William Waack surpreende justiceiros sociais; chama redes sociais de desgraça e fala se vai para o SBT



O jornalista William Waack resolveu se manifestar pela primeira vez sobre a polêmica do ano passado, após a demissão da Globo. Na emissora, ele trabalhou por vários anos no comando do Jornal da Globo, até ser dispensado por conta de comentários racistas que fez enquanto estava fora do ar.

Esses comentários foram vazados meses depois e causaram revolta no público nas redes sociais, fazendo com que ele fosse afastado imediatamente e demitido semanas depois. Em entrevista ao canal do jornalista Marcelo Bonfá no youtube, Waack se expressou pela primeira vez em conversa com um profissional. Anteriormente, ele já havia feito um desabafo ao publicar um artigo no jornal Folha de São Paulo. 

  



“Eu estava brincando com Paulo Sotero, como acontece muito com apresentadores antes de transmissões, é até uma maneira de aliviar a tensão, o que não justifica o que eu disse, eu quero deixar isso bem de cara. Foi uma piada cochichada no ouvido de Paulo e esse trecho foi roubado por dois rapazes de dentro da Rede Globo. E o restante da história é conhecido”, iniciou Waack ao comentar sobre a polêmica.
                                              (paulo sotero e waack) 
Questionado se fez uma declaração racista, William foi direto: “Não acho que foi um comentário racista de jeito nenhum. Eu fiz uma brincadeira citando um amigo meu Gil Moura, cinegrafista, que foi acusado de não ser preto o suficiente. Ele saiu em minha defesa e foi acusado de não ser preto. Isso é racismo!”, comentou. “Quem não fala uma merda entre amigos? Quem é que está em um ambiente relaxado, brincando e não fala uma bobagem na qual não acredita? Por isso quero reiterar. Eu não fiz um comentário racista. Eu fiz uma piada. Piada não é manifestação racista. Um pensamento racista nunca poderá ser uma piada. Aqueles que se sentiram ofendidos, minhas desculpas, não era minha intenção. Não sou racista!”, concluiu.
Vale lembrar que no momento da polêmica, Gil, o cinegrafista, publicou um texto em defesa ao jornalista. “Eu sou preto. Já trabalhei com ele [William] na França, em Portugal, na Espanha, na Índia e em São Paulo. Nesta caminhada de 30 anos, fazendo imagens e contando histórias, poucos colegas foram tão solidários quanto o velho Waack. Ele faz parte dos pouquíssimos globais que carregam o tripé para o repórter cinematográfico preto ou branco. Na verdade, não me lembro de ninguém na Globo que o faça. O velho sabe para que serve cada botão da câmera e o peso do tripé”, afirmou Moura em um dos trechos.
Ainda na conversa com Marcelo Bonfá, Waack assegurou que os seus amigos negros não ficaram decepcionados ao assistirem o vídeo. Dando exemplo, o ex-âncora do Jornal da Globo citou Glória Maria, que saiu em defesa do jornalista. De acordo com ele, a profissional foi alertada da possível repressão que poderia receber diante do posicionamento, fato que não foi obstáculo para Glória, segundo próprio Waack. Além dela, o apresentador também recebeu o apoio do jornalista Heraldo Pereira, que considerou a declaração como uma piada besta.
Já quando perguntado se teve medo de ter a carreira acabada por causa do “escorregão”, William foi sincero. “De jeito nenhum”, ressaltando mais uma vez que não é racista. No seguimento da resposta, ele refletiu sobre o posicionamento das grandes empresas de comunicação, que agem a curto prazo e com medo, em relação às manifestações das redes sociais, na qual ele definiu a ferramenta como uma desgraça.
“Fiquei chateado. Quem não fica chateado com um negócio desses? Mas eu recebi uma quantidade de manifestações de solidariedade que eu fiquei absolutamente bobo. Eu não imaginava e não tinha essa expectativa. Eu fiquei inicialmente muito preocupado em me livrar de um peso”, revelou.
Por fim, William Waack desmentiu que teria recebido ligação de Silvio Santos após o fim do seu contrato com a Globo. Ele aproveitou e descartou qualquer acerto com alguma emissora, mas não negou que tenha recebido convites após o acontecido.
Veja o vídeo:



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