Putin nega interferência Russa na Venezuela: ¨EUA acham que América Latina é seu quintal¨

Especialistas russos estão na Venezuela como parte do acordo de cooperação técnico-militar de 2001 com Caracas, que não precisa de mais aprovação, informou o Kremlin após relatos da chegada de dois aviões militares com tropas e cargas.

A Rússia desenvolve suas relações com a Venezuela "em estrita conformidade com a Constituição deste país e no pleno respeito de sua legislação", declarou a representante oficial do Ministério de Relações Exteriores, Maria Zakharova.
O acordo existente foi ratificado tanto pela Rússia quanto pela Venezuela, e "não exige aprovação adicional da Assembleia Nacional da Venezuela", ressaltou.
Zakharova estava respondendo a um pedido da mídia para comentar sobre a suposta "intromissão" russa nos assuntos venezuelanos.
Na sequência de relatos de que dois aviões militares russos transportando cerca de 100 tropas e cargas desembarcando fora de Caracas no sábado, a Organização dos Estados Americanos (OEA) classificou como "um ato prejudicial à soberania venezuelana", enquanto o Departamento de Estado dos EUA insistiu que era "uma escalada imprudente do situação" no país.
Um dos mais fortes defensores da mudança de regime na Venezuela, o conselheiro de Segurança dos EUA, John Bolton, também ficou indignado ao escrever no Twitter que: "os EUA não tolerarão forças militares estrangeiras hostis se intrometendo nos objetivos comuns de democracia, segurança e democracia do Hemisfério Ocidental, e o estado de direito."
Washington reconheceu o líder da oposição, Juan Guaidó, como o presidente legítimo da Venezuela e chegou a ponderar a chamada "intervenção humanitária" para remover o governo indesejado de Nicolás Maduro do poder.
Zakharova respondeu a Bolton dizendo que suas palavras provam que os EUA ainda consideram "a América Latina uma área de seus interesses exclusivos; seu próprio 'quintal' e exige obediência inquestionável" como era nos tempos coloniais sob a Doutrina Monroe.
A Doutrina Monroe, nomeada em homenagem ao presidente dos Estados Unidos James Monroe, era uma política de oposição ao colonialismo europeu no hemisfério ocidental a partir de 1823, com Washington essencialmente reivindicando a administração das Américas. Ao mesmo tempo, a doutrina afirmava que os EUA não interfeririam nos assuntos internos dos países europeus.
Se os americanos negam a outros países o acesso ao Hemisfério Ocidental, ele levanta a questão "o que eles estão fazendo no Hemisfério Oriental?", questionou a oficial russa, referindo-se à forte presença militar dos EUA na Europa e seu envolvimento em "revoluções coloridas" nos Estados da antiga União Soviética e nos Balcãs.
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