Supremo Tribunal Federal suspende julgamento de possível fim do inquérito contra Temer
O julgamento sobre o pedido de suspensão do inquérito contra o presidente da República, Michel Temer (PMDB), foi suspenso por decisão da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia.
A informação foi divulgada inicialmente pela GloboNews.
No sábado passado, o relator da Operação Lava Jato no Supremo, ministro Edson Fachin, determinou que o pedido feito pela defesa de Temer fosse analisado pelo plenário da Corte. A expectativa é que a discussão fosse pautada para esta quarta-feira.
Entretanto, a ministra Cármen Lúcia decidiu suspender a análise do caso tomando por base a própria solicitação de Fachin, que condicionava o julgamento após “concluída e juntada aos autos a perícia, sobre ela imediatamente (intimem-se) o procurador-geral da República e os defensores para que, com urgência, no prazo de 24 horas, se manifestem”.
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A perícia em questão envolve a gravação da conversa entre Temer e o empresário Joesley Batista, dono da JBS. Gravada em março deste ano, a conversa indicaria que o presidente da República deu aval para Batista fazer pagamentos ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ao operador Lúcio Funaro, em troca do silêncio de ambos, que seguem presos.
A divulgação do teor do áudio, na quinta-feira, caiu como uma bomba sobre o Palácio do Planalto, aprofundando a crise política e paralisando o andamento das reformas da Previdência e Trabalhista, vistas como fundamentais para a retomada da economia no país.
Responsáveis pela perícia da gravação, os peritos da Polícia Federal solicitaram a entrega do gravador usado por Batista para captar o áudio da conversa com Temer, o que deve acontecer nesta terça-feira, de acordo com a defesa do dono da JBS. Não há prazo para a conclusão da perícia.
Em dois pronunciamentos desde o início da crise, e posteriormente em uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Temer negou ter cometido qualquer ilícito e garantiu que não irá renunciar.