VULCÃO KILAUEA: GASES DE LAVA VULCÂNICA CRIAM NOVA AMEAÇA NO HAVAÍ
O Havaí enfrenta um novo perigo em consequência da erupção do vulcão Kilauea, alertaram autoridades nesta segunda-feira. Os fluxos de lava que percorrem a região podem produzir nuvens de gases ácidos, vapor e pequenas partículas semelhantes ao vidro quando chegarem ao Oceano Pacífico, o que pode representar um risco à saúde humana.
A defesa civil alertou motoristas, barqueiros e banhistas a tomarem cuidado com as colunas cáusticas formadas por duas correntes de lava que avançam para o mar. Elas atravessaram uma das principais rodovias no litoral sul da maior ilha do Havaí entre a noite de sábado e a manhã de domingo. O vulcão está em erupção desde o início deste mês.
O “laze” – termo que combina as palavras “lava” e “névoa”, em inglês – é uma mistura de gases composta principalmente por ácido clorídrico, vapor e partículas vulcânicas minúsculas semelhantes à fuligem gerada pela erupção de lava. Essa perigosa combinação pode formar nuvens que chegam a 1.093 graus Celsius e que reagem com a água do mar, disse a Defesa Civil do Condado do Havaí em um comunicado.
Os boletins também avisaram que há registro de gases tóxicos derivados do dióxido de enxofre irrompendo de vários pontos ao redor do vulcão e eles triplicaram nos últimos dias, exortando os moradores a “adotarem as ações necessárias para limitar uma exposição maior”.
“Fiquem atentos ao perigo do ‘laze’ e mantenham distância de qualquer coluna de fumaça do oceano”, recomendou a agência, alertando que os riscos em potencial incluem danos pulmonares e irritação dos olhos e da pele.
Com as condições climáticas do domingo, que teve ventos fortes e uma grande quantidade de lava se derramando no oceano, as colunas de laze podem se estender por até 24 quilômetros, sobretudo ao longo da costa e em alto mar. O perigo diminui conforme elas se dissipam mar adentro, segundo Janet Babb, geóloga do Centro Geológico dos Estados Unidos (USGS).
Há décadas, estudos vêm comprovando também consequências drásticas de erupções vulcânicas em longo prazo. Cientistas afirmam que os gases estufa expelidos durante intensas erupções vulcânicas há 56 milhões de anos provocou um aquecimento global, que elevou em até 5 graus Celsius a temperatura do globo. O resultado foi a extinção em massa de diversas espécies terrestres e marinhas.
Ao mesmo tempo, pesquisas também indicam que as densas nuvens de gás misturado com fuligem formadas durante as erupções também podem bloquear a passagem dos raios solares e provocar drásticas quedas de temperatura, como aconteceu na Europa em meados do século VI