Dilma dispara um violentíssimo ataque contra a liberdade de imprensa: corte de verbas da Veja. Entenda porque isso é grave
Sei que muitos vão me criticar, me acusando de estar defendendo uma mídia convencional...
Mas, vocês compreendem a gravidade disso que o governo fez, não?
Mesmo sem censura sutil oficial, o governo já está selecionando em quem anuncia apenas por fazer ou não críticas ao governo.
Nós, blogueiros, sites pequenos, também serão alvos desta censura!
Para começar, leiam a matéria apavorante do Conversa Afiada com o título Dilma cancela publicidade na Veja É pouco!:
O Conversa Afiada pode informar que a Presidenta Dilma suspendeu a publicidade governamental no detrito sólido de maré baixa, que elegeu o Juiz Moro Barbosa como o vaso-de-guerra do Golpe.
Dizia-se que ela tinha feito o mesmo com a Época, do Globo: não é verdade.
Ficou na Veja.
É pouco.
Se o motivo da decisão sobre a Veja é o Golpe que surrupiou oito pontos dela, em São Paulo, tinha que levar a decisão aos “órgãos de imprensa” que fizeram o mesmo: o Globo, a Globo, o Estado comatoso e a Fel-lha (noABC)
Todos esses jogaram a cartada do Golpe com a fraude da Veja.
Transformar a Veja em bode expiatório só reforça a ânsia golpista dos outros.
Não há nenhuma razão ética, política ou sequer de marketing que justifique dinheiro público e de empresas estatais bancar o Gilberto Freire com “i” (no ABCtambém) e a Urubulóga, cuja atividade dita profissional é detonar Governos trabalhistas.
Notaram bem, certo?
Enquanto isso, vi reações descompromissadas dos republicanos, como:
“Ah, a Veja não precisa desse dinheiro”
“Isso já era previsível. A Veja seguirá sem a verba estatal”
“Que bom que não há mais dependência do dinheiro estatal”
Agora veja como os bolivarianos estão reagindo, de maneira diametralmente oposta:
Gilmar : “Corta a verba de Globo, SBT e afiliadas: Paraná, S. Catarina e Rio G. do Sul. Se peitarem o governo com reportagens e notícias mentirosas, corte-lhes o sinal. Mostre quem manda Presidente e coloque os homofóbicos e mal intencionados na cadeia. Claro cassando-lhes a concessão. E o DARF da Globo, onde está?”
Roberto: “Se faz necessário que o novo governo Dilma faça a regulamentação econômica da mídia. Se não fizer isso não teremos mais governos progressistas no país”.
Arimatéa: “Isso é um começo mas é preciso também processar a Veja e Globo por crime eleitoral tem de cortar verbas de toda mídia golpista JÁ.”
Luiz Fernando: “Por que os Nordestinos e os brasileiros de todas as regiões não começam um grande boicote aos produtos produzidos em São Paulo? Não comprem nada que seja produzido em São Paulo. Só prá ver o que acontece…”
Carlos Cardoso da Silva Filho: “Bingo, havia feito um comentário neste sentido, era a necessidade de asfixia econômica ao PIG, cortar os gastos com propaganda estatal nestes meios de” desinformação “,muito bem feito esta primeira medida, a coisa não vai parar por aí. Somente desta maneira estes golpistas entenderão quem realmente governa este país.”.
Nonato Pinheiro: “Hugo Chavez neles”.
Paulo Gonçalvez: “Está na hora de começar um abaixo assinado para entregar a presidenta DILMA, que suspenda em todos os veículos de comunicações (PIG) as propagandas institucionais. Chega de entregar recursos públicos para enriquecer mais ainda as 06 famílias que fazem a ditadura midiática.”
Augusto: “Próximo passo: cancelar o BV da Globo. Depois: a Lei de Meios. Por fim: a Reforma Política”.
Oziel: “A noticia é muito boa cortou as verbas da veja. Mesmo porque, espero que corte de toda mídia bandida aquelas que estão pregando o golpe.”.
Marizete Ribeiro: “Para início de conversa já é bom começo, prosseguir comendo pelas beiradas.”
Sonia B. : “Que delícia!! E ainda nem começamos! vem aí o segundo mandato…”
Ivonei: “A propósito: Roberto Requião para Ministro das Comunicações!”
Cicero de Lima e Souza: “Devagarinho chegaremos lá. Vamos devagar com o santo que ele é de barro.”
