Alberto Youssef Confirma paguei propina para o PT
Segundo as investigações, Alberto Youssef seria o principal operador do Partido Progressista no esquema de corrupção na Petrobras. Mas, no depoimento de terça-feira (31), ele revelou que mandou entregar dinheiro de propina também ao PT em uma de suas operações.
"Na verdade foram dois valores de quatrocentos e poucos mil reais que foram entregues a mando da Toshiba para o tesoureiro do PT, o Vaccari", disse Youssef.
Segundo Youssef, a cunhada de Vaccari, Marice Correa de Lima, recebeu o primeiro pagamento de R$ 400 mil. O segundo foi entregue na porta da sede nacional do PT, em São Paulo.
"O primeiro valor foi retirado no meu escritório, na Renato Paes de Barros, pela cunhada dele. Eu entreguei esse valor pessoalmente. O segundo valor foi entregue na porta do diretório do PT nacional, pelo meu funcionário, Rafael Ângulo, para o funcionário da Toshiba, para que ele pudesse entregar esse valor para o Vaccari", conta o doleiro.
Alberto Youssef prestou depoimento na terça-feira (31) a pedido dele para esclarecer detalhes de um dos processos em que é reu. Mas, no depoimento, ele também citou empresas investigadas pela Operação Lava Jato, que usavam contas no exterior para fazer pagamentos de propina no esquema da Petrobras.
"Braskem, Odebrecht, não tenho certeza, mas provavelmente a UTC, devo ter recebido alguma coisa lá fora...Andrade Gutierrez, que eu fiz caixa dois para a Andrade, Engevix. Que eu me lembre são essas", afirma Alberto Youssef.
Sobre esse caixa dois para a Andrade Gutierrez, Alberto Youssef disse que não tem relação com as fraudes na Petrobras.
João Vaccari negou com veemência ter recebido qualquer quantia em dinheiro por parte de Alberto Yousef ou de representantes dele.
O PT reafirmou que as doações ao partido foram dentro da lei.
O Partido Progressista declarou que não compactua com atos ilícitos.
O adgvogado de Rafael Ângulo disse que o cliente não pode comentar as declarações porque aguarda a validação da delação premiada.
A Toshiba afirmou que já apresentou todas as informações para a autoridade responsável.
A Braskem disse que todos os contratos com a Petrobras e os pagamentos foram feitos de forma legal, assim como a Odebrecht, que classificou como caluniosas as acusações de Alberto Youssef.
A UTC afirmou que não comenta declarações de um processo que está em curso.
A Andrade Gutierrez disse que não tem ou teve qualquer envolvimento com os fatos relacionados com as investigações.
A Engevix afirmou que tem prestado esclarecimentos à justiça e colaborado com ela.
O Jornal da Globo não conseguiu contato com Marice Correa de Lima, cunhada de João Vaccari.