ONU chama leis antiaborto nos Estados Unidos de “ódio extremista” e “tortura”
Para a alta comissária adjunta para Direitos Humanos da ONU, Kate Gilmore, as novas leis antiaborto aprovadas em vários estados americanos se tratam de “ódio extremista” contra os direitos das mulheres.
“Ainda não nos referimos ao que está acontecendo como uma forma de ódio extremista, mas a verdade é que temos assistido a violência de gênero contra as mulheres”, declarou ela ao jornal The Guardian.
Gilmore considera que a aprovação dessas leis se trata de “tortura” e uma “privação do direito à saúde”. A alta comissária declarou também que os especialistas da ONU consultaram tratados internacionais e chegaram à conclusão de que a proibição total do aborto vai contra os direitos humanos.
Entre os estados norte-americanos que aprovaram nos últimos meses legislações que limitam o direito constitucional ao aborto estão o Alabama, Arkansas, Georgia, Kentucky, Louisiana, Mississippi, Missouri, Dakota do Norte e Ohio.
De acordo com o Guttmacher Institute, centro de investigação na área da saúde reprodutiva, este ano foram já promulgadas 27 leis que restringem o direito ao aborto em 12 estados. Para Kate Gilmore, se trata de “uma verdadeira situação de crise”.
Ela culpa as “organizações conservadoras e cristãs, que se encontram muito bem organizadas e financiadas” por esta crise e diz que tais instituições “insistem em ignorar as evidências científicas, preferindo atacar a verdade, a ciência e os valores e normas universais”.