Duda: “Tão importante quanto zerar a publicidade em veículos golpistas é dar todo apoio aos blogs
progressistas.”
Vicente Torres Mourão: “São com medidas aparentemente simpres que se vai criando uma imprensa livre e democrata .”
Não é uma diferença assustadora?
Enquanto do lado dos republicanos parece não haver percepção da gravidade da coisa, os bolivarianos comemoram com uma empolgação inacreditável.
Basicamente, mesmo sem censura sutil oficial, o governo já está selecionando em quem anuncia favorecendo quem os elogia e prejudicando quem os critica.
Está na hora de falarmos da guerra simbólica, que Stálin dominava. É algo além da tradicional guerra de frame.
Essencialmente, a guerra simbólica é baseada em ações e reações, não avaliadas principalmente pelos significados automáticos, mas pelo que podem representar em prol de projetos de poder.
Imagine uma cidadela medieval. Lá existe uma mulher, Jezebel, uma masoquista que, como é de se esperar, adora sofrer. Nessa cidade existe uma gangue que quer convencer os donos do poder que estuprar é legítimo, pois eles cultuam um deus animista que lhes daria autoridade moral para currar todas as mulheres que vissem pela frente. E isso iria contra os interesses dos demais habitantes, que, obviamente, não querem ver suas mulheres sendo estupradas impunemente.
Mas daí essa gangue estupra Jezebel. Dentre a população, mesmo chocada, um diz: “Não há problema, pois Jezebel gosta de sofrer”. Outro fala: “Jezebel está feliz, veja a expressão dela. Então não há problema!”.
O problema é que ao estuprar Jezebel a gangue sabia o que estava fazendo. Os outros é que não entendiam o que estava acontecendo e os símbolos que essa gangue queria implantar no senso comum. O objetivo deles era esse: legitimar o estupro de mulheres. O estupro de Jezebel seria apenas uma ação simbólica.
É isso que Dilma fez brilhantemente ao marcar espaço mandando cortar verbas da Veja. As reações de leitores do Paulo Henrique Amorim confirmam isso. Eles entenderam que uma nova era decisiva para eles começou: a era em que priorizarão censurar a mídia. Com isso, terão o estado todo em suas mãos de uma vez por todas.
Enquanto isso, o outro lado não entendeu o que está acontecendo. Quase ninguém fala do assunto. E, ao falar, demonstrar não ter sequer percebido a importância simbólica disso para o governo.
Um leitor disse: “É melhor que a Veja não receba um centavo desse governo criminoso. Nós assinantes deveríamos ser capazes de sustentar a revista”.
Mas assim como a questão não era Jezebel, também não é a Veja. E neste caso, o dinheiro que deixa de ir para a Veja tende a ir para organizações da BLOSTA, que servem a um único objetivo: dar poder ao seu inimigo, de forma totalitária.
Seria preciso entrar na guerra simbólica e transformar o caso de corte de verbas para a Veja como uma instância de guerra, pois o dinheiro público é nosso. Ele não pode ser utilizado para priorizar órgãos de imprensa que falem bem do governo.
Mas a guerra política é assim. Marcar posição requer atenção, estratégia e pensar politicamente. Se não reagirmos duramente ao caso de corte de verbas para a Veja, Dilma obterá uma de suas grandes vitórias em 2014. E com uma facilidade assustadora…
E repetindo, só para deixar bem claro o que está acontecendo, pois alguns ainda não estão entendendo.
A questão não é a Veja. A questão não é se a Veja vai sobreviver ou não sem anúncios (vai sobreviver). A questão não é se é um “alívio” para a Veja ficar com ou sem verba estatal. Nada disso faz parte da questão.
O que ocorre aqui é um marco: antes e depois. Igual o 11 de setembro. A partir do momento em que a Veja tem as verbas cortadas por falar mal governo, e os adeptos da liberdade silenciam, inicia-se oficialmente uma era onde passa a ser legítimo censurar oponentes do governo.
Pela guerra simbólica, Dilma consegue estabelecer a censura apenas por marcar um espaço no senso comum da patuleia, com a ajuda da ausência de protestos do nosso lado.
Será que alguém ainda vai continuar dizendo que a questão é “será que a Veja precisa destes anúncios mesmo?”.
Aí a coisa é como diz Olavo: parece que tem gente que está sendo estuprada e só vai sentir dor quando a piroca chegar no cérebro.
Via: http://lucianoayan.com/