LÍDERES RELIGIOSOS SE REÚNEM EM MESQUITA E COMEMORAM “BRASIL, PRIMEIRO LUGAR EM LIBERDADE RELIGIOSA”
Brasil está na frente dos Estados Unidos em liberdade religiosa, de acordo com o Centro de Pesquisa Pew
Julio Severo
O Brasil perdeu a copa mundial de futebol no ano passado, mas pelo menos está sendo celebrado por alcançar o primeiro lugar em liberdade religiosa no final de abril, de acordo com um estudo recente do Centro de Pesquisa Pew, numa reportagem do Serviço Noticioso Religioso.
Encontro ecumênico na Mesquita Brasil
Em 29 de abril, a maior e mais antiga mesquita da América Latina, a Mesquita Brasil, reuniu uns 700 líderes para sua Celebração de Liberdade Religiosa onde muçulmanos, adeptos de religiões afro-brasileiras, mórmons, Sikhs, espíritas, judeus, católicos, protestantes e adeptos do Rev. Moon jantaram lado a lado para comemorar a posição do Brasil como líder em liberdade religiosa. O tema foi “Brasil uma voz para o mundo.”
Entre os 25 países mais populosos, o Brasil está no primeiro lugar em liberdade religiosa, até mesmo na frente dos Estados Unidos, de acordo com um estudo do Centro de Pesquisa Pew.
O xeique Abdel Hammed Metwally, líder religioso da Mesquita Brasil, disse: “Esta será a primeira de muitas reuniões.” Ele frisou que o evento mostrará ao “mundo como o Brasil sobressai em posição de líder, tolerando e pacificamente acomodando os credos mais diversos.”
Entre os palestrantes estava o Élder D. Todd Christofferson, membro do Conselho dos Doze Apóstolos da Igreja de Jesus Cristo dos Últimos Dias (mórmon). Ele disse: “Incentivo vocês a se apegarem com firmeza às liberdades que vocês forjaram em seu país e assumir uma liderança corajosa na promoção da liberdade religiosa no mundo inteiro.”
Sobre o primeiro lugar do Brasil em liberdade religiosa, a Fundação de Fé Tony Blair (FFTB) disse:
“O nível elevado de liberdade religiosa no Brasil é notável enquanto o país comprovadamente passa por uma das mudanças religiosas mais dinâmicas do mundo hoje, sem nenhum conflito religioso ou sectário. À luz de pesquisas recentes que mostram que a religião está crescendo mundialmente, o exemplo brasileiro é digno de frisar e compreender, especialmente quando dia a dia testemunhamos casos no mundo inteiro do papel da religião em situações de conflito. O Brasil é excepcional em termos de liberdade religiosa. Entre os 26 países mais populosos do mundo, o Brasil tem as restrições mais baixas à liberdade religiosa. O Brasil tem restrições mais baixas, aliás, do que o Reino Unido e os Estados Unidos, onde as restrições estão aumentando.”
A FFTB também disse sobre o Brasil, “não tem havido incidentes registrados de hostilidade por causa de conversões ou proselitismo.”
O Brasil tem a maior população católica do mundo, mas a liberdade religiosa não era uma tradição brasileira por muito tempo. Enquanto nos EUA, a maior nação protestante do mundo, os católicos gozavam de liberdade significativa nos séculos XVII e XIX, no Brasil os protestantes não gozavam de mínima ou nenhuma liberdade. Até mesmo no século XX, os protestantes eram perseguidos no Brasil, e essa perseguição não era meramente críticas, mas perseguição física e econômica.
O fato de que o Brasil foi congratulado por uma distinção suposta de tolerância pacífica e liberdade religiosa é muito estranho, e mais estranho quando tal distinção é celebrada numa mesquita.
Na década de 1990, sob o presidente marxista Fernando Henrique Cardoso, o Ministério da Educação instruiu as escolas do Brasil a lidar com a feitiçaria, ou religiões afro-brasileiras, como mera “cultura” inofensiva.
Na década passada, sob o governo socialista de Lula, o governo brasileiro avançou esse conceito, ao tratar os adeptos da feitiçaria como “minorias oprimidas” e ao tratar a pregação cristã contra a feitiçaria como “crime de ódio.” As religiões de feitiçaria são em grande parte da Umbanda e Candomblé.
A pregação cristã tradicional contra a feitiçaria começou a ser rotulada de “perseguição” contra “minorias oprimidas,” e os líderes de feitiçaria tiveram permissão de acompanhar a delegação brasileira na ONU para expressar suas denúncias contra a “opressão” dos evangélicos brasileiros contra os adeptos da Umbanda e Candomblé.
