Censura: PSOL e PT Juntos pela suspensão do WhatsApp no Brasil


Em esclarecimento publicado nas redes sociais e também enviado à imprensa, o PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) afirma ter pedido ações do WhatsApp contra o compartilhamento de fake news no aplicativo e não a suspensão do software em todo o território nacional. A ação foi noticiada pela imprensa brasileira nesta quinta-feira (18) e seria uma resposta à onda de desinformação e mentiras que estariam interferindo no andamento do pleito, marcado para o dia 28 de outubro.
No pedido registrado junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o PSOL pede que o WhatsApp providencie em 72 horas os mecanismos necessários para combater a disseminação de fake news no mensageiro. Entre as medidas estariam a redução no tamanho de novos grupos de usuários e maiores restrições quanto ao encaminhamento de mensagens entre utilizadores para um máximo de cinco usuários por vez em vez do limite atual de 20, como acontece na Índia, por exemplo.
ATENÇÃO: ação do PSOL no TSE contra a máquina de fake news de Bolsonaro NÃO PEDE a suspensão do WhatsApp até o fim das eleições. Queremos medidas contra a propagação de mentiras, como as sugeridas por pesquisadores e pela Agência Lupa.
Entretanto, ao contrário da negativa exibida pelo PSOL em redes sociais e comunicados, um pedido alternativo também inclui o bloqueio do WhatsApp em todo o Brasil até a data das eleições caso as medidas solicitadas não sejam tomadas ou tenham resultado insuficiente. A suspensão valeria a partir deste sábado (20) e duraria até o fim das votações no domingo seguinte.
Para o partido, o WhatsApp foi o “meio principal” de propaganda eleitoral e disseminação de debates e opiniões durante toda a campanha eleitoral. Além disso, exibiu preocupações quanto à falta de atitudes tanto dos responsáveis pela aplicação quanto do próprio TSE diante do compartilhamento de informações falsas e distorcidas, voltadas para manipular a opinião pública para um ou outro candidato, causando o que chamou de desequilíbrio.
Ainda pelas redes sociais, o PSOL informou ter marcado reunião com a Ministra Rosa Weber, presidenta do TSE, para discutir medidas de controle e combate à disseminação de fake news. Além disso, o partido disse que vai cobrar medidas mais eficazes do tribunal contra a propagação de mentiras.

Em resposta oficial, o WhatsApp afirmou que toma atitudes contra a proliferação de informações falsas e que baniu centenas de contas durante o período eleitoral brasileiro. Além disso, o mensageiro disse ter tecnologia para identificar o envio de spams ou contas que tenham comportamento automatizado, medidas que também ajudam a reduzir a disseminação de fake news. Por outro lado, a empresa não se pronunciou sobre as medidas específicas sugeridas pelo PSOL.
A manifestação do PSOL destaca a sugestão feita em conjunto por Agência Lupa, UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e USP (Universidade de São Paulo). O grupo pede que o WhatsApp limite o encaminhamento de mensagens.

No início do ano, o aplicativo restringiu no número de repasses de mensagens, passando de 250 para 20 pessoas ou grupos por vez. Na Índia, onde foram registrados casos de linchamento devido a fake news, o número foi reduzido para 5. A sugestão é de que este seja o limite usado temporariamente no Brasil.
O pedido também prevê um limite menor para as listas de transmissão. Atualmente, é possível usar esse recurso para encaminhar a mesma mensagem para até 250 pessoas de uma só vez. Com a redução desse número, o grupo espera dificultar a disseminação das notícias falsas.
A terceira sugestão envolve a limitação do número de participantes de grupos criados no Brasil nas próximas semanas. A medida não afetaria os grupos já existentes, mas visa desencorajar a criação de conversas coletivas que espalhem fake news.

Disparo em massa no WhatsApp

A ação do PSOL junto ao TSE foi feita após a Folha de S.Paulo revelar um suposto esquema de disparo de mensagens no WhatsApp patrocinado por empresas que apoiam Jair Bolsonaro (PSL). O novo texto enviado pelo partido pede medidas capazes de coibir abusos na eleição, incluindo a aplicação de multas.
O PSOL afirma que o WhatsApp está sendo usado na disseminação de notícias falsas, apesar de um esforço do TSE antes do início das eleições. “As notícias falsas não foram controladas, seja pelo TSE, seja pelo aplicativo de mensagens”, afirma o partido.
Ainda de acordo com o documento, as fake news “ajudaram a definir opções de voto e manifestações de apoio a determinados candidatos”. Para o partido, as medidas seriam necessárias para a “manutenção da legitimidade do pleito”.
Segundo O Globo, o PSOL retirou o trecho que dizia que, caso necessário, fosse “suspenso o aplicativo em todo o território nacional a partir de sábado, dia 20/10/18, até o fim das eleições”. O partido, por sua vez, afirma pelo Twitter que não pediu a suspensão do WhatsApp.

*O Blog Bastidores tentou contato com a assessoria do partido na manhã desta sexta-feira (19) em busca de mais informações sobre os pedidos e a possibilidade de bloqueio do WhatsApp. Até o momento de publicação, entretanto, o PSOL não havia retornado.
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