Veja quem está e quem são os Ministros, Senadores, Governadores que estão na Lista de Fachin
O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, autorizou a Procuradoria Geral da República (PGR) a investigar 8 ministros, 3 governadores, 24 senadores e 39 deputados. Os pedidos se baseiam na chamada lista de Janot, feita com base em delações de ex-executivos da Odebrecht.
Veja os nomes:
Eliseu Padilha (PMDB-RS), ministro da Casa Civil
Qual a suspeita: Segundo delação de Marcelo Odebrecht, Padilha cobrava propinas para irrigar campanhas eleitorais do PMDB envolvendo concessão de aeroportos.
O que ele diz: A defesa do ministro-chefe da Casa Civil, representada pelo criminalista Daniel Gerber, afirma que todo e qualquer conteúdo de investigações será debatido exclusivamente dentro dos autos.
Gilberto Kassab (PSD), ministro da Ciência e Tecnologia
Qual a suspeita: Segundo depoimentos de Benedicto Barbosa da Silva Júnior e Paulo Henyan Yue Cesena, ele recebeu R$ 20 milhões em vantagens indevidas no período de 2008 e 2014, por suas condições como prefeito de São Paulo e ministro das Cidades. Segundo declarações de Carlos Armando Guedes Paschoal e Roberto Cumplido, foi um dos beneficiários de vantagem indevida paga a agentes públicos em obras viárias de São Paulo em 2008.
O que ele diz: "O ministro confia na Justiça, ressalta que não teve acesso oficialmente às informações e que é necessário ter cautela com depoimentos de colaboradores, que não são provas. Reafirma que os atos praticados em suas campanhas foram realizados conforme a legislação."
Wellington Moreira Franco (PMDB), ministro da Secretaria-Geral da Presidência
Qual a suspeita: Segundo delação de Marcelo Odebrecht, Moreira Franco cobrava propinas para irrigar campanhas eleitorais do PMDB envolvendo concessão de aeroportos.
O que ele diz: A assessoria do ministro informa que ele não vai comentar o assunto
Bruno de Araújo (PSDB-PE), ministro das Cidades
Qual a suspeita: Segundo as delações de João Antônio Pacífico Ferreira, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, Cláudio Melo Filho e Luiz Eduardo da Rocha Soares, Araújo recebeu repasses não contabilizados de R$ 600 mil da Odebrecht entre 2010 e 2012 a pretexto de doação eleitoral, quando era deputado federal. De acordo com o inquérito, ele agiu em defesa dos interesses da empresa no Congresso e é acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e corrupção ativa.
O que ele diz: "De acordo com a legislação eleitoral, solicitei doações para diversas empresas, inclusive a Odebrecht, como já foi anteriormente noticiado. O sistema democrático vigente estabelecia a participação de instituições privadas por meio de doações. Mantive uma relação institucional com todas essas empresas.Em todo o meu mandato, sempre atuei em prol de interesses coletivos. Atuei de acordo com a minha consciência."
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), ministro das Relações Exteriores
Qual a suspeita: Segundo delações de Arnaldo Cumplido de Souza Couto, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, Carlos Armando Guedes Paschoal, Luiz Eduardo da Rocha Soares, Roberto Cumplido, Fábio Andreani Gandolfo e Pedro Augusto Ribeiro Novis, Nunes recebeu ilegalmente R$ 500 mil do grupo Odebrecht para financiar sua campanha para o Senado em troca de favores políticos.
O que ele diz: O ministro das Relações Exteriores diz que as acusações são mentirosas, mas que só vai comentar o tema após ter acesso ao pedido de inquérito.
Marcos Antônio Pereira (PRB), ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços
Qual a suspeita: Segundo delação de Marcelo Odebrecht, Pereira recebeu R$ 7 milhões da construtora em favor do Partido Republicano Brasileiro (PRB) para campanha eleitoral de Dilma Rousseff.
O que ele diz: “O ministro está à disposição da Justiça para prestar todos os esclarecimentos necessários, muito embora não tenha sido notificado oficialmente nem tenha conhecimento de nada daquilo que é acusado. Marcos Pereira agiu sempre dentro da lei enquanto presidente de partido, buscando doações empresariais respeitando as regras eleitorais, e esclarecerá não ter qualquer envolvimento com atitudes ilícitas”.
Blairo Borges Maggi (PP), ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Qual a suspeita: Segundo os delatores João Antônio Pacífico Ferreira e Pedro Augusto Carneiro Leão Neto, da Odebrecht, Blairo recebeu R$ 12 milhões durante campanha de 2006 ao governo do estado do Mato Grosso. Segundo os delatores, o ministro tinha o apelido de "Caldo" dentro do sistema de propinas da empresa.
O que ele diz: "Lamento que meu nome tenha sido incluído numa lista de pessoas citadas em delações da Construtora Odebrecht, sem que eu tivesse qualquer possibilidade de acesso ao conteúdo para me defender. Me causa grande constrangimento ter minha honra e dignidade maculadas, numa situação na qual não sei sequer do que sou acusado. Mesmo assim, gostaria de esclarecer que: 1. Não recebi doações da Odebrecht para minhas campanhas eleitorais; 2. Não tenho ou tive qualquer relação com a empresa ou os seus dirigentes. 3. Tenho minha consciência tranquila de que nada fiz de errado."
Helder Barbalho (PMDB), ministro da Integração Nacional
Qual a suspeita: Os delatores Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis e Mário Amaro da Silveira afirmam que Barbalho, o senador Paulo Rocha (PT-BA) e o prefeito de Marabá, João Salame (PROS-PA), solicitaram R$ 1,5 milhão para a campanha do ministro ao governo do Pará em 2014. A Odebrecht desejava atuar como concessionária da área de saneamento básico no estado.
O que ele diz: "Ele nega que tenha cometido ilegalidades; reafirma que todos os recursos que recebeu como doações para sua campanha em 2014 foram devidamente registradas junto ao TRE-PA, que aprovou todas as suas contas; esclarece que não tinha e não tem qualquer ingerência sobre a área de saneamento no município de Marabá; destaca sua estranheza com o codinome Cavanhaque, em toda sua trajetória política, Helder Barbalho nunca usou cavanhaque."
Renan Filho (PMDB), governador de Alagoas
Qual a suspeita: São dois inquéritos. No primeiro, segundo delação de Cláudio Melo Filho, Renan Calheiros pediu doação eleitoral a seu filho, candidato ao governo de Alagoas em 2014. João Antônio Pacífico Ferreira autorizou o repasse de R$ 1,2 milhão ao PMDB, via doação oficial ao partido, dos quais ao menos R$ 800 mil foram para a campanha de Renan Filho. No segundo, de acordo com delações de Ariel Parente Costa, Alexandre Biselli, Cláudio Melo Filho, Fabiano Rodrigues Munhoz, Benedicto Barbosa da Silva Júnior e João Antônio Pacífico Ferreira, foram feitas doações a Renan Filho.
O que ele diz: Ele afirma que todas as doações recebidas na campanha foram rigorosamente dentro da lei, declaradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral.
Robinson Faria (PSD), governador do Rio Grande do Norte
Qual a suspeita: Segundo delações de Alexandre José Lopes Barradas, Fernando Luiz Ayres da Cunha Reis, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, Ariel Parente e João Antônio Pacífico Ferreira, Robinson Faria é suspeito de ter recebido R$ 350 mil na campanha de 2010 (foi vice de Rosalba Ciarlini).
O que ele diz: "Ainda não tive acesso ao teor da denúncia, mas quero deixar claro que minha postura é de serenidade e consciência tranquila. Estou pronto para prestar os esclarecimentos que venham a ser necessários à Justiça. Continuo seguindo com a missão que recebi de Deus e do povo do meu Estado. Continuo dando tudo de mim, com perseverança e compromisso com o o povo do Rio Grande do Norte”, disse o governador Robinson Faria nas redes sociais.
Tião Viana (PT), governador do Acre
Qual a suspeita: Segundo delações de Hilberto Mascarenhas e Marcelo Odebrecht, Tião Viana é suspeito de receber R$ 2 milhões na campanha de 2010, sendo R$ 500 mil como doação oficial, a pedido do irmão, o senador Jorge Viana (PT)
O que ele diz: "Neste momento dantesco da vida nacional, parece que nenhuma linha fina separa a honra da desonestidade. Tenho um histórico de combate à corrupção como ativista político, senador da República e governador do Acre. Defendo a apuração de qualquer fato suspeito e a punição de qualquer um que tenha culpa provada. Portanto, também tenho integridade, coerência e coragem para não aceitar a sanha condenatória de setores poderosos que destroem reputações tomando apenas a delação interessada de corruptos apanhados no crime. Sobre a construtora Odebrecht, afirmo nunca realizou qualquer obra no Estado do Acre, portanto, nem sequer poderia ter aqui qualquer tipo de interesse escuso ou legal. Nunca me reuni com o senhor Marcelo Odebrecht, com nenhum executivo da sua empresa nem de qualquer outra envolvida na Operação Lava a Jato. Outra canalhice já tentou envolver o meu nome em ataque semelhante, mas o Superior Tribunal de Justiça reconheceu a minha inocência por unanimidade e a Procuradoria-Geral da República pediu o arquivamento do caso. As contas das minhas campanhas são públicas e foram aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral. Confio na Justiça, defenderei a minha honra com determinação e tomarei todas as medidas judiciais cabíveis contra os delatores da calúnia e os propagandistas da desonra. Indignado, mas de consciência tranquila, reafirmo: estou longe dessa podridão, essa podridão está longe de mim."
Eunício Oliveira (PMDB-CE), presidente do Senado
Qual a suspeita: De acordo com a delação de funcionários da Odebrecht, o presidente do Senado recebeu R$ 2 milhões para facilitar a conversão de medidas provisórias em lei.
O que ele diz: "Não tenho nenhuma informação sobre os nomes nem sobre os inquéritos. Os homens públicos têm que estar sempre atentos e sem medo de fazer os enfrentamentos que a vida a pública nos oferece. Vamos tocar a pauta do Senado naturalmente. Vamos tocar a pauta com naturalidade."
Antônio Anastasia (PSDB-MG), senador
Qual a suspeita: Citado em um dos inquéritos que tratam do senador Aécio Neves, Anastasia é suspeito de receber vantagens indevidas em forma de doações de campanha eleitoral em 2009 e 2010.
O que ele diz: "Em toda sua trajetória, Anastasia nunca tratou de qualquer assunto ilícito com ninguém."
Romero Jucá Filho (PMDB-RR), senador
Qual a suspeita: Citado em cinco inquéritos, o senador Romero Jucá é suspeito de receber dinheiro em troca da aprovação de leis que interessavam a Odebrecht.
O que ele diz: "Sempre estive e sempre estarei à disposição da Justiça para prestar qualquer informação. Nas minhas campanhas eleitorais sempre atuei dentro da legislação e tive todas as minhas contas aprovadas."
Aécio Neves da Cunha (PSDB-MG), senador
Qual a suspeita: Citado em cinco inquéritos, ele é suspeito de receber vantagens indevidas para favorecer a Odebrecht em obras como das usinas de Jirau e fraudes em licitação em MG.
