Apropriação Cultural não existe ! Não passa de um conceito criado por ignorantes esquerdistas que não sabem separar as coisas
A apropriação cultural, como é dita na internet, não existe.
O que existe é consumo no capitalismo tardio. O que existe é a indústria cultural.2
É interessante pensar que o conceito de apropriação cultural é antigo. Por exemplo, considera-se há tempos como apropriação cultural a introdução da cultura grega no império romano, após a conquista; considera-se apropriação cultural o numeral arábico no ocidente (aliás, você sabia que Bhaskara era indiano?), assim como a tradução e posterior desenvolvimento da filosofia aristotélica pelos árabes no início da Idade Média.
No entanto, a dita pós-modernidade é uma época de invenção, não é mesmo? Segundo a atual militância da internet, a apropriação cultural seria o ato de grupos dominantes se apropriarem de símbolos de luta de grupos oprimidos e retirar toda sua substância, os transformando em meras mercadorias. O que eu estou dizendo é que, no capitalismo tardio, eles já são mercadorias.
Ou você acha que come feijoada porque é um símbolo de luta do povo negro? Não, você come feijoada porque alguém (seja você ou não) compra os ingredientes e cozinha. E por que você se interessa pela feijoada? Pode ter certeza que você se interessa pela feijoada muito mais por ser uma comida habitual do que por qualquer significado transcendental. Você não come feijoada, você consome feijoada. E se você não entendeu meu foco na feijoada, entenda:
Talvez um outro caso famoso seja o do turbante: a foto abaixo ficou famosa por suscitar longas discussões sobre as origens do turbante e o erro em transformá-lo em objeto de moda.
Mas há um problema, as longas discussões em blogs (pois foi só na superfície dos blogs – no mundo da internet, no discurso próprio da internet – que essa discussão teve vida) sobre as origens do turbante não levam em consideração que este elemento sempre foi utilizado pelos povos do oriente médio, para além da África, o que já prova a multiplicidade de significados que um mesmo objeto material pode conter em diferentes locais ao longo do tempo.
Muito além disso, o que essas discussões esquecem (caso um dia tenham levado em conta) é que o significado de uma prática não se dá nas origens, mas na prática presente. Você não busca a origem de uma palavra para entender seu significado, você observa seu uso ordinário. A indústria cultural já sugou toda essência de qualquer símbolo fora das delimitações europeias. Tudo é mercadoria. E não se engane, você é consumidor. Ninguém é especial.
É claro que se o significado se dá conforme a prática ordinária, não necessariamente as coisas perdem sua transcendência automaticamente. É necessário praticar essa mercadorização dos objetos. Mas tem como alguém, no seio do neoliberalismo, sair por aí dizendo que comer feijoada é apropriação cultural? É possível haver algum ser iluminado que, de repente, não é parte da sociedade consumista atual?
Apropriação cultural como exclusividade de consumo
O real significado do conceito internético de apropriação cultural no capitalismo tardio é de exclusividade de consumo. O Colunas Tortas é cheio de artigos e resenhas para explicar a dita liquidez do mundo, que eu prefiro traduzir como hedonismo cultural – coisa que Lipovetsky faz há tempos.
Num lugar em que não há nenhum referencial fixo, em que as pessoas se transformam em coisas, em que o engajamento chega perto de zero, em que a mercadoria é a forma dominante de todas as intermediações do ser humano com o mundo, há poucas nesgas de segurança existencial: a religião é uma delas, vide as igrejas neopentecostais.
Há uma outra, mais comum e incentivada no capitalismo: a união de consumidores. São os fãs de bandas que vendem milhões em discos, downloads de música, cobram caro em seus shows e etc; é o público de marcas como a Coca-Cola, que vendem um mundo de solidariedade mediado pela sua bebida; os fãs de seriados americanos, que levam milhões de jovens ao delírio; e – esta é minha hipótese – a apropriação cultural está neste caminho.
A apropriação cultural é a exigência do consumo exclusivo. Em um grupo de vendas no Facebook, uma moça diz que brancas não podem vender turbantes. O que é isso? É sintomático.
Pouco depois, algumas moças dizem que pessoas com câncer estão utilizando a doença como desculpa para usar turbante. Isso é real, veja abaixo.
Pior, o piercing que você usa em sua orelha, em seu nariz ou em seu umbigo, ele também foi apropriado, veja,
Tudo isso é muito sintomático.
Agora vamos a um caso que repercutiu no começo do mês 11/02/2017 :
Um relato que tomou conta das redes sociais nessa última semana reacendeu o debate sobre mais uma invenção dos justiceiros sociais: a “apropriação cultural”. O termo refere-se à ideia de que brancos ocidentais roubam elementos culturais de “minorias étnicas”, usando-as de forma indiscriminada e sem respeitar a “cultura alheia”.
