Israel começa a bombardear Faixa de Gaza; Para Hamas, ataque ''abriu as portas do inferno''
O
primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ordenou ataques áereos à
Faixa de Gaza e mandou queimar as casas na Cisjordânia dos suspeitos de
sequestrarem três jovens israelenses encontrados mortos nesta
segunda-feira.
Netanyahu
culpa o Hamas, que controla Gaza, pelo sequestro dos jovens. O grupo
negou ter qualquer responsabilidade mas parabenizou a ação. Ao menos
três outros grupos radicais reivindicaram o sequestro dos israelenses.
Segundo as autoridades palestinas, ninguém ficou ferido até agora.
As vítimas,
Eyal Yifrach, 19, Naftali Frenkel, 16, e Gilad Shaer, 16, eram alunos de
escolas religiosas judaicas. Segundo investigações, eles foram
sequestrados quando tentavam pegar carona voltando para suas casas. Os
corpos ainda passarão por autópsia.
O sequestro e
o assassinato dos jovens causaram comoção em Israel. No final de
semana, milhares de pessoas protestaram pedindo que o governo desse uma
solução para o caso.
Megaoperação de busca
O sequestro
dos jovens ocorreu em 12 de junho. Nos últimos 18 dias Israel montou uma
megaoperação de busca. Segundo uma porta-voz militar, o Exército já
prendeu 420 palestinos na Cisjordânia, incluindo 305 integrantes do
Hamas e presidente do Parlamento de Gaza, e revistou 2.200 prédios. Seis
palestinos foram mortos por soldados israelenses desde o início da
operação.
"Foram
sequestrados e assassinados a sangue frio por animais em forma de seres
humanos. O Hamas é responsável, e o Hamas pagará", disse Netanyahu antes
de lançar o ataque contra a Faixa de Gaza
O Hamas
respondeu às ameaças de Netanyahu com a promessa de que, caso atacasse
os palestinos, Israel abriria “as portas do inferno”. O grupo ainda
questionou a "versão israelense" do sequestro.
A
organização israelense de defesa dos direitos humanos B'Tselem, que
havia condenado o assassinato dos três estudantes e enviado suas
condolências às famílias, pediu ao governo israelense "que evite atos de
vingança e não imponha uma punição coletiva".
Em Israel, a
polícia foi colocada em alerta em todo o território do país, por temor
de represálias contra a minoria árabe ou os palestinos, segundo a
imprensa.
A Faixa de
Gaza é controlada pelo grupo Hamas enquanto a Cisjordânia pela
Autoridade Nacional Palestina, ligada ao Fatah. Os grupos rivais
iniciaram um histórico processo de reaproximação em maio para montar um
governo conjunto para os dois territórios. O acordo foi duramente
criticado por Netanyahu, que suspendeu uma já fragilizada conversa de
paz mediada pelo secretário de Estado americano, John Kerry. Israel
considera o Hamas um grupo terrorista.
Ataques anteriores
Em novembro
de 2012, após um veículo israelense ter sido incendiado na Faixa de
Gaza, o que deixou quatro soldados feridos, o chefe do setor militar do
Hamas, Ahmed Jabari, foi morto dias depois após um ataque aéreo de
Israel na região.
Na ocasião,
outros seis palestinos também foram mortos e 32 ficaram feridos, também
na Faixa de Gaza. E, em agosto do ano passado, Israel utilizou novamente
a Força Aérea, mas desta vez para bombardear o sul do Líbano, após
quatro foguetes terem sido lançados contra o Norte israelense.
Via: O Globo