O que ele diz: A assessoria do senador informa, em nota, que ele "considera importante o fim do sigilo sobre o conteúdo das delações, iniciativa solicitada por ele ao ministro Edson Fachin na semana passada, e considera que assim será possível desmascarar as mentiras e demonstrar a absoluta correção de sua conduta". A assessoria também afirmou que "é falsa e absurda a acusação de que Aécio teria participado de algum ato ilícito envolvendo a licitação ou as obras da Cidade Administrativa de Minas Gerais".
Renan Calheiros (PMDB-AL), senador
Qual a suspeita: Citado em quatro inquéritos, o senador é suspeito de pedir propina para a campanha do filho ao governo de Alagoas, pedir propina para facilitar a implementação de leis de interesse da Odebrecht e pedir propina para facilitar obras da construtora no sertão alagoano.
O que ele diz: "A abertura dos inquéritos permitirá que eu conheça o teor das supostas acusações para, enfim, exercer meu direito de defesa sem que seja apenas baseado em vazamentos seletivos de delações. Um homem público sabe que pode ser investigado. Mas isso não significa condenação prévia ou atestado de que alguma irregularidade foi cometida. Acredito que esses inquéritos serão arquivados por falta de provas, como aconteceu com o primeiro", diz, em nota.
Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), senador
Qual a suspeita: Segundo delações de Ariel Parente Costa, Alexandre Biselli, Cláudio Melo Filho, Fabiano Rodrigues Munhoz, Benedicto Barbosa da Silva Júnior e João Antônio Pacífico Ferreira, em 2013, o então ministro de Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, recebeu valores que totalizaram R$ 1,05 milhão por intermédio de Iran Padilha, indicado pelo próprio Bezerra.
O que ele diz: "A defesa afirma que não foi oficialmente comunicada, tampouco teve acesso à referida investigação. Fernando Bezerra mantém-se, como sempre esteve, à disposição das autoridades a fim de prestar quaisquer esclarecimentos que elas possam necessitar."
Paulo Rocha (PT-PA), senador
Qual a suspeita: Segundo as delações de Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis e Mário Amaro da Silveira, ele é suspeito de solicitar vantagens indevidas não contabilizadas para a campanha eleitoral de Helder Barbalho ao governo do Pará, em 2014.
O que ele diz: "Todos os recursos da minha companha de 2014 para o Senado Federal foram repassados pela direção nacional e estadual do Partido dos Trabalhadores e estão todos declarados nas prestações de contas junto ao TRE. A utilização desses recursos, empresas doadoras e doadores individuais, enfatizo, obedeceram estritamente às normas da legislação eleitoral em vigor daquele ano."
Humberto Costa (PT-PE), senador
Qual a suspeita: Segundo delações de Marcelo Odebrecht, Rogério Santos de Araújo, Márcio Faria da Silva, César Ramos Rocha, Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho e Luiz Eduardo da Rocha Soares, Humberto Costa foi indicado como sendo o “Drácula” na planilha de propinas e é suspeito de solicitar vantagem indevida em um contrato superfaturado entre a empreiteira e a Petrobras. Ele é suspeito de ter recebido um pagamento de R$ 590 mil.
O que ele diz: Em nota, diz que "espera a conclusão de inquérito aberto há mais de dois anos pelo STF, e para o qual a Polícia Federal já se manifestou em favor do arquivamento - aguarda ter acesso aos novos documentos para reunir as informações necessárias à sua defesa". "O senador, que já abriu mão de todos os seus sigilos, se coloca, como sempre o fez, à disposição das autoridades para todos os esclarecimentos necessários."
Edison Lobão (PMDB-PA), senador
Qual a suspeita: Segundo depoimento de Henrique Serrano do Prado Valladares, o senador recebeu R$ 5,5 milhões para interferir junto ao governo federal para anular a adjudicação da obra referente à Usina Hidrelétrica de Jirau.
O que ele diz: o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, que defende Lobão, diz que agora poderá, em inquérito, fazer o "enfrentamento" das denúncias. O senador nega as denúncias e comprovará que os acusadores não têm prova ou indício do que dizem, segundo o advogado.
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), senador
Qual a suspeita: O senador é suspeito de receber R$ 800 mil em vantagens indevidas para favorecer a Odebrecht. Segundo o inquérito, as declarações de Alexandre José Lopes Barradas e Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis são de que a soma foi solicitada pelo senador paraibano, "então candidato ao governo do Estado da Paraíba, com a expectativa de receber futura contrapartida e de realizar obra de saneamento naquele Estado".
O que ele diz: "Eu recebi, sim, uma doação da Braskem, que é do grupo Odebrecht, na campanha de 2014. Essa doação foi devidamente declarada na minha prestação de contas. Acontece que agora o Ministério Público Federal está pedindo ao Supremo investigação, até mesmo, nessas doações legais porque começa a surgir suspeitas de que alguns partidos fizeram lavagem de dinheiro através das doações partidárias. E, cá para nós, tem que investigar, sim, até o fim, para que tudo seja devidamente esclarecido", afirma, em postagem nas redes sociais.
Jorge Viana (PT-AC), senador
Qual a suspeita: Segundo delações de Hilberto Mascarenhas e Marcelo Odebrecht, Jorge Viana é suspeito de pedir R$ 2 milhões para a campanha de seu irmão, Tião Viana (PT) ao governo do Acre em 2010.
O que ele diz: "Sobre o envolvimento do meu nome e do governador Tião Viana, não há nenhuma denúncia de corrupção contra nós, mas questionamentos sobre a arrecadação da campanha em 2010. Vamos provar na Justiça o que dissemos antes: nossas campanhas foram dentro da lei e feitas com dinheiro limpo."
Lídice da Mata (PSB-BA), senadora
Qual a suspeita: Segundo delação de José de Carvalho Filho, a construtora repassou R$ 200 mil não contabilizados à campanha dela ao Senado em 2010.
O que ela diz: "Acho muito importante essa autorização do Supremo para a devida abertura dos inquéritos. Espero que agora haja a quebra do sigilo de todo o processo, como ja havia solicitado. Tenho a consciência tranquila e a confiança de que tudo será esclarecido. A seriedade da minha vida pública fala por mim. Quem não deve não teme."
Ciro Nogueira (PP-PI), senador
Qual é a suspeita: Segundo o Ministério Público, Nogueira procurou José de Carvalho Filho, Cláudio Melo Filho, Benedicto Barbosa da Silva Júnior e Carlos José Fadigas de Souza Filho para solicitar quantias para sua campanha eleitoral e para o PP. O senador recebeu R$ 300 mil em 2010, quando ainda era deputado federal, e R$ 1,3 milhão em 2014, parcelado em duas vezes. A quantia foi repassada através do setor de Operações Estruturadas do grupo Odebrecht. O codinome de Nogueira era "Cerrado".
O que ele diz: Assessores disseram não ter localizado o deputado.
Dalírio José Beber (PSDB-SC), senador
Qual a suspeita: Segundo o Ministério Público, Dalírio Beber é suspeito de articular o repasse de R$ 500 mil ao então candidato, e agora prefeito de Blumenau, Napoleão Bernardes, de quem participava da campanha em 2012. A Odebrecht buscava o apoio de candidatos com maiores chances para garantir a manutenção dos contratos de saneamento de água e esgoto no município.
O que ele diz: "Recebo com surpresa a inserção do meu nome no rol dos investigados. Não tive, até o presente momento, qualquer acesso ao processo para conhecer o conteúdo do que me é atribuído. Rechaço com veemência toda e qualquer denúncia de prática de ilícitos. Estou indignado, mas absolutamente tranquilo, pois minha consciência em nada me acusa. Digo à sociedade brasileira, em especial, aos catarinenses, que sempre confiaram em mim, que espero que rapidamente a verdade seja restabelecida. Neste momento, coloco-me inteiramente à disposição da Justiça."
Ivo Cassol (PP-RO), senador
Qual a suspeita: Segundo o delator Henrique Serrano do Prado Valladares, o senador Ivo Cassol recebeu "vantagem indevida" de R$ 2 milhões quando era governador de Rondônia por "favorecimento nos procedimentos administrativos" referentes à execução das obras da usina hidrelétrica de Santo Antonio.
O que ele diz: O senador afirma que sempre foi contra a isenção de impostos das usinas de Jirau e Santo Antônio desde 2011 e que vai aguardar. “Mas eu posso dizer que para as usinas ou para a campanha, eu não sei, se é algo do partido a nível nacional. Não tenho conhecimento do que é o inquérito, então, por enquanto, eu não sei. Foi citado meu nome e eu só sei que eu peitei e não demos isenção de imposto aí.”
Lindbergh Farias (PT-RJ), senador
Qual a suspeita: De acordo com o Ministério Público, os colaboradores relataram que o senador recebeu vantagens indevidas não contabilizadas durante a campanha eleitoral dos anos de 2008 e 2010, nos valores respectivos de R$ 2 milhões e R$ 2,5 milhões.
O que ele diz: "Mais uma vez confiarei que as investigações irão esclarecer os fatos e, assim como das outras vezes, estou convicto que o arquivamento será o único desfecho possível para esse processo. Novamente justiça será feita."
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), senadora
Qual a suspeita: Segundo o depoimento de Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis, Vanessa Grazziotin teria recebido repasses da Odebrecht em 2012, a pretexto de doação para sua campanha eleitoral, mas sem o registro oficial.
O que ela diz: "A senadora esclarece que as doações feitas para suas campanhas foram oficiais, declaradas e posteriormente aprovadas pela Justiça Eleitoral."
Kátia Abreu (PMDB-TO), senadora
Qual a suspeita: Segundo delação de Cláudio Melo Filho, José de Carvalho Filho, Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis e Mário Amaro da Silveira, a senadora Kátia Abreu é suspeita de ter recebido R$ 500 mil, divididos em duas parcelas, em sua campanha eleitoral de 2014 ao Senado, por intermédio de Moisés Pinto Gomes.
O que ela diz: "Lamentavelmente, por desconhecer o conteúdo da decisão do ministro Edson Fachin, não tenho, neste momento, elementos suficientes que me permitam rebater as supostas acusações feitas contra mim e o meu marido, mas afirmo categoricamente que, em toda a minha vida pública, nunca participei de corrupção e nunca aceitei participar de qualquer movimento de grupos fora da lei. Estarei à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários de maneira a eliminar qualquer dúvida sobre a nossa conduta. Sigo trabalhando no Senado pelo Brasil e pelo Tocantins. Minha história e minha correção são a base fundamental da minha defesa."
Fernando Collor de Mello (PTC-AL), senador
Qual a suspeita: De acordo com depoimentos de Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis e Alexandre José Lopes Barradas, o senador recebeu R$ 800 mil não contabilizados para sua campanha eleitoral em 2010, pagos pelo Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht.
O que ele diz: “Nego de forma veemente haver recebido da Odebrecht qualquer vantagem indevida não contabilizada na campanha eleitoral de 2010”, disse em nota.
José Serra (PSDB-SP), senador
Qual a suspeita: Segundo delações de Arnaldo Cumplido de Souza Couto, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, Carlos Armando Guedes Paschoal, Luiz Eduardo da Rocha Soares, Roberto Cumplido, Fábio Andreani Gandolfo e Pedro Augusto Ribeiro Novis, Serra é suspeito de receber doações ilegais em troca de facilidades em contratos no estado.
O que ele diz: Em nota, o senador José Serra afirma que não cometeu nenhuma irregularidade e que suas campanhas foram conduzidas pelo partido na forma da lei. Segundo ele, a abertura do inquérito pelo STF servirá como oportunidade de demonstrar essas afirmações e a lisura de sua conduta.
