Estados Unidos pior que a Grécia e, Contas públicas; entenda



Eu tenho, frequentemente, publicado aqui sobre a situação fiscal americana devido a sua posição no mercado global e o tamanho do impacto que isso causa em todo o globo, afinal qualquer “soluço” da economia americana tem reflexo mundial, imagine então o que causaria se houver o seu colapso. Há muito eu tenho publicado também sobre as maquiagens “econômicas” e “fiscais” denunciadas por diversos economistas mundiais sobre os números da economia dos EUA, não sendo diferente, segue mais uma delas sendo denunciada. Laurence Kotlikoff, economista da Universidade de Boston e ex-economista sênior no Conselho de Assessores Econômicos do presidente Ronald Reagan, testemunhou oralmente e por escrito para o Congresso Americano que a real dívida do governo federal ultrapassa os US$210 trilhões, ou seja, quase 16 vezes o que é oficialmente publicado … e isso não inclui as dívidas dos estados americanos, são números apenas de valores em nível federal. 
No testemunho aos Senadores ele informou que somente o déficit federal anual é de mais de US$5 trilhões. Eu tenho observado, há muitos anos, toda essa questão da economia dos EUA e cada vez mais os dados se mostram piores e piores, pois novas informações continuam a aparecer e mostrando que existem muitos “esqueletos” no armário global. O gatilho que vier a detonar todo esse “castelo de cartas” não está longe de ocorrer, difícil está em conseguir perceber quando e qual será esse gatilho, pois vários estão armados.

por Barbara Hollingsworth,

Manifestantes do Syriza, novo partido do governo da Grécia, protestam contra mais medidas de austeridade em frente ao Parlamento grego em 11 fevereiro de 2015. (Foto AP)

(CNSNews.com) – Os Estados Unidos têm uma “diferença fiscal” de US$210 trilhões e “pode ​​muito bem estar em situação fiscal pior do que qualquer país desenvolvido, incluindo a Grécia”, disse o economista da Universidade de Boston, Laurence Kotlikoff, aos membros da Comissão de Orçamento do Senado, por escrito e em testemunho oral, em 25 de fevereiro.

“O primeiro ponto que quero passar é que o nosso país está falido“, testemunhou Kotlikoff. “Nossa nação está falida, e não quebrará em 75 anos ou 50 anos ou 25 anos ou 10 anos. Está quebrada hoje“.

“Na verdade, os EUA podem muito bem estar em situação fiscal pior do que qualquer país desenvolvido, incluindo a Grécia”, disse ele. [O testemunho por escrito do economista, feito no Congresso Americano, pode ser baixado aqui em PDF].

Em janeiro, a Fitch rebaixou a Grécia, cuja relação dívida-Produto Interno Bruto (PIB) é de 175 por cento, de estável para negativo.

“Esta declaração de insolvência nacional, sem dúvida, chocará aqueles que usam a dívida federal relatada oficialmente como o padrão de medição para o que o nosso país deve”, disse Kotlikoff aos membros da comissão que estão considerando a proposta de orçamento do presidente Barack Obama para o ano fiscal de 2016.

“Afinal de contas, a dívida federal em mãos do público é apenas 74 por cento do PIB. Sim, este é o dobro da razão da dívida em relação ao PIB registrado uma década atrás. Mas ainda está muito longe da razão da Itália, 135 da dívida em relação ao PIB ou da razão da Grécia, de 175 por cento”.

No entanto, usando a Projeção do Cenário Fiscal Alternado de 75 anos de Julho de 2014 do Escritório de Orçamento do Congresso, Kotlikoff calculou que a ‘diferença fiscal’ dos EUA – que ele define como sendo “a diferença entre as obrigações financeiras projetadas do nosso governo e o valor presente de todas as receitas fiscais projetadas futuras e outras” – é, na verdade, muito maior do que as da Itália ou da Grécia.

“Nós temos uma lacuna fiscal de US$210 trilhões neste momento“, disse Kotlikoff aos senadores, o que equivale a 211 por cento do PIB dos EUA, atualmente em cerca US$18,2 trilhões, tornando-se maior do que a razão da Grécia, de 175 por cento da dívida em relação ao PIB.

O desequilíbrio fiscal é “16 vezes maior do que a dívida oficial dos EUA, o que indica precisamente o quão inútil a dívida oficial é para a compreensão da posição fiscal verdadeira da nossa nação”, disse Kotlikoff, ex-economista sênior no Conselho de Assessores Econômicos do presidente Ronald Reagan.

“Dito de outra forma, o governo federal global está 58 por cento subvenciado”, testemunhou Kotlikoff.

“A título de comparação, o sistema de Segurança Social, tomando por si somente, está 33 por cento subvenciado”. No ano passado, Kotlikoff testemunhou no Capitólio que o sistema de Segurança Social estava “significativamente em pior situação financeira do que os dois fundos de pensão de Detroit tomados em conjunto”.

Kotlikoff disse que não está contando passivos “não declarados”, como as que a Segurança Social dão aos legisladores e ao público em uma falsa sensação de condição fiscal verdadeira da nação.

“O que a economia nos diz é que não podemos escolher o que colocar nos livros. Todas as obrigações do governo e todas as receitas do governo, não importa do que elas são chamadas, precisam estar devidamente valorizadas no presente tendo em conta a probabilidade de pagamento pelo e para o governo”, testemunhou Kotlikoff.

“Sucessivos Congressos, sejam dominados por republicanos ou por democratas, passaram as obrigações pós-guerra que acumularam enormes obrigações fiscais, praticamente todas elas têm sido mantidas fora dos livros“, observou ele.


Economista da Universidade de Boston, Laurence Kotlikoff (Wikipedia)


“Decisões economicamente arbitrárias do Congresso como o que colocar e o que manter fora dos livros não têm sido inocentes”, continuou ele, criticando o que ele chamou de “a contabilidade do tipo da Enron, que vem acontecendo há décadas sob ambas as partes”.

“Uma diferença fiscal positiva significa que o governo está tentando passar, ao longo do tempo, com mais do que pode pagar”, explicou Kotlikoff, acrescentando que cada ano de atraso na resolução do problema o torna muito mais difícil para fechar essa diferença fiscal.

Por exemplo, a partir de agora, a eliminação da diferença fiscal exigiria um aumento imediato de 58,5 por cento em todos os impostos federais ou de 37,7 por cento permanente, ao longo de todo o quadro de redução do gasto federal.

Mas se o governo esperar 30 anos, seria necessário um aumento de impostos de 77 por cento ou um corte de 46,5 por cento nos gastos em 2045 para eliminar a diferença fiscal.

“Os gastos de seis décadas aumentando ou estendendo os pagamentos de transferência e corte ou de limitação de impostos ajudou aos membros do Congresso de se reelegerem. Mas ele colocou nossos filhos e netos sob a espada fiscal de Dâmocles, que compromete gravemente o seu futuro econômico”, disse Kotlikoff, co-autor do livro “The Coming Generational Storm: What You Need to Know About Our Nation’s Economic Future“, que foi publicado em 2005.

* Artigo traduzido por Dionei Cleber Vieira, link do original aqui: Economist Tells Congress: U.S. May Be in ‘Worse Fiscal Shape’ Than Greece

Via: http://dcvcorp.com.br/
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