A Nova Colonização do Brasil!! Bolsonaro e Xi Jinping planejam intensificar comércio Brasil-China
A China afirmou nesta sexta-feira (25) que deseja ampliar seu comércio com o Brasil, procurando equilibrar o impacto de uma prolongada guerra comercial com os Estados Unidos.
O
presidente Xi Jinping e seu colega Jair Bolsonaro reafirmaram os laços
entre os dois países nesta sexta, durante a primeira visita oficial do
presidente brasileiro à China.
"A
China está disposta a importar mais produtos de alta qualidade e
produtos de alto valor agregado do Brasil, que atendam às necessidades
do mercado chinês", disse a CCTV estatal, citando Xi.
Brasil
e China esperam "promover o crescimento diversificado das exportações
bilaterais de produtos agrícolas" por meio de acordos entre as
autoridades aduaneiras e agrícolas dos dois países, segundo comunicado
conjunto de Xi e Bolsonaro.
A
China já é o maior parceiro comercial do Brasil em termos de exportação
e importação, de acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio
Exterior e Serviços brasileiro.
"Estava
ansioso por esta visita porque temos na China o primeiro parceiro
comercial e me interessa muito fortalecer este comércio, bem como
ampliar novos horizontes", disse Bolsonaro.
"Hoje podemos dizer que uma parte considerável do Brasil precisa da China, e a China também precisa do Brasil", acrescentou.
Em
comunicado conjunto, os presidentes Xi e Bolsonaro defenderam "promover
um crescimento diversificado das trocas comerciais agrícolas" entre os
dois países.
Em
2018, as exportações brasileiras para a China totalizaram US$ 66,6
bilhões (27,8% do faturamento externo total do país), segundo dados
oficiais.
- Contra o protecionismo -
Com
a guerra comercial entre Washington e Pequim, as importações chinesas
de produtos agrícolas dos Estados Unidos caíram de US$ 19,5 bilhões em
2017 para pouco mais de US$ 9 bilhões no ano passado, criando um déficit
entre a oferta e a demanda de produtos-chave como a soja.
O Brasil já é a maior fonte de importação de soja da China, segundo a consultoria agrícola Trase.
Os
líderes brasileiro e chinês enfatizaram a cooperação contínua entre
economias emergentes diante do protecionismo em todo mundo.
"O
mundo está enfrentando sérios desafios com o unilateralismo e o
protecionismo, pressionando as principais economias, à medida que a
incerteza e a instabilidade estão aumentando", disse o vice-premiê
chinês, Hu Chunhua, em um fórum de negócios nesta sexta, com a presença
de Bolsonaro, que também se encontrou com o primeiro-ministro Li
Keqiang.
"A
China e o Brasil, como duas grandes economias, devem aumentar a
comunicação e a cooperação para enfrentar esses desafios e concretizar o
desenvolvimento compartilhado", declarou Hu.
Durante
seu discurso no fórum, o líder chinês disse que o comércio e o
investimento entre os dois países cresceram rapidamente, demonstrando a
"complementaridade" de ambas as economias.
Ele citou como exemplos a aviação, a agricultura e os serviços.
O
governo de Pequim, acrescentou, deseja aprofundar sua cooperação com o
Brasil no G20 e no Brics, que reúne os dois países e a Rússia, Índia e
África do Sul.
Xi
planeja viajar para o Brasil em novembro para a cúpula do Brics, antes
de seguir para o Chile para a reunião da Apec, o Fórum de Cooperação
Ásia-Pacífico.
- Vistos chineses -
Na
véspera, Bolsonaro declarou, ao chegar a Pequim, que planeja retirar a
necessidade de vistos para turistas chineses, no âmbito de medidas para
estimular a economia brasileira.
"Anunciamos
que vamos, o mais rápido possível, seguindo a legislação, isentar o
turista chinês de visto para adentrar o Brasil. Pretendemos também fazer
a mesma coisa com a Índia", afirmou Bolsonaro ao lado de seu ministro
das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
Araújo explicou que a medida "não necessariamente" exige reciprocidade e que ela se propõe a "atrair turistas chineses".
Bolsonaro espera que o turismo passe de 6% para 10% do PIB brasileiro.
A China é o país que envia mais turistas para o exterior, e o Brasil busca conquistar sua participação nesse mercado.
"Atualmente,
cerca de 60.000 turistas chineses visitam o Brasil todos os anos", de
acordo com o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), que recomendou
isentar os viajantes chineses de vistos.
Este
ano, o governo brasileiro também retirou a exigência de visto para
turistas dos Estados Unidos, Austrália, Japão e Canadá, sem exigir a
reciprocidade da medida.