Eduardo Braga (PMDB-AM), senador
Qual a suspeita: Segundo o delator Arnaldo Cumplido de Souza e Silva, Eduardo Braga recebeu R$ 1 milhão quando era governador do Amazonas da Odebrecht, dinheiro relativo à construção da Ponte do Rio Negro.
O que ele diz: O senador desconhece o conteúdo das informações que levaram a PGR a pedir abertura de inquérito. "Vale destacar que a abertura de inquérito não significa que os investigados respondam por qualquer tipo crime. O senador Eduardo Braga, em caso de notificação, prestará todas as informações necessárias à Justiça."
Omar Aziz (PSD-AM), senador
Qual a suspeita: Segundo o delator Arnaldo Cumplido de Souza e Silva, José Lopes, empresário ligado a Omar Aziz, fazia pedidos de pagamentos à Odebrecht para favorecer o consórcio da empresa na construção da Ponte do Rio Negro.
O que ele diz: "Ninguém tem mais interesse do que eu na conclusão deste inquérito. Não tenho e nunca tive nenhum tipo de relação com a Odebrecht. Essa empresa não teve sequer contratos ou pagamentos recebidos no meu governo. Também não recebi nenhum centavo deles em campanha eleitoral. O jornal 'O Globo' já inclusive publicou que, no documento divulgado pelo ministro Fachin, não há qualquer referência de valor em meu nome."
Valdir Raupp (PMDB-RO), senador
Qual a suspeita: Segundo os delatores Henrique Serrano do Prado Valladares e Augusto Roque Dias Fernandes Filho, o senador Valdir Raupp foi um dos destinatários de um "fundo" do Grupo Odebrecht e da Construtora Andrade Gutierrez de até R$ 20 milhões devido à execução das obras da Hidrelétrica de Santo Antonio, no Rio Madeira.
O que ele diz: "Afirma que recebeu com tranquilidade a sua citação na lista do ministro Fachin publicada no dia de hoje, baseada em declarações de delatores que no desespero falam e ninguém pode impedir. Este será o momento que o senador terá para provar que as doações legais destinadas ao Partido foram declaradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral."
Ricardo Ferraço (PSDB-ES), senador
Qual a suspeita: Segundo os executivos da Odebrecht Sérgio Luiz Neves e Benedicto Júnior, foi pago caixa dois de R$ 400 mil para a campanha do capixaba ao Senado em 2010 por meio do setor de operações estruturadas da construtora.
O que ele diz: "Foi com absoluta perplexidade e indignação que eu recebi a informação de que meu nome está incluído na chamada lista do Fachin. Toda minha campanha foi declarada e como poderão constatar na prestação de contas no TSE, esta empresa não foi doadora. Nunca tratei qualquer assunto com essas pessoas e tampouco autorizei que alguém tratasse. Acionarei esses mentirosos judicialmente para que provem as acusações."
Rodrigo Maia (DEM-RM), presidente da Câmara
Qual a suspeita: Ele é citado em dois inquéritos de Fachin. Em um deles, segundo delação de Benedicto Barbosa, João Borba Filho, Cláudio Melo Filho, Carlos José de Souza Filho e Luiza Eduardo da Rocha Soares, ele é suspeito de receber R$ 950 mil da Odebrecht durante as eleições de 2008 e 2010, além de receber pagamento para a aprovação de medida provisória e na eleição de 2014. No outro inquérito, baseado em delações de Marcelo e Emílio Odebrecht, Carlos Melo Filho e José de Carvalho Filho, Maia é suspeito de receber R$ 100 mil da Odebrecht em vantagem indevida em troca da aprovação de três medidas provisórias que beneficiaram a empresa.
O que ele diz: Em entrevista, diz que confia na Justiça e que vai continuar confiando sempre. Afirma ainda que as citações de delatores são falsas e os inquéritos serão arquivados. Segundo ele, MP e Justiça estão fazendo seu papel de forma competente.
Paulinho da Força (SD-SP), deputado federal
Qual a suspeita: O deputado é suspeito de corrupção passiva, ativa e lavagem de dinheiro. Ele teria recebido R$ 1 milhão em pagamentos indevidos da Odebrecht para a sua campanha eleitoral à Câmara dos Deputados em 2014 e também teria recebido R$ 200 mil para outra campanha eleitoral, de 2010.
O que ele diz: A assessoria informa que o deputado vai se manifestar quando tiver informações oficiais.
Marco Maia (PT-RS), deputado federal
Qual a suspeita: O deputado Marco Maia é suspeito de falsidade ideológica eleitoral. Ele teria recebido R$ 1,35 milhão em pagamentos indevidos da Odebrecht para sua campanha eleitoral à Câmara dos Deputados em 2014.
O que ele diz: O deputado diz que a lista é uma grande mentira e que em nenhum momento fez algum contato ou pedido à Odebrecht. Ele afirma que pretende processar todos os que o citaram e também entrar com um pedido no STF para saber do que é acusado.
Carlos Zarattini (PT-SP), deputado federal
Qual a suspeita: O deputado é suspeito de receber pagamentos indevidos em 2010 e 2012. Ele teria recebido R$ 50 mil em pagamentos indevidos da Odebrecht para campanhas eleitorais em 2010 e também seria beneficiário, juntamente com Cândidato Vacarezza, de pagamentos de R$ 5 milhões, que fariam parte de um crédito de R$ 27 milhões em benefício do PT, realizado em 2012.
O que ele diz: A assessoria de imprensa informa que ele não vai se pronunciar.
João Carlos Bacelar (PR-BA), deputado federal
Qual a suspeita: O deputado é suspeito de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e violação de sigilo funcional. Ele teria atendido pedidos em prol da MP 558 e para evitar convocações de representantes da empresa Santo Antônio Energia em CPI e também de ter solicitado vantagem indevida à Odebrecht Realizações Imobiliárias (OR), em 2012.
O que ele diz: O deputado diz que as acusações não são verdadeiras e que ele confia no poder Judiciário.
Milton Monti (PR-SP), deputado federal
Qual a suspeita: É suspeito de corrupção passiva, ativa e de lavagem de dinheiro, em dois inquéritos. Um deles diz que o parlamentar teria recebido propina da Odebrecht na execução da Ferrovia Norte-Sul, em 2008 e 2009, para favorecer a empresa. No outro, teria intermediado uma reunião na qual pediu "ajuda financeira" para a campanha eleitoral do deputado Alfredo Nascimento. O valor não teria sido contabilizado.
O que ele diz: Por meio de nota, o deputado informa que sempre agiu de acordo com a lei e que todas as doações das campanhas eleitorais foram feitas legalmente. "É bom que se apure porque assim a inocência dele será comprovada."
José Carlos Aleluia (DEM-BA), deputado federal
Qual a suspeita: O deputado federal José Carlos Aleluia (DEM-BA) é suspeito de corrupção passiva e ativa. Ele teria recebido via caixa 2 R$ 300 mil nas eleições de 2010, além de doação legal de R$ 280 mil nas eleições de 2014.
O que ele diz: "O ministro Fachin autorizou investigar todos, sem distinção, e fez bem. Todo homem público tem que estar ponto para ser investigado. Estou tanquilo e convicto de que esse procedimento vai ser arquivado. Todas as doações de campanha que recebi foram legais e estão declaradas."
Daniel Almeida (PCdoB-BA), deputado federal
Qual a suspeita: É suspeito de corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, tendo recebido um repasse não registrado em R$ 300 mil em 2012 para favorecer a Odebrecht. O delator não identificado afirmou que o repasse foi recebido na campanha do candidato Isaac Carvalho à Prefeitura de Juazeiro. De acordo com ele, a Odebrecth tinha interesse em realizar obras de saneamento naquele município. Já outros delatores, também não identificados, disseram que, em outra ocasião, o parlamentar recebeu R$ 100 mil, pagamento que teria sido feito em um posto em Salvador. O inquérito informa que esse pagamento também não foi registrado.
O que ele diz: "Sobre as notícias citando o meu nome em possível investigação no STF, não tenho nada a temer. Os baianos e os brasileiros conhecem minha trajetória de mais de 30 anos de atividade pública. Se algum inquérito for aberto, tenho total convicção que o destino será o arquivamento."
Mário Negromonte Jr. (PP-BA), deputado federal
Qual a suspeita: É suspeito de receber R$ 200 mil em doações não contabilizadas para a campanha eleitoral de 2014.
O que ele diz: Por telefone, o deputado Mário Negromonte Júnior disse que só irá comentar após ter conhecimento da íntegra da denúncia. "Eu ainda não estive com meu advogado. Assim que tiver uma posição, eu divulgo uma nota. Primeiro, preciso saber o que é."
Nelson Pellegrino (PT-BA), deputado federal
Qual a suspeita: É suspeito de falsidade ideológica eleitoral por ter recebido um rapasse de R$ 1,5 milhão da Odebrecht em 2012, sendo R$ 1,3 milhão via caixa 2. De acordo com um delator não identificado no inquérito, Nelson Pellegrino recebeu o repasse de R$ 1,5 milhão "a pretexto de auxílio à campanha eleitoral". Desse total, apenas R$ 200 mil teriam sido transferidos de forma oficial.
O que ele diz: "Estou tranquilo. Meu advogado vai requerer o conteúdo ao STF e, após o conhecimento dos termos, me manifestarei."
Jutahy Júnior (PSDB-BA), deputado federal
Qual a suspeita: Jutahy Júnior é suspeito de receber R$ 850 mil em doações não contabilizadas para campanhas entre os anos de 2010 e 2014.
O que ele diz: "Tenho absoluta convicção de que esse procedimento será arquivado porque, simplesmente, não tenho nada a ver com a Lava Jato".
Maria do Rosário (PT-RS), deputada federal
Qual a suspeita: Maria do Rosário é suspeita de ter recebido R$ 150 mil da Odebrecht via caixa 2 durante a corrida eleitorial de 2010. Ela foi citada na delação do ex-diretor da empreiteira Alexandrino de Salles Ramos de Alencar.
O que ela diz: "Quem não deve, não teme. A medida é uma mera autorização do STF para apuração dos fatos sobre as delações da Odebrecht. No entanto a mera citação de meu nome me deixa indignada. Não me calarei frente a este episódio e não me afastarei um milímetro sequer das causas em que acredito e que o nosso trabalho representa. Vou disponibilizar meus sigilos fiscal, bancário e telefônico ao STF, tamanha é minha tranquilidade. Meu nome e minha vida não estão à disposição para serem enxovalhados por ninguém em nenhum lugar."
Onyx Lorenzoni (DEM-RS), deputado federal
Qual a suspeita: Onyx Lorenzoni é suspeito de ter recebido R$ 175 mil da Odebrecht via caixa 2 durante a campanha eleitoral de 2006. Ele foi citado na delação do ex-diretor da empreiteira Alexandrino de Salles Ramos de Alencar.
O que ele diz: O deputado afirma que recebeu com surpresa a informação e que foi injusta e indevidamente citado. Ele diz também que já pediu ao advogado para que entre com requerimento para saber do que é acusado.
Vicente Paulo da Silva (PT-SP), o Vicentinho, deputado federal
Qual a suspeita: é suspeito de ter recebido doação, no valor de R$ 30 mil, não contabilizada para a campanha eleitoral de 2010.
