Decisão do STF contra discurso de homofobia pode afetar empregos de homossexuais, diz Bolsonaro



O presidente Jair Bolsonaro criticou, nesta sexta-feira, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de criminalizar a homofobia .

Segundo ele, equiparar as práticas de homofobia e transfobia ao crime de racismo é um "completo equívoco". Bolsonaro afirmou ainda que a medida pode atrapalhar até mesmo que homossexuais consigam vagas de trabalho.


— Prejudica o próprio homossexual essa decisão — disse o presidente, que acredita que um empregador vai "pensar duas vezes" ao contratar um homossexual para evitar problemas, porque pode ser acusado de homofobia.

Falando a jornalistas durante um café da manhã, Bolsonaro citou uma situação hipotética em que um hóspede gay tentar alugar um quarto em um hotel que está lotado e depois descobre que havia uma vaga: "Aí, o dono vai preso".

Bolsonaro disse que, com a decisão, "o STF  entrou na seara do Legislativo" —há um projeto de lei sobre o tema aprovado preliminarmente pela Comissão de Comissão e Justiça (CCJ) do Senado, mas que ainda precisa ser votado novamente no colegiado, e depois na Câmara.

Na quinta-feira, por oito votos a três, os ministros do Supremo equipararam as práticas de homofobia e transfobia ao crime de racismo. Enquanto o Congresso não aprovar um projeto sobre o assunto, deverá ser aplicada a lei do racismo, cujo crime será inafiançável e imprescritível. A pena é de um a três anos de prisão.

Ao abordar o tema, o presidente voltou a defender a presença de um ministro evangélico na mais alta Corte do país. No final de maio, durante uma viagem a Goiânia (GO), ele já havia falando sobre esta possibilidade.

— Acho equivocado o que o Supremo fez ontem, tem que ter equilíbrio lá dentro. Não é misturar política com Justiça e religião — disse Bolsonaro.
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