As denúncias principalmente foram feitas por Ivanir dos Santos, um pai-de-santo do Rio de Janeiro. Ivanir denunciou na ONU “um novo tipo de perseguição religiosa no Brasil, que tem como alvo os terreiros de candomblé e os praticantes de cultos africanos, em atos provocados por neopentecostais.” O Brasil, disse ele, “é o único país que mantém o culto trazido pelos escravos e essa prática tem de ser defendida.”
A “opressão” denunciada por ele consiste em grande parte de evangélicos em programas de TV onde ex-adeptos da Umbanda e Candomblé deram testemunho sobre suas experiências passadas na feitiçaria e como Jesus Cristo os havia liberto, principalmente de espíritos demoníacos.
Não eram testemunhos de adeptos da Umbanda e Candomblé sendo assassinados por evangélicos, especialmente da linha renovada, pentecostal e neopentecostal, mas testemunhos deles sendo transformados por Jesus Cristo.
Esses programas de TV têm sofrido censura. No ano passado, vídeos do YouTube contendo testemunhos de ex-adeptos das religiões afro-brasileiras que hoje são pentecostais foram removidos por ordem judicial, por incitação de Ivanir dos Santos. Em sua decisão, o juiz declarou que os testemunhos deles não eram contra uma religião, mas contra uma “cultura.”
Essas perseguições judiciais não são apenas contra pentecostais.
Em 1998, um juiz no estado da Bahia havia ordenado o confisco de um livro escrito pelo padre católico Jonas Abib, em que ele condena a feitiçaria como imoral, conforme reportagem de LifeSiteNews, que disse:
“O livro ‘Sim, Sim! Não, Não! Reflexões de Cura e Libertação’ adverte os leitores contra os perigos do ocultismo, inclusive as religiões afro-brasileiras conhecidas como ‘espiritualismo.’ De acordo com o site do Pe. Abib, o livro já teve 81 reimpressões e vendeu mais de 400 mil exemplares. ‘Pe. Jonas, assim como Paulo, ousadamente denuncia as obras das trevas, levando o leitor a se conscientizar sobre o controle da mente, a ioga, a astrologia, a magia e a evocação dos mortos, revelando a verdade sobre as obras das trevas, com as quais é preciso romper urgentemente,’ diz um resumo do livro postado no site dele. O promotor público Almiro Sena, porém, acusa Abib de ‘fazer declarações falsas e discriminatórias sobre o espiritismo e sobre as religiões da África, como a Umbanda e o Candomblé, assim como incitação flagrante à destruição e desrespeito a seus objetos de culto.’ Ele acrescentou que a violação é mais grave porque ‘a Constituição estadual [da Bahia] diz que é obrigação do Estado preservar e garantir a integridade, respeitabilidade e permanência dos valores das religiões afro-brasileiras.’”
O governo passado de Lula e o atual governo de Dilma Rousseff (ambos os governos mais socialistas da história do Brasil) tinham e têm políticas ativas para proteger as religiões afro-brasileiras como “cultura” herdadas de escravos africanos. Enquanto as tradições católicas e protestantes estão cada vez mais sendo banidas das escolas e outros locais governamentais porque o Estado é “laico,” as religiões afro-brasileiras e suas práticas estão fazendo incursões, com assistência estatal, nas escolas e outros lugares, de forma privilegiada. Pois o Cristianismo é religião, e as religiões afro-brasileiras são “cultura.”
Com tais proteções estatais, até os negros brasileiros são proibidos de criticar os deuses afro-brasileiros, conforme relatado por mim no WND:
“No Rio, um pastor pentecostal levou um criminoso a Jesus e o convenceu a se entregar à polícia. O Pr. Isaías da Silva Andrade acompanhou o ex-criminoso à polícia e quando lhe perguntaram como a vida dele havia sido transformada, o pastor respondeu que o ex-criminoso vivia sob a influência de demônios das religiões afro-brasileiras que o inspiravam a se envolver com conduta criminosa, mas agora ele encontrara salvação em Jesus. Por causa desse relato inocente, o Pr. Isaías está agora sofrendo ações criminais por discriminação contra a ‘cultura’ afro-brasileira! Se condenado, ele cumprirá sentença de dois a cinco anos de prisão.”
Como filho de uma ex-líder de Umbanda que aceitou o Evangelho de Jesus Cristo, não vejo problema em falar a verdade sobre a feitiçaria que vem da África. Aliás, os brasileiros se lembram, quando não existia a ameaça de censura racial politicamente correta, dos escândalos regulares noticiados pelos meios de comunicação de pais-de-santo envolvidos em muitos sacrifícios de crianças.