O que ele diz: "É uma surpresa. Meus projetos são, inclusive, contra a própria Odebrecht. Eu defendendo o direito dos trabalhadores. Nunca fiz acordo com eles e não sou corrupto".
Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), deputado federal
Qual a suspeita: Arthur Oliveira Maia é suspeito de receber R$ 200 mil em doações não contabilizadas para campanha eleitoral.
O que ele diz: "Em relação ao pedido de abertura de inquérito referente à delação da Odebrecht, informo que não há nenhuma acusação contra minha pessoa, mas apenas a alegação de suposta irregularidade na prestação de contas da minha campanha eleitoral de 2010. Reitero que todas as doações de campanha que recebi estão de acordo com a lei e devidamente declaradas e aprovadas pelo TRE-BA".
Yeda Crusius (PSDB-RS), deputada federal
Qual a denúncia: Yeda Crusius é investigada por corrupção passiva, ativa e lavagem de dinheiro. Ela é suspeita de ter recebido vantagens nas campanhas ao governo do RS em 2006 e 2010 para favorecer a Odebrecht. Somados, os valores recebidos chegariam a R$ 1,75 milhão. De acordo com o Ministério Público, em 2006 foram R$ R$ 200.000 por meio de doação oficial e mais R$ 400.000 por meio do setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, conhecido como "departamento da propina". Em 2010, foram R$ 600.000 em doações oficiais e R$ 550.000 não declarados, por meio do setor. Os repasses, ainda de acordo com o MP, eram feitos para que a Braskem, empresa controlada pelo Grupo Odebrecht, continuasse recuperando créditos do ICMS no Rio Grande do Sul.
O que ela diz: "A todos os que buscam minha manifestação: o ministro Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, ofereceu hoje listas de centenas de pessoas indicadas pelo PGR Rodrigo Janot para abertura de inquérito. Numa delas consta meu nome. Transparência é fundamental, e aguardamos ainda o levantamento do sigilo das delações que embasaram a decisão do Procurador Janot e do Ministro Fachin. Embora desconhecendo ainda as razões que o levaram a elaborar estas listas, considero fundamental tanto a Lava Jato quanto o trabalho do Supremo para que os inquéritos hoje autorizados sejam feitos e concluídos com a celeridade requerida por mim e por toda a população brasileira, separando o joio do trigo e promovendo a Justiça de que tanto o país precisa. Caso contrário cria-se a imagem de que todos os políticos são iguais. E não somos."
Paulo Henrique Lustosa (PP-CE), deputado federal
Qual a suspeita: Paulo Henrique Lustosa é suspeito de ter recebido R$ 100.000 não declarados (caixa 2) da Odebrecht durante a campanha de 2010. Ele foi citado nas delações dos ex-executivos José de Carvalho Filho e Cláudio Melo Filho. Seu codinome no sistema de controle dos repasses da empreiteira seria "Educador".
O que ele diz: Paulo Henrique Lustosa diz que acreditou ter recebido doação de campanha para o partido e não de caixa 2, como citado na delação Odebrecht.
José Reinaldo (PSB-MA), deputado federal
Qual a suspeita: É suspeito de ter sido conivente, quando era governador do Maranhão, com suposta propina recebida da Odebrecht pelo então procurador-geral de seu estado, Ulisses César Martins de Sousa.
O que ele diz: O deputado disse não ter citado mencionado por nenhum dos muitos delatores ou colaboradores. Segundo o parlamentar, eles apenas se referiram à suposta conduta de um auxiliar seu, quando exerceu o cargo de governador do Maranhão. O deputado afirmou ainda que a circunstância demanda apuração aprofundada.
João Paulo Papa (PSDB-SP), deputado federal
Qual a suspeita: Os delatores Benedicto Barbosa da Silva Júnior e Luiz Antônio Bueno Júnior afirmaram que Papa recebeu dois repasses por meio do setor de operações estruturadas da Odebrecht, cada um no valor de R$ 300 mil, em 2012 e 2014. Segundo os delatores, o pagamento foi feito devido ao protagonismo político do parlamentar em Santos-SP e no PSDB, o que poderia auxiliar os interesses do Grupo Odebrecht em oportunidades futuras.
O que ele diz: "Assim que tomar conhecimento do processo, poderei me manifestar. Em 30 anos de vida pública e três eleições, tive todas as prestações de contas aprovadas pela Justiça Eleitoral."
Vander Loubet (PT-MS), deputado federal
Qual a suspeita: Segundo declaração do delator Alexandrino de Salles Ramos Alencar, executivo da Odebrecht, Loubet recebeu da empreiteira um repasse de R$ 50 mil para sua campanha eleitoral à Câmara dos Deputados em 2010 como recurso não contabilizado. Segundo o delator, o pagamento foi feito por meio do setor de operações estruturadas do Grupo Odebrecht.
O que ele diz: "Ele informa que vai aguardar a manifestação oficial do Supremo Tribunal Federal (STF) para se pronunciar acerca da informação de abertura de inquérito [...]. O parlamentar reforça que todas as contribuições recebidas em campanha eleitoral foram devidamente oficializadas em prestações de contas aprovadas pela Justiça Eleitoral."
Rodrigo Garcia (DEM-SP), deputado federal
Qual a suspeita: Segundo declarações dos delatores Carlos Armando Guedes Paschoal e Benedicto Barbosa da Silva Júnior, ex-executivos da Odebrecht, Garcia recebeu um repasse não contabilizado da empreiteira a pretexto de auxílio à campanha eleitoral em 2010. O repasse ao deputado, identificado no sistema da empreiteira como "Suíça", foi feito por meio do setor de operações estruturadas da empresa.
O que ele diz: "Jamais recebi doação não contabilizada em minhas campanhas eleitorais. Sou o maior interessado para que esse assunto seja esclarecido o mais breve possível."
Cacá Leão (PP-BA), deputado federal
Qual a suspeita: O deputado é suspeito de ter recebido R$ 30 mil para a campanha eleitoral de 2014 por meio do departamento de propinas da Odebrecht. Um ex-funcionário da construtora informou o repasse de R$ 50 mil à campanha de Cacá Leão, sendo R$ 20 mil por meio de doação oficial ao diretório nacional de seu partido e R$ 30 mil por meio do Setor de Operações Estruturadas da empresa, responsável pelo pagamento de propinas.O Ministério Público suspeita que ele tenha incorrido no crime de falsidade ideológica eleitoral.
O que ele diz: "A divulgação ainda não é oficial e o STF nem referendou nem desmentiu a informação. Então, em primeiro lugar, é preciso esperar o STF se pronunciar. De qualquer maneira, recebi com surpresa, mas também tenho toda a tranquilidade do mundo de que todos os recursos q recebi na campanha de 2014 estão em minha prestação oficial de contas, que foi aprovada pelo Tribunal de Contas. Apoio as investigações e não tenho medo nenhum do processo".
Celso Russomanno (PRB-SP), deputado federal
Qual a suspeita: É suspeito de ter recebido da Odebrecht a quantia não contabilizada de R$ 50.000 não contabilizados na campanha eleitoral de 2010. De acordo com os delatores Benedicto Barbosa da Silva Júnior e Carlos Armando Paschoal, os R$ 50 mil teriam sido repassados a Russomanno pelo Setor de Operação Estruturadas do Grupo Odebrecht. O inquérito cita que a quantia foi "registrada no sistema Drousys com a identificação do beneficiário com o apelido 'Itacaré'".
O que ele diz: "Tomei ciência da notícia de que estou sendo alvo da abertura de um inquérito, pois dois delatores afirmam terem doado R$ 50 mil para minha campanha de deputado federal em 2010 e não ter sido contabilizada na prestação de contas. Eles falseiam com a verdade, pois não fui candidato a deputado federal e sim ao governo do estado, portanto esta informação é falsa. Na minha campanha de 2010, havia pessoas responsáveis pelo financeiro da campanha, e se alguém recebeu os R$ 50 mil não contabilizados, quero saber quem foi, pois será responsabilizado civil e criminalmente. Os delatores têm a obrigação de informar para quem foi entregue o suposto valor. Coloco imediatamente à disposição de qualquer pessoa ou jornalista meus sigilos bancário, fiscal e telefônico desde 1995, quando iniciei minha vida política. Em absolutamente nenhuma das minhas campanhas, tanto para deputado federal quanto para o Executivo, recebi doação em meu nome, como pessoa física, de qualquer empresa ligada ao grupo Odebrecht. E todas as doações feitas ao meu partido estão devidamente registradas na prestação de contas à Justiça Eleitoral. Tenho minha consciência tranquila. Minha honra e minha trajetória integra e transparente na vida pública ao longo de mais de 20 anos falam por mim."
Dimas Fabiano Toledo (PP-MG), deputado federal
Qual a suspeita: Segundo declarações dos delatores Benedicto Barbosa da Silva Júnior, Sérgio Luiz Neves e Marcelo Odebrecht, Dimas Fabiano Toledo é suspeito de crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e corrupção ativa ao lado do senador Aécio Neves. Os delatores relatam que, em 2014, pagaram vantagens indevidas a pretexto de campanhas eleitorais de Aécio Neves e de vários outros parlamentares, incluindo Dimas Fabiano Toledo.
O que ele diz: Dimas Fabiano diz que jamais manteve contato com qualquer executivo da Odebrecht, não tendo sido destinatário de recursos alegadamente doados ou disponibilizados pela referida empresa. "A eventual utilização do nome do deputado por terceiros com propósitos espúrios – seja para solicitar recursos, seja para obter benefícios em delação – é prática absolutamente irresponsável e criminosa."
Pedro Paulo (PMDB-RJ), deputado federal
Qual a suspeita: Pedro Paulo é acusado de receber da Odebrecht R$ 3 milhões para sua campanha eleitoral para deputado federal em 2010 e de receber, em 2014, R$ 300 mil "de maneira oculta" para campanha à prefeitura.
O que ele diz: O deputado Pedro Paulo negou ter recebido doações da Odebrecht e afirmou que nunca teve relação com nenhum dos delatores. Pedro Paulo disse ainda que os executivos da empreiteira precisam provar quando e quem recebeu dinheiro, indevidamente, no nome dele.
Lúcio Vieira Lima (PDMB-BA), deputado federal
Qua a suspeita: Segundo declarações dos delatores Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, Cláudio Melo Filho, Emílio Alves Odebrecht, José de Carvalho Filho e Marcelo Bahia Odebrecht, Lima teria recebido R$ 1 milhão da Odebrecht com o objetivo de obter aprovação de legislação favorável aos interesses da companhia. De acordo com os delatores, o repasse foi feito por meio do setor de operações estruturadas do Grupo Odebrecht.
O que ele diz: O deputado não irá comentar.
Daniel Vilela (PMDB-GO), deputado federal
Qual a suspeita: Daniel Vilela é suspeito de receber repasse não contabilizado de R$ 1 milhão para financiar sua campanha para deputado federal em 2014, segundo inquérito autorizado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Quantia foi requisitada pelo seu pai Luiz Alberto Maguito Vilela, então prefeito de Aparecida de Goiás (GO), para manter contratos com o Grupo Odebrecht em obras de saneamento básico da cidade.
