Manuela D´ávila, a vice de Haddad recebeu Caixa 2



Alexandrino de Alencar disse em sua delação que foram repassados 300 mil reais no caixa dois para a campanha de Manuela d’Ávila à prefeitura de Porto Alegre pelo PCdoB, em 2008. Dois anos mais tarde, a Odebrecht destinou mais 50 mil reais, também por fora, para ajudar a comunista a se eleger deputada federal.



O delator disse que os acordos eram feitos com o coordenador das campanhas dela à época, o gaúcho Beto Albuquerque, que viria a ser o vice de Marina Silva na chapa do PSB em 2014.
Alexandrino afirmou à PGR que não sabia dizer porque o codinome de Manuela era “Avião”:
“Ela é um jovem pessoa, muito bem estruturada, muito bem fundamentada. Percebi que ali teríamos uma pessoa, no campo político, com um potencial de crescimento diferenciado.”
Manuela foi namorada de JEC. Em seu site, ela é apresentada como “a cara da nova política”.
Alexandrino Alencar relata que foi Beto Albuquerque, coordenador de campanha de Manuela, quem o procurou em 2008. O encontro ocorreu em um restaurante.
"Ele pediu a reunião conosco. Pediu para que contribuíssemos para a campanha para a então candidata à Prefeitura de Porto Alegre, Manuela d'Ávila. E nós dissemos que demos uma doação acima dos padrões para trocar de prefeitura, R$ 300 mil, e que esse valor seria via caixa 2."
Alencar afirma que Beto Albuquerque e Manuela d'Ávila sabiam que a doação era via caixa 2. "[Ele] sabia, pelo volume que estava estabelecido. (...) Ela sabia, porque quem me informou foi o próprio deputado Beto Albuquerque."
Manuela também teria recebido de forma ilícita R$ 50 mil em 2010, durante campanha para deputada federal. O delator explica que reconhece o pagamento para a política devido ao uso do codinome "avião" em uma planilha do setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, conhecido por setor de propinas.
Alencar explica ainda que, em 2006, foram feitas "doações legais" para ela. "Se não me equivoco, um valor de R$ 10 mil em 2006", observa Alencar.
O ex-diretor da Odebrecht também explica porque a empreiteira passou a fazer pagamentos via caixa 2. "Nós não queríamos dar mais doações vias legais para não expor o grupo. Aí foram dadas mais contribuições via caixa 2."
Alencar disse que conheceu Manuela em 2004, quando era candidata a vereadora de Porto Alegre. "Uma jovem, tinha 20 e poucos anos. Uma jovem pessoa, muito bem estruturada, muito bem fundamentada. E eu percebi que ali teríamos uma pessoa no campo político com potencial de crescimento diferenciado."

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