1 ano do Governo de Donald Trump
Donald Trump completa neste sábado (20) seu primeiro ano de mandato como presidente dos Estados Unidos. Foi tempo suficiente para mostrar que ele é, em muitos sentidos, um líder como os americanos nunca viram antes.
Defensor de projetos polêmicos, sempre pronto a dizer (ou postar no Twitter) suas verdades, doa a quem doer, Trump chegou ao cargo contrariando a maioria das previsões e pesquisas.
Vencedor pelo sistema do colégio eleitoral, mesmo tendo recebido menos votos que a adversária Hillary Clinton, o empresário de 71 anos assumiu o comando de um país dividido. Sua taxa de aprovação na posse, de apenas 40%, foi a menor entre seus três antecessores mais recentes e estava 40 pontos abaixo da de Barack Obama. Atualmente, a taxa de Trump se mantém maior que o patamar de seu antecessor.
Adversários – e até mesmo alguns republicanos – colocaram em xeque a saúde mental de Trump, considerando a aparente instabilidade emocional e a facilidade com que o presidente parece se irritar. Em fevereiro de 2017, profissionais de saúde mental demonstraram preocupação com a "grave instabilidade" de Trump, em uma carta publicada pelo jornal “The New York Times”.
Neste ano, a publicação do livro “Fire and Fury: Inside the Trump White House" ('Fogo e Fúria: Dentro da Casa Branca de Trump', em tradução livre), de Michael Wolff, atingiu a imagem de Trump como uma bomba.
O autor, que afirma ter tido acesso direto ao presidente e a muitos de seus assessores mais próximos, garante que a própria equipe de Trump o vê como uma “criança” e um “imbecil, idiota”. O presidente diz que o livro é uma obra de ficção, cheia de mentiras, e tentou impedir sua publicação.
De polêmica em polêmica, no entanto, Trump seguiu adiante e conseguiu implementar algumas de suas propostas, como a reforma fiscal e a restrição à entrada de estrangeiros de alguns países nos EUA, sob a alegação de defender a segurança do país.
Confira 12 marcas deste primeiro ano de governo Trump, explicadas ponto a ponto mais abaixo:
- Empregos e bolsa em alta
- Conflitos com a imprensa
- Nomeação de muitos juízes
- Medidas anti-Obama
- Inimizades internacionais com Coreia do Norte e Irã
- Boas relações com alguns líderes estrangeiros
- Reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel
- A novela da suposta influência russa
- Medidas ambientais polêmicas
- O fracasso da derrubada do Obamacare
- O muro anti-imigrantes na fronteira com o México
- Banimento de estrangeiros em nome da segurança
Empregos e bolsa em alta
A economia é o quesito no qual Trump recebe as notas mais altas da população. Em outubro, pesquisa do “Wall Street Journal” mostrou que 42% dos entrevistados apoiavam suas medidas no setor.
Sean Spicer, o primeiro secretário de imprensa de Trump, ficou conhecido entre jornalistas pelo tom rude com que tratava repórteres e chegou a proibir alguns veículos de imprensa renomados de participarem de entrevistas coletivas na Casa Branca.
Além disso, o presidente frequentemente ataca jornais e emissoras de TV: ele se refere ao “The New York Times” como “failing NY Times”, por exemplo, e acusa a CNN de veicular “fake news”.
Trump chegou ao ponto de publicar no Twitter um vídeo com uma montagem que o mostrava derrubando e espancando um homem cujo rosto foi substituído pela logomarca da CNN.
Nomeador de juízes
Trump deixará um legado duradouro nos tribunais norte-americanos. Desde que assumiu, ele foi o presidente que mais nomeou juízes nos últimos 40 anos. Com cargos vitalícios, esses magistrados e suas decisões provocarão impactos por décadas no país.
Até 3 de novembro, Trump já havia nomeado oito juízes para cortes federais e quatro para cortes distritais, com predominância absoluta de homens brancos, em muitos casos inexperientes e, em geral, com perfil fortemente conservador.