O que ele diz: Uma nota conjunta foi divulgada pelo ex-prefeito Maguito Vilela e pelo deputado Daniel Vilela (PMDB): "As campanhas de Maguito Vilela, em 2012, e de Daniel Vilela, em 2014, foram feitas inteiramente com recursos contabilizados conforme determina o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e aprovadas pela referida Corte. As prestações de contas estão disponíveis no site do TSE. Maguito e Daniel afirmam que nunca estiveram, nunca falaram, e sequer conhecem os delatores. Ambos refutam qualquer acusação."
Alfredo Nascimento (PR-AM), deputado federal
Qual a suspeita: Segundo declarações dos delatores Benedicto Barbosa da Silva Júnior, José de Carvalho Filho, João Antônio Pacífico Ferreira e Paulo Falcão, Nascimento pediu uma "ajuda financeira" para sua campanha eleitoral no valor de R$ 200 mil durante uma reunião feita a pedido do deputado federal Milton Monti enquanto Nascimento era Ministro dos Transportes, em 2006. De acordo com os delatores, o repassse foi feito pela Odebrecht por meio de recursos não contabilizados. Nascimento é suspeito de cometer corrupção passiva, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
O que ele diz: a assessoria do deputado informou que ele não irá se pronunciar, pois não foi notificado.
Zeca Dirceu (PT-SP), deputado federal
Qual a suspeita: O deputado federal José Carlos Becker de Oliveira e Silva é suspeito de receber repasse não contabilizado de duas quantias de R$ 250 mil cada para financiar suas campanhas eleitorais nos anos de 2010 e 2014, segundo inquérito autorizado pelo ministro Edson Fachin. Os pedidos de repasse teriam sido feitos a pedido de seu pai, o ex-ministro petista José Dirceu.
O que ele diz: O deputado reitera que não há e nunca houve qualquer tipo de tratativa do parlamentar junto às diretorias da Petrobras e/ou às empresas investigadas na Lava Jato. "Apesar das inúmeras investigações em andamento há vários anos, não existe sequer uma única ligação, e-mail, contato, agenda de reunião, testemunho, delação ou coisa parecida em relação a qualquer atitude do parlamentar que o ligue ao assunto Petrobras / Lava Jato ou a qualquer tipo de ilegalidade. É importante destacar que nunca houve qualquer pedido do parlamentar a envolvidos na Lava Jato, fato já testemunhado por vários outros delatores e agora comprovado pelo próprio delator Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis. Todas as doações recebidas nas campanhas de 2010 e de 2014 foram legais, declaradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral sem ressalvas. Os nomes dos doadores são de conhecimento público desde 2010, divulgados constantemente pelos órgãos de imprensa. O deputado reforça sua confiança no Supremo Tribunal Federal e no trabalho de investigação da Polícia Federal."
Betinho Gomes (PSDB-PE), deputado federal
Qual a suspeita: O deputado federal Heberte Lamarck Gomes Da Silva (PSDB-PE), o Betinho Gomes, é suspeito de receber duas quantias em vantagens indevidas: R$ 75 mil quando candidato à prefeitura de Cabo de Santo Agostinho (PE) em 2012, e R$ 100 mil já como parlamentar em 2014, segundo inquérito autorizado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Dinheiro foi repassado para que a Odebrecht fosse favorecida em empreendimento imobiliário na cidade.
O que ele diz: "O parlamentar esclarece que teve todas as contas de campanha contabilizadas e aprovadas pela Justiça Eleitoral; pedirá acesso à íntegra do referido inquérito; jamais defendeu interesses privados em detrimento do interesse público; nunca teve encontros com os referidos delatores mencionados pela imprensa; tem total interesse que o caso seja o mais rapidamente esclarecido."
Zeca do PT (PT-MS), deputado federal
Qual a suspeita: O deputado federal José Orcírio Miranda dos Santos (PT-MS), o Zeca do PT, é suspeito de receber R$ 400 mil durante campanha ao governo do Mato Grosso do Sul em 2006, segundo inquérito autorizado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). O relato aponta que, com a desistência de Zeca do PT, os valores teriam sido repassados ao ex-senador Delcídio do Amaral, que foi o candidato do partido ao governo estadual.
O que ele diz: "Tomei conhecimento agora há pouco do inteiro teor da denúncia contra minha pessoa acatada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Diz a denúncia, que o delator do Grupo Odebrecht se refere a um pagamento de R$ 400 mil para minha campanha a Governador em 2006. Em seguida diz o mesmo delator, que tendo ocorrido minha desistência da candidatura naquela eleição, o referido valor foi repassado ao Senador Delcídio, candidato do PT ao governo, com o qual mantinha detalhadas reuniões, segundo o mesmo delator. Ocorre ai um erro enorme. Fui eleito governador em 1998 e reeleito em 2002. Portanto em 2006 estava impedido de ser candidato a governador e não disputei nenhum cargo naquela eleição. Apoiei o nosso candidato, mas não tive nenhuma outra responsabilidade, seja de captação, seja de prestação de contas junto a Justiça Eleitoral. Esperando ter esclarecido a opinião pública, peço reparação da injustiça cometida nesta denúncia."
Vicente Cândido (PT-SP), deputado federal
Qual a suspeita: O deputado é suspeito de pedir e obter vantagem indevida em 2010 para sua campanha eleitoral para o cargo de deputado federal. Ele teria recebido o valor R$ 50 mil, repassado pelo Grupo Odebrecht, que teria interesse em apoio para o financiamento do estádio do Corinthians.
O que ele diz: G1 tentou contato com assessora dele, que não atendeu.
Júlio Lopes (PP-RJ), deputado federal
Qual a suspeita: O deputado federal Júlio Luiz Baptista Lopes é acusado de ter solicitado o pagamento de vantagem indevida em obras da Odebrecht, lideradas pela construtora Queiroz Galvão, quando exercia a função de Secretário de Transportes do Rio de Janeiro. Depois, como Secretário de Obras do Estado do Rio de Janeiro, ele teria recebido R$ 4 milhões do colaborador Marcos Vidigal do Amaral, por meio do Setor de Operações Estruturadas.
O que ele diz: "Sobre a autorização do ministro Edson Fachin para abertura de inquérito para investigar o deputado Julio Lopes, informo: O deputado Julio Lopes confia no trabalho das instituições e se coloca à disposição da Justiça para colaborar com informações que vão esclarecer todos os fatos. O parlamentar reitera que todas as suas contas eleitorais foram aprovadas pela Justiça."
Fábio Faria (PSD-RN), deputado federal
Qual a denúncia: O deputado Fábio Faria (PSD-RN) é suspeito de receber recursos da Odebrecht Ambiental via caixa 2 para abastecer sua campanha eleitoral em 2010, segundo inquérito autorizado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).
O que ele diz: O G1 entrou em contato com a assessoria do deputado, que ainda não se pronunciou.
Heráclito Fortes (PSB-PI), deputado federal
Qual a suspeita: O deputado federal Heráclito de Sousa Fortes é suspeito de ter recebido vantagem não contabilizada na campanha eleitoral de 2010, quando era candidato ao Senado. De acordo com as declarações dos colaboradores Cláudio Melo Filho e José de Carvalho Filho, teriam sido repassados R$ 200 mil por meio de pagamento efetuado pelo Setor de Operações Estruturados da Odebrecht.
O que ele diz: "Ele não tem conhecimento dos termos do pedido de abertura de inquérito formulado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Não pode, portanto, se manifestar acerca da reportagem do jornal O Estado de S.Paulo sem ser leviano e especulativo."
Beto Mansur (PRB-SP), deputado federal
Qual a suspeita: O deputado federal Paulo Roberto Gomes Mansur, conhecido como Beto Mansur, é acusado de receber pagamento de valores da Odebrecht, a pretexto de campanha eleitoral, para favorecer interesses da construtora em Santos (SP) – cidade onde o político foi prefeito de 1997 a 2004. Segundo o inquérito autorizado por Fachin, existem indícios de falsidade documental.
O que ele diz: "Recebi doações feitas por empresas, dentre elas a Odebrecht, para minha campanha eleitoral. Essas doações foram efetuadas dentro da legislação vigente à época. Todas essas doações constam da minha prestação de contas, aprovada pela Justiça Eleitoral, com o nome da empresa, CNPJ, data e valor. Não há nada de errado e tudo foi feito com transparência e rigorosamente dentro da lei."
Antônio Brito (PSD-BA), deputado federal
Qual a suspeita: O deputado federal Antônio Luiz Paranhos Ribeiro Leite de Brito (PSD-BA) é acusado de receber apoio financeiro da Odebrecht, nas eleições de 2010. O colaborador José de Carvalho Filho teria repassado R$ 100 mil para a campanha do político. Segundo inquérito autorizado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), existem indícios de falsidade documental. O pai de Antônio, Edvaldo Pereira de Brito, então candidato ao cargo de senador pela Bahia em 2010, também é suspeito de ter recebido dinheiro da construtora. No caso dele, a quantia teria sido de R$ 200 mil.
O que ele diz: "Antonio Brito e Edvaldo Brito declaram que recebem a notícia da autorização para apuração dos fatos relativos à eleição de 2010 com total serenidade, uma vez que se trata de procedimento legal, no qual será possível apurar a verdade dos fatos. Destacam, ainda, que doações eleitorais recebidas, relativas a campanha de 2010, foram declaradas e aprovadas nas prestações de contas ao TSE."
Décio Lima (PT-SC), deputado federal
Qual a suspeita: O deputado Décio Lima é suspeito de pedir que a Odebrecht abastecesse o caixa 2 da campanha de sua esposa, Ana Paula Lima, durante a corrida eleitoral de 2012 para a prefeitura de Blumenau (SC), segundo o inquérito autorizado por Fachin.
O que ele diz: "Em relação a menção do meu nome nas investigações do Supremo Tribunal Federal, recebo com tranquilidade, uma vez que confio que a verdade prevalecerá e a justiça será feita. Declaro que sou o maior interessado no esclarecimento de toda esta situação. É importante destacar que não sou réu nem investigado em nenhum processo da Lava Jato. A minha vida pública sempre foi pautada pela ética, lisura e transparência e a minha história demonstra a preocupação com a legalidade de todos os meus atos."
Arlindo Chinaglia (PT-SP), deputado federal
Qual a suspeita: O deputado Arlindo Chinaglia é suspeito de cobrar propina da Odebrecht para facilitar a licitação da Unisa Hidrelétrica de Santo Antônio, segundo o inquérito autorizado por Fachin. Os valores teriam chegado a R$ 10 milhões, de acordo com Henrique Serrano do Prado Valladares, ex-vice-presidente da Odebrecht; Augusto Roque Dias Fernandes Filho, diretor superintendente da Odebrecht; José de Carvalho Filho, ex-diretor da Odebrech; e Benedicto Barbosa da Silva Júnior, o "BJ", ex-presidente da Odebrecht.
O que ele diz: "Frente à divulgação de uma lista em que o nome do deputado de forma surpreendente aparece, e por não saber onde e de que maneira foi citado, o deputado está determinado a buscar, junto ao Supremo Tribunal Federal, todas as informações para que a verdade prevaleça."
Ana Paula Lima (PT-SC), deputada estadual
Qual a suspeita: A deputada Ana Paula Lima é suspeita de receber recursos da Odebrecht via caixa 2 para sua campanha à prefeitura de Blumenau (SC) em 2012, segundo o inquérito autorizado por Fachin.
