Para economista, agenda de reformas será mantida seja qual for o resultado das eleições 2018



“O presidente a ser eleito em outubro, seja quem for, não vai representar ameaça à continuidade das reformas econômicas que vêm sendo feitas há cerca de um ano e meio.” A opinião é de Ricardo Teixeira, professor da Fundação Getúlio Vargas no Rio (FGV-Rio).
Em entrevista, Texeira considerou positivo o discurso feito nesta quarta-feira (24) pelo presidente Michel Temer no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, tendo em vista, principalmente, o fato de o pronunciamento acontecer no mesmo dia em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estar sendo julgado na 4ª Vara Federal, em Porto Alegre, no âmbito da Operação Lava a Jato.
Falando para líderes mundiais, empresários e investidores, Temer fez um balanço de sua gestão e garantiu que não há risco delas serem interrompidas pelo próximo governo. Entre os pontos positivos, o presidente apontou a queda da inflação para menos de 3% em 2017, a redução dos juros básicos (Taxa Selic) para o menor patamar histórico (7%), o limite de teto para os gastos públicos pelos próximos 20 anos, a reforma trabalhista, a recuperação financeira das estatais, a supersafra do ano passado, o superávit de mais de US$ 60 bilhões registrados pela balança comercial, e convidou os investidores a aproveitarem as inúmeras oportunidades oferecidas pelo programa de concessões em infraestrutura e logística no país.
Para Ricardo Teixeira, a atual gestão tem promovido diversos acertos, mas continua com outros grandes desafios pela frente, como a aprovação da reforma da Previdência e a reforma tributária. Para o professor da FGV, a primeira deve ser concluída em fevereiro, enquanto a segunda dificilmente deve ser aprovada este ano, uma vez que enfrentará oposição dos governadores, que não querem correr o risco de perder arrecadação em ano eleitoral.
"A fala do presidente não só incluiu dados verdadeiros, como também mostrou um país que vem se recuperando nos últimos 15 meses, partindo de uma situação em que a gente estava, uma espécie de fundo do poço. As declarações também procuram neutralizar uma expectativa de uma eventual turbulência", diz Teixeira.
Na visão do professor da FGV, com relação à reforma da Previdência, existe uma possibilidade real (de ser aprovada), uma vez que, segundo ele, os políticos brasileiros e a própria sociedade estão se convencendo que, se nada for feito, corre-se o risco de o sistema parar daqui a pouco e acontecer, como em outros países, não se ter dinheiro para pagar a Previdência. 
"A gente tem que levar em consideração que os reflexos da aprovação dessa reforma — e também da reforma fiscal se aprovada este ano — não serão sentidos no governo dele, vai ser um legado, assim também como aconteceu com a reforma trabalhista, que foi um avanço em relação às práticas atuais no mundo", diz o especialista.


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