Papa quer debate amplo sobre gays, divórcio e contracepção
Encontro no Vaticano reúne quase duas centenas de bispos e pontífice disse que não há tabu que não possa ser discutido
O Papa
Francisco pediu para que bispos debatam assuntos controversos como
contracepção, gays e casamento e divórcio de forma ampla e sem medo. O
chamado foi feito no início de um encontro de duas semanas que visa a
discutir o posicionamento da Igreja Católica em assuntos importantes
para a família.
Francisco
contou a bispos que eles não devem ter medo de mostrar discordâncias,
dizendo que quer um debate franco, aberto e sem receio de que alguns
assuntos representem grandes tabus para serem discutidos.
“Você tem de
dizer o que você sente que o Senhor conta para você dizer, sem
preocupações do respeito humano e sem medo”, disse o pontífice ao
instruir os bispos no início da reunião. Ao mesmo tempo, ele pediu aos
quase 200 cardeais, bispos e padres que escutassem uns aos outros com
humildade.
A preparação
para o encontro foi marcada por críticas entre religiosos conservadores
e progressistas sobre assuntos como se os católicos divorciados que
voltam a casar podem receber a comunhão.
Enquanto
insistia que ele é “um filho da Igreja”, Francisco disse que a Igreja
deve mostrar mais misericórdia e ser um “hospital de campo” para almas
feridas. Tentando encorajar o debate amplo, o Vaticano está restringindo
informações sobre o que acontece por trás das portas fechadas, sem
liberar textos individuais de bispos como fez no passado.
O Papa
preparou o cenário para o amplo debate quando decidiu no ano passado
enviar um questionário de 39 pontos a conferências de bispos ao redor do
mundo, buscando sugestões sobre os posicionamentos da Igreja em
assuntos da vida familiar.
Grupos de
reforma da Igreja disseram que posicionamentos tão honestos como de
Francisco, e a sua insistência de que nenhum assunto é tabu para ser
debatido, são razões para esperança. Grupos conservadores, no entanto,
esperam que o encontro reafirme a doutrina da Igreja e a faça mais
conhecida e compreensível aos católicos.
AP