O que ela diz: "Declaro serenidade e estou à disposição das autoridades competentes para prestar todos os esclarecimentos. Afirmo que não sou ré nem investigada em nenhum processo da Lava Jato. Afirmo que as doações à minha campanha eleitoral foram declaradas e aprovadas pelos órgãos competentes, e que minha conduta pública é regida pelos princípios da ética, moral e legalidade."
Vital do Rêgo Filho, ministro do Tribunal de Contas da União
Qual a suspeita: O ministro e ex-senador Vitao do Rêgo Filho pela Paraíba é suspeito de receber recurso para campanha via caixa 2, no valor de R$ 350 mil. As investigações foram pedidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) com base nas delações premiadas de executivos e ex-executivos da Odebrecht.
O que ele diz: "O ministro do TCU Vital do Rêgo e sua defesa não tiveram acesso ao conteúdo do pedido de abertura de inquérito mencionado pela imprensa. O ministro está à disposição das autoridades e confia que será comprovada a falta de relação entre ele e os fatos investigados."
Rosalba Ciarlini (PP), prefeita de Mossoró (RN) e ex-governadora do Estado
Qual a suspeita: Ex-governadora do Rio Grande do Norte e atual prefeita de Mossoró, Rosalba Ciarlini (PP), é investigada junto com o atual governador Robinson Mesquita de Faria (PSD), e o deputado federal Fábio Faria (PSD) devido às delações de Alexandre José Lopes Barradas, Fernando Luiz Ayres da Cunha Reis, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, Ariel Parente e João Antônio Pacífico Ferreira. Segundo o Ministério Público, a Odebrecht Ambiental desejava desenvolver PPP's (Parcerias Público-Privadas) de saneamento básico no estado e, por isso, a Odebrecht doou R$ 350 mil a Rosalba Ciarlini e a Robinson Faria e R$ 100 mil ao deputado Fábio Faria na campanha de 2010 "para eventual favorecimento em projetos relacionados a saneamento básico".
O que ela ela diz: Ela diz que nunca recebeu doação de campanha da Odebrecht nem contratou qualquer obra ou serviço com essa empresa ou grupo. Afirma ainda que isso prova a completa improcedência da referência a seu nomes.
Valdemar da Costa Neto (PR)
Qual a suspeita: O ex-deputado federal Valdemar da Costa Neto (PR) é alvo de um dos inquéritos abertos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) porque, de acordo com delatores da Odebrecht, seu grupo teria cobrado propina para garantir à empreiteira a execução de obra referente à Ferrovia Norte-Sul, conduzida pela empresa pública Valec. O inquérito que envolve Costa Neto apura os crimes de corrupção passiva, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Embora Costa Neto não tenha foro privilegiado, ele é parte do inquérito em que o deputado federal Milton Monti (PR-SP), detentor de foro, será investigado.
O que ele diz: Não se manifestou. O PR disse ter "por norma não comentar conteúdos que serão objeto de exame do poder Judiciário".
Luís Alberto Maguito Vilela, ex-senador e prefeito de Aparecida de Goiânia entre os anos de 2012 e 2014
Qual a suspeita: Ex-senador e ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB) e seu filho, o deputado federal Daniel Vilela (PMDB), são suspeitos de receberem R$ 1,5 milhão em caixa dois da empreiteira Odebrecht para campanhas, segundo a delação homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a delação dos ex-executivos da Odebrecht Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis e Alexandre José Lopes Barradas, em 2012, quando concorria à Prefeitura de Aparecida de GoIânia, Maguito recebeu R$ 500 mil para sua campanha. Os delatores ressaltam que os valores doados não foram declarados na prestação de contas oficial, enviada à Justiça Eleitoral. Além disso, os relatores disseram que, em 2014, quando Maguito já tinha sido eleito prefeito de Aparecida de Goiânia, o peemedebista pediu à Odebrecht uma doação no valor de R$ 1 milhão para a campanha de Daniel Vilela para deputado federal.
O que ele diz: Uma nota conjunta foi divulgada pelo ex-prefeito Maguito Vilela e pelo deputado Daniel Vilela (PMDB): "As campanhas de Maguito Vilela, em 2012, e de Daniel Vilela, em 2014, foram feitas inteiramente com recursos contabilizados conforme determina o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e aprovadas pela referida Corte. As prestações de contas estão disponíveis no site do TSE. Maguito e Daniel afirmam que nunca estiveram, nunca falaram, e sequer conhecem os delatores. Ambos refutam qualquer acusação."
Edvaldo Pereira de Brito, candidato ao cargo de senador pela Bahia nas eleições 2010
Qual a suspeita: Edvaldo Brito é suspeito de ter recebido R$ 200 mil para campanha eleitoral de 2010 por meio do departamento de propinas da Odebrecht, quando concorria ao cargo de senador. De acordo com o inquérito, o ex-diretor de relações institucionais da empresa Cláudio Melo foi quem informou que houve apoio financeiro por parte do Grupo Odebrecht, no contexto das eleições do ano de 2010. O repasse dos valores teria sido feito por José de Carvalho Filho, ex-funcionário da construtora, que teria disponibilizado R$ 200 mil para Edvaldo Brito, e outros R$ 100 mil para a campanha do filho dele, Antônio Brito. Os pagamentos teriam sido implementados por meio do Setor de Operações Estruturadas da empresa, responsável pelo pagamento de propinas.
O que ele diz: "Antonio Brito e Edvaldo Brito declaram que recebem a notícia da autorização para apuração dos fatos relativos à eleição de 2010 com total serenidade, uma vez que se trata de procedimento legal, no qual será possível apurar a verdade dos fatos. Destacam, ainda, que doações eleitorais recebidas, relativas a campanha de 2010, foram declaradas e aprovadas nas prestações de contas ao TSE."
Oswaldo Borges da Costa, ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais
Qual a suspeita: Ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) Oswaldo Borges da Costa Filho responde a dois inquéritos. O primeiro diz respeito à construção da Cidade Administrativa durante o governo de Aécio Neves no estado. No segundo inquérito, Oswaldo Borges da Costa é investigado, junto com os senadores Aécio e Antonio Anastasia (PSDB) e com o marqueteiro Paulo Vasconcelos do Rosário Neto, por vantagens indevidas a pretexto da campanha eleitoral de Anastasia ao governo de Minas Gerais, em 2009 e 2010, a pedido de Aécio. De acordo com os delatores, em 2009, a empreiteira pagou R$ 1,8 milhão, e em 2010, o valor pago em vantagens indevidas foi de R$ 5,47 milhões. Em ambos os inquéritos , Borges da Costa é suspeito de corrupção passiva, ativa e lavagem de dinheiro.
O que ele diz: O G1 não localizou o advogado que representa Oswaldo Borges da Costa.
Cândido Vaccarezza, ex-deputado federal pelo PT
Qual a suspeita: Ex-deputado federal Cândido Elpídio de Souza Vaccarezza (PT) é suspeito de receber propina da empresa Odebrecht. Segundo o Ministério Público, no ano de 2012, o então deputado Cândido Vaccareza e os deputados Carlos Alberto Rolim Zarattini e João Carlos Paolilo Bacelar Filho solicitaram vantagem indevida à Odebrecht Realizações Imobiliárias para aprovação pela Previ da aquisição da torre comercial e do shopping center no empreendimento Parque da Cidade, na Marginal Pinheiros, na Zona Sul de São Paulo. Nesse contexto, Guido Mantega teria participado para concretizar o negócio, com lançamento de crédito de R$ 27 milhões para o Partido dos Trabalhadores (PT), sendo que R$ 5 milhões seriam destinados para Zarattini e Cândido Vaccarezza.
O que ele diz: em texto postado no Facebook, o ex-deputado disse: "1 - Não respondo, hoje, a nenhum inquérito da Operação Lava Jato. Respondi a dois, um com o Juiz Moro, que foi arquivado, e outro com o Ministério Público Federal, no qual não fui denunciado. 2 - Todas as doações da Odebrecht para as minhas campanhas foram legais e declaradas à Justiça Eleitoral. 3 - Quanto à acusação de Sérgio Machado, que teria repassado recurso à minha campanha em 2010 através do Diretório Regional do PT, é falsa. Não houve repasse para a minha conta de campanha pelo Diretório Regional do PT em 2010. Estou processando o Senhor Sergio Machado pelas calúnias ao meu respeito. 4 - Nunca fui processado e não respondo a nenhum processo. 5 - Não conheço as circunstâncias em que o meu nome foi incluído nesta lista. 6 - Sou Ficha Limpa".
Guido Mantega, ex-ministro
Qual a suspeita: Ex-ministro da Fazenda Guido Mantega é suspeito de ter recebido R$ 27 milhões em propina para facilitar a venda de uma torre comercial e um shopping na Marginal Pinheiros, em São Paulo. O esquema teria envolvido também dois deputados federais e um ex-parlamentar, segundo inquérito aberto pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Lava Jato. Segundo três delatores (Marcelo Odebrecht, Paul Elie Altit e Paulo Ricardo Baqueiro de Melo), em 2012 Mantega e os deputados federais Carlos Zarattini (PT-SP) e João Carlos Bacelar (PR-BA) se comprometeram a ajudar o braço imobiliário da empreiteira, a Odebrecht Realizações Imobiliárias, a vender uma torre comercial e um shopping na Marginal Pinheiros, em São Paulo, no condomínio Parque da Cidade. O negócio envolveria o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (Previ). Os delatores disseram que, em troca, a Odebrecht pagou R$ 27 milhões para o PT. Do total, R$ 5 milhões foram destinados ao deputado federal e ao ex-parlamentar Cândido Vaccarezza, que à época estava no Partido dos Trabalhadores.
O que ele diz: O advogado José Roberto Batochio diz que a defesa de Mantega ainda não conhece os motivos para abertura do inquérito e que só vai se pronunciar quando tiver acesso ao teor da denúncia.
César Maia (DEM), vereador, ex-prefeito do Rio de Janeiro e ex-deputado federal
Qual a suspeita: César Maia é investigado em dois inquéritos. Em um deles, tanto ele quanto o filho Rodrigo Maia são suspeitos de receber repasses da Odebrecht nos anos eleitorais 2008, 2010 e 2014. No segundo, os dois são citados como suspeitos, ao lado do atual presidente do Senado Federal, Eunício Lopes de Oliveira, do ex-presidente do Senado Renan Calheiros e do senador Romero Jucá, de receber vantagem indevida para aprovar leis favoráveis à Odebrecht.
O que ele diz: César Maia afirma que a investigação vai mostrar que ele nunca recebeu doação da Odebrecht, somente do partido. Segundo ele, a construtora doou primeiro ao partido, depois repassou os valores a ele. Ele afirma que só soube disso na abertura das contas.
Paulo Bernardo da Silva, ex-ministro
O que ele diz: Paulo Bernardo nega ter feito esse pedido e informa que não teve qualquer conversa com executivos da Odebrecht para tratar da inclusão da obra no PAC. "Ela foi incluída de maneira absolutamente lícita e atendendo a reivindicação da bancada federal do RS, sem qualquer participação da empresa Odebrecht", afirma a advogada Verônica Sterman.
Eduardo Paes (PMDB), ex-prefeito do Rio de Janeiro
Qual a suspeita: Segundo Benedicto Barbosa, o homem forte do Departamento de Propinas da Odebrecht, o prefeito, apelidado de “Nervosinho” nas planilhas, recebeu mais de R$ 15 milhões “ante seu interesse na facilitação de contratos relativos às Olimpíadas de 2016”. Da transação, realizada em 2012, R$ 11 milhões foram repassados no Brasil e outros R$ 5 milhões, a de contas no exterior.