No passado, os jornais eram livres para noticiar e denunciar sacrifícios de crianças nas religiões afro-brasileiras. Você pode encontrar notícias antigas sobre esses crimes envolvendo estupros e assassinatos de crianças cometidos por pais-de-santo. Mas hoje em dia, sob o olho monitorador do Estado, só reportagens bajuladoras são permitidas, tais como “religião” oprimida, religião “ameaçada,” etc.
Hoje, a mídia brasileira não mais noticia sobre pais-de-santo que sacrificam crianças. E não quer falar sobre outros crimes relacionados.
Quando o pastor pentecostal Francisco de Paula Cunha de Miranda foi morto a facadas por um pai-de-santo em 2008, a imprensa brasileira permaneceu em silêncio.
Miranda, de 47 anos, foi assassinado no Rio Grande do Sul. Ele era negro (e não pode, nem depois de sua morte, ser acusado de “racismo”) e estava no 33º dia de jejum de uma campanha de oração quando o pai-de-santo Júlio César Bonato, sob possessão da entidade “cultural” exu caveira, saiu do terreiro em pleno ritual para ir até o pastor.
O pai-de-santo voltou a seu ritual com sua faca ritualística ensanguentada.
O pastor, que estava bem fraco devido ao longo jejum, foi morto a golpes de faca.
A imprensa brasileira permanece em silêncio sobre esse assassinato horrendo até hoje.
Em 2010, um grupo de adeptos da Umbanda matou a facadas outro evangélico, Nilton Rodrigues, de 34 anos, e feriu outros, inclusive um pastor evangélico, João Carlos de Oliveira. De novo, a imprensa brasileira ficou em silêncio.
Estou preocupado que a proteção especial às religiões afro-brasileiras possa ter sido fortalecida por Condoleezza Rice, uma famosa filha de um pastor presbiteriano americano. Em 2008, ela foi ao Brasil para fortalecer as raízes das religiões afro-brasileiras. O exemplo dela mostra que as religiões afro-brasileiras são agora um interesse internacional.
Como no caso da homossexualidade, a mera crítica à bruxaria é tratada como “preconceito, discriminação, intolerância,” etc. Agora, até livros católicos criticando a bruxaria são proibidos.
As práticas afro-brasileiras que sempre foram vistas como feitiçaria pela sociedade brasileira estão cada vez mais sendo protegidas pelo governo e mídia do Brasil. E o Cristianismo e seus valores estão cada vez mais perdendo proteção e até sendo atacados por eles.
A sodomia, que tem sido exaltada e recebido a condição de um direito humano especial pelo governo socialista brasileiro, é em grande parte praticada pelas religiões afro-brasileiras, onde seus deuses e espíritos seduzem e levam seus adeptos, especialmente seus sacerdotes, à prostituição, inclusive a homossexualidade.
O que tem sido designado de “liberdade religiosa” no Brasil é meramente as elites socialistas seguindo tendências politicamente corretas, especialmente dos EUA, onde a homossexualidade é agora culturalmente santificada e direitos cristãos são subordinados aos caprichos homossexualistas. O Brasil está seguindo essa tendência. A homossexualidade é agora incriticável no governo e mídia do Brasil.
Junto com a homossexualidade, o islamismo é agora a nova tendência incriticável no Brasil.
A celebração numa mesquita do Brasil como campeão de “liberdade religiosa” mostra que o Brasil está seguindo com total submissão as tendências esquerdistas dos EUA. E se os EUA não estão no primeiro lugar em tal “liberdade religiosa,” por que o Brasil? Pode um discípulo estar acima de seu mestre?
Tente criticar o islamismo no Brasil. Em 2009, quatro jornalistas muçulmanos fizeram queixas contra mim no Ministério Público Federal por causa de textos em meu blog criticando o islamismo.
Queixas também foram feitas por militantes homossexuais e adeptos da bruxaria contra meu blog.
Esta é a liberdade religiosa do Brasil.
O evento numa mesquita do Brasil celebrando o suposto primeiro lugar do Brasil em liberdade religiosa é bom para o islamismo e é bom para a bruxaria brasileira.
Mas não é bom para os cristãos que são ex-adeptos dessas religiões, os quais sofrem discriminação, repressão e censura por dizerem a verdade sobre seu sofrimento nessas religiões.
O Brasil está sendo lançado ao primeiro lugar de uma liberdade religiosa às custas dessas vítimas silenciosas da opressão da bruxaria.
Mesmo assim, o xeique Abdel Hammed Metwally, líder religioso da Mesquita Brasil, garantiu: “Esta será a primeira de muitas reuniões.”
As mesquitas serão agora plataformas politicamente corretas para apresentar ao mundo um Brasil campeão em liberdade religiosa às custas dos cristãos e sua liberdade de expressão?
Versão em inglês deste artigo: At Mosque, Brazil Celebrates First Place in Religious Freedom
Fonte: www.juliosevero.com