principalmente, possa revertar o atual quadro.

Outras medidas
O governo de São Paulo tenta alternativas para minimizar a perda de água no Sistema Cantareira. Desde 1° de abril, o governo do estado oferece um "bônus" para quem economizar água em 31 cidades da Região Metropolitana de São Paulo. Os consumidores que reduzem em 20% o uso da água em relação à média mensal têm desconto de 30% no valor da conta.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse na quarta-feira (9) não ver "necessidade" na aplicação de multa a moradores que consumirem água em excesso. Alckmin tinha anunciado a sobretaxa em 21 de abril para moradores abastecidos pelo Sistema Cantareira caso registrassem aumento no consumo de água. A cobrança estava prevista para começar em maio, mas não foi aplicada desde então.
O governo tenta fazer com que outros sistemas que abastecem a Grande São Paulo possam enviar água também a consumidores hoje abastecidos pelo Sistema Cantareira.
Segundo a Sabesp, não há racionamento de água na região. A afirmação contrasta com o que afirmam moradores de determinadas regiões, em especial, de bairros altos da Zona Norte da cidade.
Menos água em julho
No dia 3 de junho, o comitê que acompanha a crise no Cantareira decidiu que a Sabesp devia retirar menos água dos reservatórios do Sistema. A pretensão da empresa era de usar 20,9 metros cúbicos por segundo no mês de julho. Porém, o comitê recomendou à ANA e ao Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee) que estabeleçam como meta o uso de 19,7 metros cúbicos por segundo na primeira quinzena do mês. Depois disso, a situação será reavaliada.
Para dar esse número, o comitê considerou um cenário com entrada de água no Sistema de 50% da mínima histórica mensal. Em junho, por exemplo, entrou apenas 46% da mínima histórica registrada no mês desde 1930.
A quantidade já é muito menor do que o normalmente retirado pela Sabesp antes da crise hídrica. No dia 13 de março, a vazão captada passou de 33 metros cúbicos por segundo para 27,9 metros cúbicos por segundo, por determinação da ANA.
A Sabesp afirma informou, por meio de nota, que as metas estabelecidas pela ANA e pelo DAEE são suficientes para garantir o abastecimento.
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