O que ele diz: O ex-prefeito afirma que nunca aceitou propina para beneficiar os interesses da Odebrecht. Diz ainda que nunca teve contas no exterior e que todos os recursos recebidos em sua campanha de reeleição doram devidamente declarados à Justiça Eleitoral.
José Dirceu
Qual a suspeita: O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, preso no processo do Mensalão e também na Operação Lava Jato, é suspeito de ter intermediado repasses para campanhas eleitorais que somam R$ 600 mil entre 2008 e 2014. As informações constam do acordo de delação premiada do colaborador Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis. De acordo o documento que autoriza a abertura de inquérito, o colaborador informou que se reuniu com Dirceu em encontros para tratar das contribuições para as campanhas municipais dos anos de 2008 e 2012 e para o legislativo estadual e federal no ano de 2010, para que fossem feitos repasses conforme as indicações do ex-ministro. Os repasses eram feitos, segundo o colaborador, em espécie no valor aproximado de R$ 350 mil, identificados com o codinome “Guerrilheiro”. Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis informou que os repasses iam diretamente para beneficiários, e não para Dirceu. O colaborador também informou que, entre 2010 e 2014, foram efetuados R$ 250 mil para a campanha do deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR), também por intermédio de Dirceu.
O que ele diz: O advogado Roberto Podval diz que só vai comentar após ter conhecimento da íntegra da denúncia.
Napoleão Bernardes, prefeito de Blumenau (SC)
Qual a suspeita: Segundo o Ministério Público, Napoleão Bernardes recebeu R$ 500 mil durante a campanha à prefeitura de Blumenau em 2012 para garantir a manutenção dos contratos da Odebrecht em saneamento de água e esgoto no município.
O que ele diz: "Recebo essa informação com perplexidade e com indignação. Sou o mais interessado e o primeiro interessado que a verdade seja estabelecida. E a verdade é comprovar a minha mais absoluta isenção em relação a esses fatos, que eu nem sei do que se tratam. Simplesmente é uma menção em uma lista e que não menciona o que se disse, o que se fez. Isso nos deixa perplexos e indignados por um lado, mas eu tenho a mais absoluta consciência tranquila em relação a que a verdade dos fatos vai demonstrar a nossa isenção. Meu governo é pautado por ética, seriedade, transparência, credibilidade. A minha vida pública se confunde com a minha própria história de vida. Pessoas de Blumenau me viram crescer e todos sabem da minha inocência, da minha retidão, do meu compromisso com a ética, do meu compromisso com o respeito ao interesse público e eu tenho certeza que isso haverá de ser comprovado e a justiça vai ser estabelecida. E a justiça é demonstrar toda a credibilidade, seriedade, honestidade das nossas ações. "
João Carlos Gonçalves Ribeiro, ex-secretário de Planejamento do governo de Rondônia
Qual a suspeita: Ex-secretário de planejamento de Rondônia, João Carlos Gonçalves Ribeiro, é suspeito de ter recebido R$ 1 milhão em decorrência de favorecimento nos procedimentos administrativos referentes a execução das obras da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira. De acordo com o inquérito, um dos ex-funcionários da empresa relatou que o pagamento ao secretário e ao governador da época, Ivo Narciso Cassol (PP), foram feitos pelo Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht e que o apelido dado ao servidor era "Dallas".
O que ele diz: "Após tomar conhecimento da notícia de que meu nome faz parte de investigação e tendo em vista que o inquérito foi disponibilizado, irei verificar do que se trata com a certeza de que nunca me envolvi em nenhum mal feito, e vou procurar esclarecer tudo".
Ulisses César Martins de Sousa, advogado e ex-procurador-geral do Estado do Maranhão
Qual a suspeita: O advogado Ulisses César Martins de Sousa é suspeito de ter solicitado, na época em que foi Procurador-Geral do Maranhão, vantagem indevida ao Grupo Odebrecht. Em troca, ele facilitaria o pagamento de valores devidos à empresa decorrentes de contrato administrativo, segundo consta na delação homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com o inquérito, João Antônio Pacífico Ferreira, Raymundo Santos Filho e Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, ex-funcionários da construtora, disseram que o pagamento da propina foi efetuado por meio do Setor de Operações Estruturadas e em remessa de recursos financeiros ao exterior sem o cumprimento dos requisitos normativos. O Ministério Público suspeita da conivência de José Reinaldo Tavares, que era mandatário do Executivo, pois a expressividade econômica do contrato e a facilidade de adimplemento experimentada após o pagamento da propina sugerem isso. Contudo, o órgão destaca a necessidade de apuração aprofundada dos fatos.
O que ele diz: "O Dr. Ulisses César Martins de Sousa recebeu, com surpresa, a notícia de que seu nome teria sido incluído na denominada 'lista da Odebrecht'. Ele não pode se manifestar sobre as delações antes de conhecer seu conteúdo."
Rodrigo de Holanda Menezes Jucá, candidato a vice-governador de Roraima, filho de Romero Jucá
Qual a suspeita: O ex-deputado estadual Rodrigo de Holanda Menezes Jucá (PMDB) é suspeito de ter recebido R$ 150 mil para a campanha eleitoral de 2014 por meio de departamento de propinas da Odebrecht. De acordo com o inquérito, o pai de Rodrigo, o senador Romero Jucá (PMDB), teria recebido notas técnicas do grupo Odebrecht e as transformou em emendas incluídas na Medida Provisória 651/14. Em troca, Jucá pediu que fossem repassados R$ 150 mil em doação a Rodrigo, à época, candidato a vice-governador de Roraima. O inquérito aponta que o repasse do valor foi feito por meio de doação ao diretório do PMDB em Roraima e "teve como motivação o contexto da discussão da MP 651/14". A investigação apura se houve vantagem indevida e lavagem de dinheiro.
O que ele diz: "Informamos que todas as doações para a campanha política realizada em 2014 foram feitas de acordo com a legislação eleitoral vigente. Ressaltamos ainda que Rodrigo Jucá está à disposição para prestar qualquer informação necessária e espera que tudo seja apurado com agilidade e transparência. Informamos ainda que as contas da campanha foram analisadas e aprovadas pelos órgãos competentes."
Paulo Vasconcelos, marqueteiro de Aécio Neves
Qual a suspeita: O marqueteiro do senador Aécio Neves (PSDB), Paulo Vasconcelos, é investigado no inquérito que apura repasses de R$ 1,8 milhão e de R$ 5,47 milhões que teriam sido feitos pela Odebrecht para a campanha do hoje senador Antonio Anastasia (PSDB) ao governo de MG, a pedido de Aécio. Paulo Vasconcelos é suspeito de corrupção passiva e ativa, além de lavagem de dinheiro. Os delatores Sérgio Luiz Neves e Benedicto Barbosa falaram em repasses de R$ 1,8 milhão em 2009 e R$ 5,47 milhões em 2010, época em que eram executivos da Odebrecht. Nesse mesmo inquérito, também é investigado Oswaldo Borges da Costa, ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig).
O que ele diz: Paulo Vasconcelos afirma que conduziu todas as campanhas das quais participou dentro do que estava previsto na lei. "Essas delações contêm informações falsas, que serão desmentidas ao longo das investigações."
Eron Bezerra, marido da senadora Vanessa Grazziotin
O que ele diz: "Eu não sei nem que diabo é. Eu nunca tive contato com a Odebrecht, portanto eu não sei nem do que se trata [a lista do Fachin]. Infelizmente isso virou um negócio genérico. Eu não tenho a menor condição de opinar [sobre isso]. Eu repito: nunca tive contato com a Odebrecht, com Camargo Correia, Gutierrez ou com qualquer empreiteira dessas, portanto não sei como apareceu meu nome em uma relação de pessoas que receberam doação. É mais uma irresponsabilidade das muitas que acontecem nessa época de caça às bruxas."
Moisés Pinto Gomes, marido da senadora Kátia Abreu
Qual a suspeita: Marido da senadora Kátia Abreu (PMDB), Moisés Pinto Gomes é suspeito de ter recebido valores da empreiteira Odebrecht em nome da senadora para a campanha eleitoral de 2014. No total, a empresa teria destinado R$ 500 mil ao casal. Os valores teriam sido entregues a Moisés e não tenham sido contabilizados oficialmente. Segundo delação de Cláudio Melo Filho, José de Carvalho Filho, Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis e Mário Amaro da Silveira, a propina foi dividida em duas parcelas de R$ 250 mil e foi destinada à campanha eleitoral de Kátia Abreu ao Senado em 2014. Os delatores disseram que as entregas foram feitas com o intermédio de Moisés. De acordo com o inquérito, os repasses ocorreram em setembro e outubro de 2014 em encontros no Hotel Meliá Jardim Europa, em São Paulo. As operações teriam sido efetuadas por meio do Setor de Operação Estruturadas do Grupo Odebrecht, que ficou conhecido como departamento da propina. Os repasses à campanha da senadora eram identificados pelo codinome “Machado”.
O que ele diz: "Lamentavelmente, por desconhecer o conteúdo da decisão do ministro Edson Fachin, não tenho, neste momento, elementos suficientes que me permitam rebater as supostas acusações feitas contra mim e o meu marido, mas afirmo categoricamente que, em toda a minha vida pública, nunca participei corrupção e nunca aceitei participar de qualquer movimento de grupos fora da lei. Estarei à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários de maneira a eliminar qualquer dúvida sobre a nossa conduta. Sigo trabalhando no Senado pelo Brasil e pelo Tocantins. Minha história e minha correção são a base fundamental da minha defesa", diz a nota conjunta com a mulher, Kátia Abreu.
Humberto Kasper
Qual a suspeita: Ex-presidentes da Trensurb, empresa responsável pelo sistema de trem que liga Porto Alegre a Novo Hamburgo, foram citados nas delações da Odebrecht por Benedicto Barbosa da Silva Júnior e Valter Luis Arruda Lana. Eles relataram pedido de pagamento de "vantagens indevidas" relacionadas à construção da linha 1, entre São Leopoldo e Novo Hamburgo. O valor do contrato correspondia a mais de R$ 323 milhões. Segundo os depoimentos, os pedidos por repasses ocorreram em três situações diferentes. Os pagamentos ocorreram entre 2009 e 2010 por meio do Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht.
O que ele diz: G1 ligou para o escritório de advocacia, mas ninguém atende.
Marco Arildo Prates da Cunha
Qual a suspeita: Ex-presidentes da Trensurb, empresa responsável pelo sistema de trem que liga Porto Alegre a Novo Hamburgo, foram citados nas delações da Odebrecht por Benedicto Barbosa da Silva Júnior e Valter Luis Arruda Lana. Eles relataram pedido de pagamento de "vantagens indevidas" relacionadas à construção da linha 1, entre São Leopoldo e Novo Hamburgo. O valor do contrato correspondia a mais de R$ 323 milhões. Segundo os depoimentos, os pedidos por repasses ocorreram em três situações diferentes. Os pagamentos ocorreram entre 2009 e 2010 por meio do Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht.
