Governo russo considera um insulto a comparação de Chanceler Britânico entre Putin e Hitler
O governo russo considerou, nesta quinta-feira (22), "nojenta", "insultante e inaceitável" declarações do ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Boris Johnson.
O britânico comparou o Mundial da Rússia-2018 com os Jogos Olímpicos de Berlim-1936, quando a Alemanha estava sob comando de Adolf Hitler, segundo a France Presse.
"Trata-se de uma declaração totalmente nojenta. Não é própria de um ministro das Relações Exteriores, do país que seja. É insultante e inaceitável", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, à imprensa.
As relações diplomáticas entre os países se deterioraram após o envenenamento de um ex-espião russo no sul da Inglaterra. O governo britânico considerou a Rússia responsável pelo incidente em seu território e adotou uma série de sanções, entre elas, a expulsão de 23 diplomatas russos acusados de fazer espionagem.
O governo russo, então, em retaliação, anunciou a expulsão de 23 diplomatas britânicos, o fechamento de um consulado britânico e encerramento das atividades do British Council no país.
"Sem dúvidas, ela [comparação] é ofensiva e inaceitável", acrescentou o porta-voz.
Anteriormente, a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, também qualificou como inaceitável e desonroso para o chanceler de um país europeu fazer a comparação da Copa do Mundo russa com as Olimpíadas de 1963.
De acordo com ela, agora não restou nenhuma dúvida de que todas as ações de Londres quanto à Rússia, visam criar a imagem de um inimigo e inventar para isso quaisquer declarações, até mesmo as mais absurdas.
"Dá para perceber o curso que os políticos britânicos tomaram para a sabotagem completa da Copa do Mundo na Rússia", acrescentou a diplomata.
"Diferente do caso Skripal, onde devido à recusa de Londres de apresentar informações […], é evidente que Boris Johnson foi envenenado com ódio e raiva, falta de profissionalismo e insolência. Dá medo de lembrar que essa pessoa representa as autoridades políticas de um país nuclear, que carrega responsabilidades especiais por suas ações no palco internacional e pela manutenção da paz", ressaltou.
O ex-espião Sergei Skripal e sua filha foram encontrados inconscientes em um banco em um centro comercial em Salisbury, em 4 de março. Londres afirmou que o produto químico usado para envenená-los foi feito na Rússia, sem fornecer nenhuma prova, no entanto. O ex-coronel da GRU foi julgado na Rússia por passar informações críticas para o Mi6 do Reino Unido. Contudo, em 2010, durante troca de agentes secretos, Sergei Skripal foi entregue ao Reino Unido.
A notícia sobre a morte do ex-espião russo Sergei Skripal provocou uma tensão nas relações entre Moscou e Londres após a primeira-ministra Theresa May ter acusado a Rússia de estar envolvida no atentado contra o ex-oficial. Moscou negou veementemente qualquer envolvimento.