Seria o ebola a praga do apocalipse? Teólogos debatem o assunto
Desde que
foi detectada a epidemia do vírus Ebola no oeste da África no último
mês, uma série de anúncios polêmicos foram feitos. Enquanto os governos
dos países mais afetados diziam que estava “tudo sob controle”, a OMS
(Organização Mundial da Saúde) publicou um comunicado declarando o Ebola
“uma emergência de saúde pública de alcance mundial”.
Pediu ainda
“uma resposta internacional coordenada para frear e fazer retroceder a
propagação internacional do ebola”. O anúncio de que essa é a epidemia
“mais importante e mais severa” em quatro décadas, causou pânico em
vários países africanos. O temor é que o vírus se espalhe para outros
continentes, tornando-se uma pandemia. Não há vacina conhecida nem
tratamento específico no mercado para a febre hemorrágica gerada pelo
ebola, que mata em poucos dias.
Mais de 100
importantes líderes cristãos da Libéria começaram a afirmar que “Deus
lançou o vírus mortal Ebola como uma praga sobre o país para punir atos
imorais que ocorrem aqui, como a homossexualidade”. O Conselho de
Igrejas da Libéria convocou uma campanha de oração pelo país, pedindo
que os liberianos se arrependam de seus pecados e peçam livramento a
Deus.
Nos Estados
Unidos, o radialista Rick Wiles, que comanda um polêmico programa
cristão, declarou que se for confirmada a pandemia do Ebola, isso
“poderia ser um instrumento de Deus para destruir todos que ele
considera imorais”. Enfatizou ainda que epidemia “é outro nome para a
praga” e que “poderia resolver os problemas da América como o ateísmo, a
homossexualidade, a promiscuidade sexual, a pornografia e o aborto”.
Willes fez
um apelo “Se o Ebola se tornar uma praga global, é melhor você ter
certeza de que o sangue de Jesus está sobre sua vida. É melhor ter
certeza que você foi marcado pelos anjos para que esteja protegido por
Deus”.
Obviamente
esse tipo de afirmação gera muitas críticas, mas ele não está sozinho. O
pastor Augusto Perez, um influente evangelista entre a comunidade
latina, acredita que isso pode ser um “sinal apocalíptico”, mas não a
praga descrita em Apocalipse, que será muito pior.
Jennifer
LeClaire, editora da revista Charisma, e que escreve sobre profecia,
escreveu em sua coluna esta semana “Eu não acho que esta é a primeira
taça do julgamento. Mas acredito que é hora de a igreja se levantar e
parar de ‘brincar de igreja’ aos domingo. Acredito que é hora de santos
cair de joelhos em intercessão pelos perdidos. Acredito que é preciso
interpretar os sinais dos tempos e darmos a resposta adequada”.
Os sintomas
do ebola são febre, dores musculares, na garganta e na cabeça. Em
seguida surge náuseas, vômitos, diarreia, insuficiência hepática e
renal. Por fim ocorrem hemorragias internas e externas. Seu diagnóstico é
difícil, pois no início se assemelha a uma virose comum. O contágio
ocorre por contato com secreções e outros fluidos corporais.
Estudiosos
de profecias apontam para o quadro atual do mundo. Recentemente, fortes
terremotos mataram centenas e deixaram milhares feridos na China.
Aumenta o conflito entre nações, com os conflitos entre Rússia e
Ucrânia, além da guerra Israel e Palestina. Na Síria e Iraque, cristãos
estão morrendo diariamente por não rejeitarem a sua fé.
Oferecer uma
resposta definitiva é sempre perigoso, até mesmo por que na década de
1980, quando o vírus da AIDS era considerado epidêmico também foi
chamado de “praga do apocalipse”, especialmente por que no início o
maior número de vítimas eram gays. Com informações de Before Its News,
Independent e Huffington Post