Grupo terrorista Boko Haram é financiado pelo Globalismo Ocidental

Nestas últimas horas temos ouvido que o grupo islâmico Boko Haram matou centenas de pessoas na cidade nigeriana de Baga e que detonou uma bomba em Maiduguri.

Segundo algumas estimativas, o grupo terrorista controla agora aproximadamente 20.000 quilômetros quadrados de território, uma área do tamanho da Bélgica.

O Boko Haram é caracterizado pela mídia como a versão africana do Estado Islâmico, um califado que supostamente conseguiu o domínio sobre 11 áreas da Nigéria, englobando uma população total de mais de 1,7 milhões de pessoas.



Os ataques de Boko Haram na Nigéria passaram relativamente despercebidos nos meios de comunicação pois coincidiu com a época dos ataques terroristas em Paris à revista satírica Charlie Hebdo, apesar de ter provocado um número de mortos significativamente maior.

A atriz angelina Jolie, enviada do Alto Comissário da ONU para os Refugiados, chamou a atenção sobre as atrocidades de Boko Haram na segunda feira 12 de janeiro, quando pediu aos EUA e a outras nações que ajudassem a Nigéria "para reunir provas e levar os autores destes ataques à justiça".

Em 2012, Obama fez uso da "Resolução dos Poderes de guerra" (War Powers Resolution), com a finalidade de aumentar os militares americanos na Nigéria. O Comandante do United States Africa Command (Africom) na época, o general David M Rodriguz, disse que as operações de Boko Haram ameaçavam a Nigéria, Camarões, Níger e Chade, e que os EUA possuem autoridade na África em resposta a ameaça que representa a Al Qaeda.





No entanto, os meios de comunicação de Boko Haram omitiram o fato de que o grupo terrorista, é apoiado e financiado pela Arábia Saudita e recebe ajuda de mercenário líbios vinculados com a Al Qaeda.

"Em 2012, o The Nigerian Tribune informou que o financiamento de Boko Haram foi rastreado até o Reino Unido e arábia Saudita, em particular até o Fundo Fiduciário de Al-Muntada.

No ano de 2005, o Centro para Política de Segurança declarou que a "Al-Muntada tem sido particularmente ativa na promoção do islamismo Wahabí na Nigéria.. A Al Muntada paga aos clérigos nigerianos para que recebem uma "lavagem cerebral" nas universidades sauditas e acabem impondo-se aos muçulmanos nigerianos através de sua rede bem financiada de mesquitas e escolas.



Este tipo de escolas islâmicas, conhecidas como madrassas, se estabeleceram no Paquistão durante a guerra encoberta da CIA contra a União Soviética no Afeganistão e foram financiadas pela Arábia Saudita e sua rede de instituições de caridade.

Entre 1982 e 1992, cerca de 35000 radicais muçulmanos de 43 países islâmicos do Oriente Médio, norte e o leste da África, Ásia Central e o Extremo Oriente receberam seu batismo de fogo com os "mujahideen" afegãos.

Os mujahideen afegãos, no entanto, representaram o nascimento da al-Qaeda e dos talibãs.

Além do apoio recebido pelos sauditas o Boko Haram tem recebido ajuda indireta da OTAN, através dos mercenários da al-Qaeda na Líbia, os quais contribuíram para a derrubada de Muamar Gadafi.

Os ataques cada vez mais brutais por parte dos grupos terroristas inspirados pelo wahabismo e financiados pela Arábia Saudita, com a ajuda secreta dos EUA, OTAN e União Europeia, servem como pretexto para iniciar uma poderosa campanha de propaganda que serve de base para iniciar uma guerra em grande escala contra o islamismo.

ISIS, Boko Haram e o "Novo Normal"






Na terça-feira 13 de janeiro, o ministro da defesa francês, Jean-Yves le Drian, afirmou que o ISIS deve ser aniquilado e declarou que a França aumentará sua participação nos ataques aéreos contra o Estado Islâmico ou ISIS.

Como a agência Reuters informou na terça-feira, 13 de janeiro:

"Depois dos EUA, a França é o país que dispõe de um grande número de aviões e tropas participando na coalizão que luta contra o Estado Islâmico (também conhecido como ISIS ou ISIL), que no ano passado tomou o controle de grande áreas do Iraque e da Síria.

