Em um discurso na Cidade do Panamá a uma plateia de empresários de
diversos países do continente americano, a presidenta Dilma Rousseff
(PT) elencou os investimentos em infraestrutura e em educação para que o
Brasil continue crescendo “de forma sustentável” e citou a integração
regional como um dos compromissos a ser priorizado por ela nos próximos
anos. Ela também fez uma defesa do que chamou de “grande esforço de
ajuste fiscal” que vem promovendo no País como medida necessária ao
reequilíbrio do crescimento brasileiro.
A presidente iniciou sua fala celebrando a “acelerada inclusão social”
ocorrida no Brasil depois de ser “um País extremamente desigual”. “Eu
quero dizer que a grande mudança que o Brasil deseja e encaminhou nesses
últimos anos é se transformar em um grande País de classe média. Esse é
o objetivo da nação brasileira”, disse.
Dilma discursou ao lado dos presidentes dos Estados Unidos, Barack
Obama; do México, Enrique Peña Nieto, e do Panamá, Juan Carlos Varela.
Eles participaram, na Cidade do Panamá, de um debate do Foro Empresarial
das Américas, cujo tema desta edição é Integração Produtiva para o
Desenvolvimento Inclusivo. Na noite desta sexta-feira, os chefes de
Estado e de Governo de todos os 35 países das Américas e do Caribe
participam da abertura da 7ª Cúpula das Américas, também no Panamá.
Durante uma breve fala inicial, a presidente disse que a infraestrutura
e a inovação são fatores estruturais para a continuidade do crescimento
brasileiro. Aos empresários, Dilma classificou a educação como o “único
jeito” de assegurar que a inclusão social seja permanente. Quanto à
infraestrutura, a representante brasileira disse serem fundamentais os
investimentos, tanto logísticos quanto urbanos.
“Mobilidade urbana e habitação como infraestruturas sociais são
fundamentais. Junto com ferrovias, portos, aeroportos e toda expansão
energética necessária para assegurar o crescimento”, declarou. Algumas
obras que o Brasil desenvolve com outros países americanos nesse quesito
foram citadas pela presidente como exemplos de parcerias com diferentes
governos e empresários, como o Porto de Mariel em Cuba, o Pólo
Petroquímico da Cidade do México e a construção e o financiamento dos
gasodutos sul e norte na Argentina.
“Acho que a integração regional das nossas economias funciona como um
fator que expande as nossas fronteiras, oportunidades e economias. Daí
porque o Brasil se dedicou nos últimos anos a investir fortemente na
integração de infraestrutura”, disse.
Após defender, no discurso, a importância da inovação para a melhoria
de renda dos brasileiros e para o desenvolvimento de setores-chave do
País como agricultura e indústria, Dilma voltou ao tema quando respondia
aos empresários. Segundo ela, a ciência e tecnologia podem fomentar um
aprimoramento na quantidade, mas também na qualidade do ensino dos
países.
“O grande desafio de países como o Brasil é a educação, consideramos
que ela tem que estar no centro do processo tanto de crescimento
econômico quanto de inclusão social”, destacou, complementando que é
necessário que o País exerça atividades que agreguem valor. “Eu acho que
a América Latina e todos nós temos de almejar sermos produtores de
valor agregado, utilizadores do conhecimento como forma de garantir que
os nossos povos de fato tenham acesso a um padrão de vida de classe
média”.
O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Luis Alberto
Moreno, foi o mediador do debate, para o qual centenas de líderes
empresariais foram convidados. Nomes como Mark Zuckerberg, fundador e
presidente do Facebook, foram confirmados como oradores do evento.
Agência Brasil
Dilma diz o Brasil tem de ser um país classe média... se parar de roubar talvez seja
Reviewed by Bastidores da net
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abril 11, 2015
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