Em Washington : Presidente da Argentina Maurício Macri se reunirá com Trump na Casa Branca
O presidente argentino Maurício Macri se reuniu com Donald Trump na Casa Branca nesta semana. Na pauta do encontro, direitos humanos, comércio exterior e Venezuela. A visita do comandante da Casa Rosada à Washington indica uma mudança nas relações entre os dois países que já havia sido sinalizada com a ida de Barack Obama à Buenos Aires.
Trump afirmou que os dois países serão “grandes amigos”. Macri, que também tem um passado empresarial, conhece Trump há décadas.
“O protagonismo internacional (da Argentina) é alto. Essa reunião de agora marca isso”, disse o especialista em comércio internacional Miguel Ponce, que qualificou a visita como um importante passo para que o “país vá encontrando mecanismos de uma integração inteligente com o mundo”. Nós próximos meses Macri irá visitar Japão e China.
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Comércio exterior
“Eu vou falar para ele sobre a Coreia do Norte e ele irá me falar sobre limões”, disse Trump, em referência ao embargo à fruta cítrica e uma das principais mercadorias de exportação do país latino. O produto teve sua importação pelos Estados Unidos suspensa por 16 anos. Entretanto, Barack Obama suspendeu o embargo no final de seu mandato, só que poucos meses depois Trump voltou a vetar o produto argentino. O republicano disse que “considerará seriamente” a questão.
“Os presidentes instruíram seus gabinetes para que se construam caminhos para a resolução de questões agrícolas bilaterais”, informou declaração conjunta publicada pelos governos.
Direitos humanos
O assunto ganhou destaque durante a visita de Obama à Argentina. O presidente estadunidense foi muito criticado por sua visita coincidir com o aniversário de 40 anos do golpe militar, em 24 de março, feriado nacional na Argentina. Inicialmente, Obama havia planejado passar a data em uma visita à Escola de Mecânica da Armada (ESMA, na sigla em espanhol) — um dos mais simbólicos campos de detenção e tortura do regime e que hoje funciona como um museu — mas recuou diante da pressão de organismos de direitos humanos. Os Estados Unidos, principalmente durante a presidência de Gerald Ford, foram aliados dos militares argentinos.
Venezuela
Os presidentes abordaram a atual instabilidade política na Venezuela, que decidiu se retirar da Organização dos Estados Americanos (OEA) após o bloco sinalizar que poderia utilizar a cláusula democrática contra o país.
“A Venezuela é um desastre. Estou muito triste de ver o que está acontecendo com a Venezuela”, disse Trump. Já em um comunicado conjunto, os mandatários manifestaram sua “forte preocupação pela deterioração” do país. Macri é um crítico de longa data do presidente Nicolás Maduro.