O que ele diz: Em nota, Marco Arildo Cunha disse que "não são verdadeiros os fatos relatados" pelos executivos da Odebrecht. "A execução da obra de extensão da Trensurb seguiu e respeitou todas as condicionantes estipuladas pelo Tribunal de Contas de União para realização da mesma." O ex-presidente da Trensurb disse ainda os órgãos de controle aprovaram "todas as contas" de sua gestão. "Essas são acusações injuriosas, e vou provar minha total inocência e fazer que reparem os danos de imagem e profissional que me causaram. Estou à disposição da Justiça para o cabal esclarecimento dos fatos."
Vado da Famárcia, ex-prefeito do Cabo de Santo Agostinho
Qual a suspeita: O ex-prefeito do Cabo de Santo Agostinho, José Ivaldo Gomes (PTB), conhecido como Vado da Farmácia, e o vereador José Feliciano de Barros Júnior (PMN), o Cianinho, serão investigados pela Procuradoria-Geral da República sob suspeita dos crimes de corrupção ativa e passiva, que preveem pena dois a 12 anos de prisão, além de multa. Ambos são suspeitos de terem recebido recursos ilícitos repassados pelo grupo Odebrecht. Segundo o depoimento de dois delatores, Djean Vasconcelos Cruz e Paul Elie Altit, Vado da Farmácia recebeu, em 2012, R$ 150 mil para a campanha eleitoral à Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho, município localizado na Região Metropolitana do Recife. As transações teriam sido realizadas a pedido do próprio candidato com objetivo de favorecimento no empreendimento Reserva do Paiva. Também é alvo da investigação o pagamento de R$ 750 mil a Vado da Farmácia e a José Feliciano no ano de 2014, tendo como contrapartida ao Grupo Odebrechet a desoneração fiscal junto à Prefeitura do Cabo, entre outras vantagens no projeto Praia do Paiva. Os valores teriam sido repassados pelo Setor de Operações Estruturadas, sendo o beneficiário identificado com o apelido 'Bolsas'.
O que ele diz: A assessoria do ex-prefeito informa que ele nega ter recebido qualquer recurso de forma ilícita para sua campanha eleitoral em 2012, que suas contas foram aprovadas pela Justiça Eleitoral, que não tem nada a temer e se coloca à disposição da Justiça para fazer os esclarecimentos necessários.
José Feliciano (PMN), vereador em Cabo de São Agostinho (PE)
Qual a suspeita: O ex-prefeito do Cabo de Santo Agostinho, José Ivaldo Gomes (PTB), conhecido como Vado da Farmácia, e o vereador José Feliciano de Barros Júnior (PMN), o Cianinho, serão investigados pela Procuradoria-Geral da República sob suspeita dos crimes de corrupção ativa e passiva, que preveem pena dois a 12 anos de prisão, além de multa. Ambos são suspeitos de terem recebido recursos ilícitos repassados pelo grupo Odebrecht. Segundo o depoimento de dois delatores, Djean Vasconcelos Cruz e Paul Elie Altit, Vado da Farmácia recebeu, em 2012, R$ 150 mil para a campanha eleitoral à Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho, município localizado na Região Metropolitana do Recife. As transações teriam sido realizadas a pedido do próprio candidato com objetivo de favorecimento no empreendimento Reserva do Paiva. Também é alvo da investigação o pagamento de R$ 750 mil a Vado da Farmácia e a José Feliciano no ano de 2014, tendo como contrapartida ao Grupo Odebrechet a desoneração fiscal junto à Prefeitura do Cabo, entre outras vantagens no projeto Praia do Paiva. Os valores teriam sido repassados pelo Setor de Operações Estruturadas, sendo o beneficiário identificado com o apelido 'Bolsas'.
O que ele diz: O vereador José Feliciano de Barros Júnior disse que estava surpreso com a citação na lista de supostos beneficiários do esquema de propinas da empreiteira Odebrecht. Por telefone ele disse, no fim da manhã desta quarta-feira (12), que vai procurar saber o teor da denúncia. Ele disse que estranhou o envolvimento do nome na lista de Fachin, relator da Lava Jato no STF. Segundo ele, como procurador do município não tinha acesso a pagamentos feitos pela gestão municipal. O parlamentar disse que mantém padrão de vida de acordo com os ganhos e que nunca teve envolvimento com os supostos milhões. Ele justificou que deixou a administração do ex-prefeito do Cabo Vado da Farmácia (sem partido), também citado na lista, por não concordar com as diretrizes políticas.
Outros 10 políticos da lista de Janot, incluídos inicialmente na relação de inquéritos abertos, tiveram, na verdade, um pedido de retorno à PGR para nova manifestação, segundo o STF. Os inquéritos deles ainda não foram abertos.
São eles:
Roberto Freire (PPS), ministro da Cultura
Qual a suspeita: Segundo delações de Carlos Armando Guedes Paschoal e Benedito Barbosa da Silva Júnior, Freire recebeu R$ 200 mil durante campanha a deputado federal em 2010.
O que ele diz: O ministro só irá se manifestar sobre a abertura de inquérito quando tiver acesso ao teor das delações. "O ministro, entretanto, reforça sua idoneidade em toda a sua trajetória política e sua disposição em contribuir com os esclarecimentos necessários à Justiça."
Eduardo Amorim (PSDB-SE), senador
Qual a suspeita: De acordo com os delatores, o senador Eduardo Amorim (PSDB-SE) recebeu dinheiro de caixa 2 da construtora Odebrecht para a campanha ao governo de Sergipe em 2014.
O que ele diz: “O meu nome foi citado na 'lista de Fachin' junto ao da senadora Maria do Carmo (DEM-SE) e que o então prefeito João Alves (DEM-SE) teria solicitado R$ 600 mil para as duas campanhas em 2014. Gostaria de esclarecer que não autorizei ninguém a pedir valores para a campanha em meu nome, nunca tive qualquer contato e não conheço os empresários Fernando Luiz Ayres da Cunha Reis e Alexandre José Lopes Barradas – delatores da Lava Jato. Nunca e em tempo algum pedi nada a Odebrecht e, repito, não autorizei ninguém a solicitar dinheiro e muito menos tive conhecimento disso. A minha campanha não utilizou recursos de caixa dois. E isso fica comprovado, inclusive, na denúncia divulgada, onde meu nome não aparece como requerente nem recebedor destes recursos. Quem solicitou valores aos empresários para uso em caixa dois, que explique e responda pelos seus atos. Todas as doações da minha campanha foram oficiais, declaradas e encontram-se à disposição no site do TSE. No mais, estou à disposição da Justiça para possíveis esclarecimentos.”
Maria do Carmo Alves (DEM-SE), senadora
O que ela diz: "A senadora Maria do Carmo recebeu com surpresa a noticia de que havia sido citada em uma das delações da Lava-Jato e vai aguardar os desdobramentos da investigação para poder se pronunciar."
Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), senador
Qual a suspeita: Na delação de Ariel Parente Costa, João Antônio Pacífico Ferreira e Benedicto Barbosa da Silva Júnior, o senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) teria recebido R$ 200 mil em caixa 2 para financiar sua campanha ao Senado Federal em 2010. As doações teriam sido efetuadas pelo setor de propinas da Odebrecht, e pagas em duas parcelas. Garibaldi Alves Filho teria como apelido “Lento”, no sistema da construtora.
O que ele diz: “O senador Garibaldi Filho (PMDB-RN) se declara surpreso com a notícia de inclusão do seu nome nas notícias de delações e, ao mesmo tempo em que nega tais suspeitas, põe-se à disposição da Justiça para quaisquer esclarecimentos, inclusive disponibilizando os sigilos bancário, fiscal e telefônico, e espera agilidade na apuração e responsabilidade na distinção entre doações lícitas e sem qualquer contrapartida das doações irregulares.”
José Agripino Maia (DEM-RN), senador
Qual a suspeita: De acordo com os delatores, o senador e presidente do Democratas, José Agripino Maia (DEM-RN), teria recebido “vantagens não contabilizadas” no valor de R$ 100 mil do setor de propinas da construtora Odebrecht para a campanha ao Senado Federal. O apelido do Senador no sistema era “Pino”.
O que ele diz: "Mesmo não tendo sido candidato em 2014 e desconhecendo o teor das menções a mim atribuídas, coloco-me à disposição da justiça para colaborar com as investigações que se venham a requerer", diz, em nota.
Marta Suplicy (PMDB-SP), senadora
Qual a suspeita: Segundo os delatores, a senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) teria recebido do setor de propinas da Odebrecht mais de R$ 1 milhão em caixa 2 para as campanhas à prefeitura de São Paulo em 2008 e ao Senado Federal em 2010. Na época, Marta era filiada ao PT. Os repasses teriam sido efetuados a pedido de Márcio Toledo, arrecadador das campanhas.
O que ela diz: "Vimos esclarecer que o ministro Edson Fachin não determinou a abertura de investigação contra a senadora Marta Suplicy, mas, sim, retornou a denúncia para o procurador-geral Rodrigo Janot para avaliar a extinção de punibilidade. Os fatos mencionados na delação são inteiramente falsos. A conduta da senadora Marta Suplicy sempre foi baseada nos princípios éticos que marcam toda sua vida pública."
Felipe Maia (DEM-RN), deputado federal
O que ele diz: “Não fui notificado sobre o teor das acusações que envolvem meu nome. Ratifico minha disposição em colaborar com a Justiça para a elucidação de todos os fatos que me mencionem.”
Jarbas de Andrade Vasconcelos (PMDB-PE), deputado federal
O que ele diz: "O deputado federal Jarbas Vasconcelos esclarece que os recursos recebidos em suas campanhas, proveniente da Odebrecht ou de qualquer outra empresa, foram repassados dentro da lei e estão declarados e aprovados pela Justiça Eleitoral. Todos os valores estão inclusive disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral de forma clara e transparente."
Paes Landim (PTB-PI), deputado federal
Qual a suspeita: O deputado Paes Landim (PTB-PI) aparece no inquérito 4.439 como recebedor de R$ 100 mil em caixa 2 para a campanha de 2010 à Câmara de Deputados. Landim, atualmente na oitava legislatura, aparece no sistema de propinas da Odebrecht com o apelido “Decrépito”.
O que ele diz: "O deputado Paes Landim não foi incluído na lista de Fachin. O ministro determinou que o seu caso, juntamente com outros sete, fosse enviado de volta à PGR, para uma nova avaliação. Cumpre destacar que as menções até então feitas ao deputado foram realizadas pelo senhor Claudio Melo Filho, que afirmou expressamente que a construtora fez doação ao deputado em razão de um pronunciamento que fizera quando do falecimento de seu pai - que também era piauiense - e do seu bom trânsito no Congresso, e não como forma de pagamento de propina, ou em razão de qualquer demanda que tenha contado com a ajuda ou simpatia de Landim. O deputado confirma o recebimento da doação, que se encontra registrada em sua prestação de contas à Justiça Eleitoral em dois recibos eleitorais, de números 014100600000PI000030 e 014100600000PI000036. Portanto, conforme determinava, à época, a legislação eleitoral."
Márcio Toledo, arrecadador das campanhas da senadora Marta Suplicy
Qual a suspeita: Segundo os delatores, Márcio Toledo teria pedido ao setor de propinas da Odebrecht mais de R$ 1 milhão em caixa 2 para as campanhas de Marta Suplicy (PMDB-SP) à prefeitura de São Paulo em 2008 e ao Senado Federal em 2010. Na época, Marta era filiada ao PT.