Depois do Caso Valentina, Primeiro assédio vira assunto mais comentado no Twitter, na Quinta 22
Foto Reprodução - Rede Bandeirantes.
A estreia do programa MasterChef Júnior, que reúne crianças de 9 a 13 anos cozinhando "que nem gente grande", foi marcada não pelos pratos feitos pelos participantes. O reality, que sempre tem muita repercussão na internet, dessa vez ganhou imensa repercussão devido aos comentários com teor sexual direcionados a uma das participantes, Valentina, de 12 anos.
A estreia do programa MasterChef Júnior, que reúne crianças de 9 a 13 anos cozinhando "que nem gente grande", foi marcada não pelos pratos feitos pelos participantes. O reality, que sempre tem muita repercussão na internet, dessa vez ganhou imensa repercussão devido aos comentários com teor sexual direcionados a uma das participantes, Valentina, de 12 anos.
Reprodução / Facebook Comentários Irracionais
Reprodução / Facebook Comentários Irracionais
Depois de expostos na rede pela jornalista Carol Patrocínio, no artigo
"Quando uma menina de 12 anos no MasterChef Júnior desperta o desejo de homens adultos precisamos falar sobre a cultura do estupro", os tweets foram apagados. Mas não podem nem devem ser ignorados.
É proibido por lei ter relações sexuais com crianças. Ponto. Está no código penal, é crime ter relações sexuais ou cometer ato libidinoso com criança ou adolescente menor de 14 anos. Ato libidinoso é todo ato de satisfação do desejo ou apetite sexual de alguém. E, sim, algumas das mensagens publicadas no Twitter podem ser consideradas criminosas.
Motivadas pela discussão a respeito dos comentários sobre Valentina, mulheres começaram a contar no Twitter sobre as primeiras vezes que foram assediadas.
E é comum encontrar histórias de mulheres que sofreram seus primeiros assédios aos 7, 8, 9 anos. Mas o fato de ser comum não faz, nem pode fazer isso ser normal.
Veja alguns Relatos :
A discussão chegou ao Facebook, onde mais mulheres compartilharam suas histórias, convidadas pela fundadora do Think Olga, Juliana de Faria, criadora da campanha Chega de Fiu Fiu e uma das finalistas do mais recente Prêmio CLAUDIA.
O fato é que esse tipo de assédio a crianças e adolescentes é muito mais comum do que se imagina, especialmente com meninas. Quase todas as mulheres têm uma história dessas para contar - e é tão comum que esse tipo de relato não surpreende nenhuma mulher.
Diante disso tudo, é normal se perguntar se há algo a ser feito, e uma reação comum é dizer que precisamos ensinar nossas meninas a se proteger e se defender. Mas que injustiça é afirmar que a responsabilidade por não ser assediada é da vítima, e não do assediador. Crianças são crianças, e é cruel que elas tenham de ter esse tipo de preocupação desde tão novas. Os assédios não devem ser vistos como algo corriqueiro: quem assedia tem de ser punido, e para que isso não aconteça nas próximas gerações, é preciso ensinar aos meninos que isso é errado.
O Think Olga elaborou, em conjunto com a Defensoria Pública do Estado de São Paulo, uma cartilha sobre assédio sexual - o que é, as consequências, por que devemos denunciar e, especialmente, como e onde podemos denunciar. Se você sofrer assédio, procure a Delegacia da Defesa da Mulher de sua cidade.
E o fato do Eduardo, de 13, também do MasterChef, ter sofrido o exatamente o mesmo tipo de assédio, mas por parte de mulheres - ninguém vai reclamar disso também?
Acho ótimo a gente acabar com a pedofilia - mas acho que as mulheres pedófilas não podem ser poupadas, não é não?