'Não sou candidato', diz Temer; Porém marqueteiro fala que ¨Ele já é candidato, as velas já estão acesas¨

Presidente da República nega que irá concorrer à disputa presidencial de outubro e afirma que decreto de segurança foi 'jogada de mestre'


O presidente Michel Temer disse em entrevista à Rádio Bandeirantes que a intervenção na segurança pública do Rio de Janeiro “é uma jogada de mestre”, mas tentou deslocar a ação de qualquer intenção de concorrer a reeleição. “Não tem nada de eleitoral”, completou na entrevista.  “Sou candidato a fazer um bom governo. Tenho dito reiteradamente, em política as circunstâncias é que ditam a conduta e as circunstâncias atuais ditam a minha conduta. Eu não sou candidato”, afirmou.


Ao ser questionado se isso significaria que então ele não poderá vir a ser, o presidente ponderou: “Ah, eu não vou dizer isso porque, na verdade, a minha intenção de hoje vai alongar-se pelo tempo todo. Eu não serei candidato”, reforçou.
Temer destacou sua carreira política e disse que as circunstâncias o levaram à Presidência. “Quando cheguei na Presidência disse que 'tenho uma missão', dificílima, porque não é fácil isso daqui. É uma coisa complicadíssima”, destacou, ressaltando que já é “muito feliz” de ter exercido a Presidência nesse mandanto
A declaração sobre candidatura é feita após ter seu nome defendido por aliados como postulante à reeleição com base na expectativa de que o decreto de segurança possa atrair capital eleitoral para o presidente. "O presidente Michel Temer é uma opção do MDB para ser candidato a presidente da República, se ele assim o entender. O partido defende candidatura própria, nós temos várias opções e vamos trabalhar no sentido de termos candidatura própria", declarou Jucá após reunião da Executiva da sigla, na quarta-feira, 23.
A medida, agora classificada como "jogada de mestre", foi vista como eleitoreira por pré-candidatos ao Palácio do Planalto, como o deputado Jair Bolsonaro (PSD-RJ), e parlamentares da oposição. O presidenciável ministro Henrique Meirelles (Fazenda), por exemplo, até chegou a deixar mais claro que também está no jogo. Ele disse não ver problema em disputar com Temer a Presidência. 
“Seria uma competição”, disse o ministro ao Estadão/Broadcast. “Evidentemente, com mais candidatos fora dos dois extremos, a competição seria maior”, completou ele. Para Meirelles, a participação de Temer “não invalidaria” sua candidatura, mas apenas elevaria as alternativas no centro político.
No entanto, essa possível candidatura enfrenta resistências não apenas em partidos da base aliada do governo, mas no próprio MDB pela baixa popularidade de Temer.

Porém o papo do marqueteiro é outro 
Elsinho Mouco ( Foto Reprodução) 
O marqueteiro de Michel Temer, Elsinho Mouco, declarou que o Planalto pretende usar a intervenção militar no Rio de Janeiro para aumentar a popularidade do presidente e alavancar a sua candidatura nas eleições de 2018.  
De acordo com o publicitário, a intervenção na Segurança Pública do Rio de Janeiro é uma grande chance para Michel Temer aspirar a um novo mandato na presidência. A expectativa do marqueteiro é de que a operação tenha uma grande popularidade e impulsione uma virada na aprovação do governo Temer.  
“Ele já é candidato […] A vela está sendo esticada. Agora começou a bater um ventinho”, disse Elsinho Mouco, citado pelo O Globo.
“Viramos a agenda. Agora o momento é outro […] Neste momento, o presidente precisa resgatar sua biografia. A eleição é só em outubro. Ainda está muito longe”, afirmou Elsinho Mouco, acrescentando que “Temer jogou todas as fichas na intervenção”.
Segundo o publicitário, com a intervenção militar no Rio de Janeiro, o governo acredita ter roubado um dos principais trunfos de Jair Bolsonaro, forte candidato nas eleições presidenciais que tem no discurso militarista uma de suas principais bandeiras. “Hoje a maior preocupação do brasileiro é com a segurança pública”, disse Elsinho. 
Em pesquisa divulgada em 31 de janeiro, o Datafolha mostrou que o governo Temer tem aprovação de apenas 6% da população e reprovação de 70%. 
Na semana passada, o presidente Michel Temer assinou o decreto determinando a intervenção na Segurança Pública do Rio de Janeiro até o dia 31 de dezembro de 2018. O general Braga Netto será o responsável por comandar em nome das Forças Armadas a atividade de segurança. Essa foi a primeira vez que esse dispositivo foi acionado desde a Constituição Federal de 1988. 
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