O relato em questão foi escrito por uma moça que, por ter raspado os cabelos em razão de um câncer, optou por usar turbantes na cabeça. A moça foi questionada por duas mulheres negras no metrô, visto que era branca e que, na cabeça dessas pessoas, não possuía o direito de usar o turbante, que deve ser de uso exclusivo de negros. A moça conta que explicou que utilizava em razão de sua doença.
Apesar de ter indignado muitas pessoas em relação à estupidez de quem acredita na ideia de que culturas de minorias são “roubadas” por brancos ocidentais, o relato também ajudou a tirar a máscara de justiceiros sociais que escondem um racismo velado. Mesmo com o fato de que o turbante estava sendo usado por causa de uma doença, ainda houve quem argumentasse que “câncer não é desculpa para se apropriar da cultura negra”, entre outras idiotices, como é possível ver nos prints abaixo:
Esse tipo de postura da militância de esquerda/negra não mascara apenas o racismo, mas também a enorme ignorância de quem defende esse tipo de coisa. Os turbantes foram criados muito provavelmente pelos mesopotâmicos e foram utilizados por diversos povos diferentes pelos séculos. Persas, árabes, judeus, hindus, indianos, gregos, povos das Américas, todos usaram turbantes de várias maneiras e bem antes da era cristã. O turbante, inclusive, já foi símbolo de status social e poder econômico e político em alguns povos, inclusive africanos. Aliás, esse também é o caso das tranças e dreadlocks.
Turbantes também já foram utilizados por pintores e artistas para proteger os cabelos das tintas e pó de mármore, fizeram parte da indumentária de homens e mulheres europeus durante o período medieval, foram utilizados por Maria Antonieta como peça de moda, e, finalmente, renasceram quando Paris já era considerada a capital mundial da moda no século XX com o estilista frânces Paul Poiret na década de 20. Turbantes também foram muito utilizados pelas mulheres europeias durante a II Guerra Mundial para esconder os cabelos mal cuidados devido às condições de vida precárias da época.
No Brasil, ao contrário do que se possa pensar, o turbante chegou com os primeiros europeus que vieram desbravar o território, não com os negros africanos. Há relatos de que viraram moda no país com a chegada da família real, em 1808, visto que a rainha Carlota Joaquina e outras damas da corte desembarcaram usando turbantes para disfarçar a peste de piolhos que acometeu os tripulantes durante a viagem.
Se levarmos ao pé da letra a ladainha de “apropriação” cultural, então coisas como calça jeans, aviões, eletricidade, penicilina, pasteurização, antibióticos e ressonância magnética não devem ser utilizados por qualquer um que não seja homem, ocidental e branco, já que são fruto do trabalho árduo de homens brancos. O mesmo vale para o famoso iPhone, acessório desenvolvido por Steve Jobs, um americano branco, o smartphone favorito dos justiceiros sociais para escrever textões no Facebook sobre opressão.
Se alguém está fazendo algum tipo de “apropriação cultural” são os próprios militantes do movimento negro ao tentar transformar uma peça utilizada por diversos povos ao longo dos séculos em algo exclusivo de um grupo étnico “oprimido” e símbolo de luta.
Em um país ainda pobre, arcaico, violento, com instituições à beira da falência como o nosso, elencam como prioridade linchar virtualmente moças em tratamento contra câncer que usam turbantes "apesar" de serem brancas (ultraje!). No fundo, essa "esquerda pós-moderna" não passa de um bando de crianças mimadas, incapazes de lidar de forma adulta com quem pensa diferente.
Ademais, Cultura não é algo tangível e material para ser propriedade de alguém e, consequentemente, ser passível de apropriação. Assim como não é algo estático e imutável ou inadaptável de acordo com as circunstâncias sociais, climáticas e até da própria vontade de quem faz uso da sua liberdade e criatividade de formas que deveriam ser entendidas mais como celebrações do que como expropriações das culturas em questão.
Mas o ímpeto vitimista e mimizento fala mais alto.
No final das contas, parece que não há nada mais reacionário do que um (falso) "progressista".
Vejam o vídeo, onde acaba e se encerra o vitimismo desse movimento negro da internet, onde usam iPhone e fazem textão no Facebook, será que foi Mandela que os criou - Não né ?. Então apropriação Cultural é somente para houver mais, e mais separações, assim trabalhe esse movimento negro, que envergonha a maioria de negros do Brasil, e do mundo. Pois são de esquerda, e vivem com pensamentos ridículos.
E a pergunta que fica ao ar, para o movimento negro socialista esquerdista, que mente e cria coisas para separar pessoas, raças, etnias e etc ...
Uma negra com cabelo loiro, não é uma apropriação cultural ?
Segundo vcs né.
Segundo a lógica de vcs sim. Segundo a lógica da liberdade de expressão do mundo. O que tiver bem e lhe fazer bem, pode.