A água da cidade do Rio de Janeiro está podre!
O Rio de Janeiro, fundado em função da orla, sobrevivente em função dos rios que escoavam produtos agrícolas de seu interior, se vê na seguinte situação: sua água está podre. Sim, 2020 começou desse jeito para nós. A água, elemento estrutural da cidade, está podre.
Ironicamente, essa cidade está à beira de um colapso hídrico, com os principais rios que a abastecem sofrendo com a poluição. E em janeiro.
O guerreiro Guandú, nosso fornecedor, tem nos fornecido o que lhe chega: água ruim para ele, que sobra para nós com cheiro e gosto horríveis! Mesmo a Cedae dizendo que está própria para consumo, como explicar as milhares de pessoas passando mal pelos municípios da região?
Pessoal, muita calma! Devem ser os efeitos retardatários das comidas de fim de ano...
Rio 55 graus!
Não bastasse a água podre, a grande imprensa insiste na imagem falsa do verão das orlas. Vamos aos fatos? Quase 80% da população não mora ali. Portanto, prestemos atenção, por exemplo, às sensações térmicas dos subúrbios, que na semana passada chegaram a quase 49 graus em Irajá e 55 em Santa Cruz.
Fica o alerta: isso não é bom. Idosos, crianças e animais sofrem. E que as próximas notícias não estampem fotos das praias para anunciar essa situação crítica em nossa cidade. Suburbanos e suburbanas agradecem.
O mito da Cidade Maravilhosa
A ideia de "Cidade Maravilhosa" foi criada na onda das reformas do prefeito Pereira Passos e do presidente Rodrigues Alves. Só que chegamos em 2020 e já se provou a sua falsidade.
Vi uma imagem que ilustra minha fala: uma propaganda que dizia ser carioca da gema que aplaudia o pôr do sol no Arpoador. A mensagem estampava um termômetro de rua, que marcava 56 graus.
A "Cidade Maravilhosa" é um mito. A ideia é falsa. E, apesar da beleza do pôr do sol, nós daqui aplaudimos sua ida não pela maravilha, mas por ser menos um dia de sofrimento.