Além disso, a França conta com aproximadamente 3.500 soldados e forças especiais que operam na região de Sahel-Sahara, a caça de militantes vinculados com a al-Qaeda".


O porta-aviões francês Charles de Gaulle


Além da al-Qaeda no Magreb Islâmico, Ansar al-Sharia e Boko Haram também estão operando na região do Sahel-Sahara.

A invasão da OTAN na Líbia contribuiu para a propagação de grupos jihadistas na região e estabeleceu o cenário para uma "militarização de Sahel-Sahara e a consolidação das potências estrangeiras na região", segundo afirma um relatório encomendado pelo Remote Control Project, uma organização patrocinada pela rede Network for Social Change.




O AFRICOM, o Comando dos Estados Unidos para a África, é o que lidera as operações:

"O novo relatório afirma que os EUA está aumentando sua presença de maneira constante e estão desenvolvendo um conceito de resposta às crises conhecidas como o "novo normal".

Grupos da marinha americana estabeleceram bases por todo o continente africano com a capacidade de implementar, em questão de horas, operações em qualquer parte da África onde os interesses dos EUA se veem ameaçados".

Apoderando-se de minerais estratégicos para fabricar material de guerra




Esses interesses dos EUA incluem obviamente o petróleo (a Nigéria é o 13° maior produtora de petróleo do mundo), assim como inúmeros minerais estratégicos, incluindo o cromo, cobalto, platina e o manganês.

Segundo um relatório publicado no GlobalSegurity.org: "Sem estes minerais seria praticamente impossível de produzir muito dos produtos de defesa, como motores a jato, componentes de mísseis ou componentes eletrônicos".

O principal competidor por estes minerais estratégicos é a China, a qual tem introduzido fortemente a escala comercial e econômica no continente africano, colocando de lado os EUA e a França.

De fato, o AFRICOM se estabeleceu explicitamente para combater a ameaça que representa a China para os interesses dos EUA (e da OTAN em geral).

De acordo um artigo de 2012 do The Guardian:

"Para reafirmar seu declínio na influência no continente diante ao crescente investimento da China, os EUA criaram o AFRICOM, o Comando dos Estados Unidos para a África em outubro de 2008. 

O AFRICOM coordena a atividade militar americana na África, embora sua missão oficial seja "contribuir para o aumento da segurança e a estabilidade na África, permitindo aos estados africanos e as organizações regionais promoverem a democracia, ampliar o desenvolvimento, proporcionar um cenário de defesa comum e servir melhor o seu povo".

A típica mensagem hipócrita que já estamos acostumados.


Vice almirante Robert Moeller


Porém, quem melhor definiu a missão do AFRICOM foi o vice-almirante Robert Moeller, que durante uma conferência em 2008 afirmou que "a missão do AFRICOM trata de preservar o livre fluxo dos recursos naturais da África para o mercado global".

Boko Haram: Problema, Reação, Solução





Sem a ameça do Boko Haram, al-Qaeda no Magreb islâmico e Ansar al-Sharia, AFRICOM e seus parceiros não teriam nenhum pretexto para intervir na África e lutar contra a presença competitiva da China.

Como no caso do ISIS na Síria, estes grupos terroristas são desenvolvidos especificamente para cumprir com uma agenda caracterizada pelo esquema Problema-Reação-Solução.

Em última instância, a guerra contra o ISIS deslocará o governo de Al-Assad na Síria e permitirá a reintrodução das tropas no Iraque e talvez no Afeganistão, se for confirmado que o Estado Islâmico foi introduzido também no país.

O plano para a Síria é conseguir algo similar ao estabelecido na Líbia e Iraque: criar um estado falho na luta constante entre facções políticas e sociais com diferenças irreconciliáveis.

A elite mundial está provocando uma onda de violência e brutalidade inimaginável no momento.

E vem acompanhada de uma enorme campanha de propaganda, como a que se iniciou após os atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova York (e agora os de Paris), cujo objetivo final é o de forjar na opinião pública o tipo de consenso necessário para iniciar uma série de políticas globais, estabelecer leis restritivas e iniciar guerras por todo o planeta por motivos de controle de recursos naturais e econômicos.

Um processo que irá marginalizar aqueles que se atrevem a opor-se ou denunciar os seus planos...

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