As tendências para 2020
A empresa norte-americana J. Walter Thompson lança desde 2010 sua lista com as 100 maiores tendências para o ano. O levantamento abrange áreas de cultura, tecnologia, marketing, comida, beleza, saúde entre outros, apresentando dez tendências para cada uma delas.
A lista completa aponta que a virada da década representa uma grande mudança e que as empresas pretendem mudar. Temas como sustentabilidade, novas éticas de produção, abrangência social, preservação cultural e esperança permeiam todas as categorias da lista.
Veja algumas das ideias mais interessante que podem aparecer durante o ano:
Era da privacidade e dados
As informações digitais, a princípio usadas para facilitar a vida do usuário e criar um ambiente digital agradável e personalizado, se tornaram uma das grandes questões quando se trata de tecnologia. De acordo com pesquisa da SONAR™, 89% dos consumidores consideram a forma com que as empresas recolhem os dados danosa e se sentem explorados.
Casos como a ação da Cambridge Analytica nas eleições presidenciais norte-americanas e diversos vazamentos de dados, alarmaram as pessoas, que passaram a desconfiar da forma com que grandes empresas geram renda a partir da coleta de dados.
O movimento necessário foi a transparência e lealdade, ou seja, contar para o consumir o que está sendo feito com suas informações, sem letras minúsculas de rodapé
As novas regras para reconhecimento facial
Em 2019, o uso do reconhecimento facial gerou protestos e muitas polêmicas. Hong Kong foi um centro contra o uso da tecnologia como forma de controle com manifestações que derrubavam câmeras espalhadas pelas ruas da cidade.
Com as empresas aderindo a tecnologia, aproximadamente 60% de consumidores afirmam ser contra o uso de suas imagens, ainda mais em arquivos e bancos de dados. A quantidade de informações permitiria uma hiperpersonalização de produtos e serviços nunca antes visto, mas para isso é necessário transparência.
Em 2020 é esperado que novas políticas quanto a aplicação do reconhecimento facial surjam. É possível que os dados adquiridos pela tecnologia sejam tratados como propriedade privada do usuário, como uma casa ou carro.
Agricultura regenerativa
Segundo pesquisa da ONU, em algumas regiões, o solo pode ter apenas 60 colheitas restantes antes de começar a se tornar infértil. Portanto, a agricultura regenerativa se torna uma forma de preservar o solo do desgaste, além de reduzir a emissão de carbono na atmosfera.
A técnica consiste em práticas como a permacultura, que visa a sustentabilidade do local em que o alimento é produzido, agricultura de conservação, plantio direto, plantio mínimo, recorte de pastagem,compostagem e diversificação dos espécimes plantados. Assim,os nutrientes vão se renovando e a chance do solo ficar pobre ou sofrer erosão é menor.
Inteligência artificial no ambiente de trabalho
Algumas empresas têm adotado inteligência artificial para cumprir tarefas do cotidiano, como entrevistar candidatos e tomar decisões relacionadas a determinadas áreas de trabalho, com o intuito de cortar gastos e automatizar tarefas.
Porém, estudos da academia real de artes da Grã Bretanha mostram que 60% dos funcionários são contra o uso dessas tecnologias, principalmente quando se trata da área de RH. A questão envolve ética e a falta de regulamentação existente. Um robô tem capacidade de lógica e justiça para demitir alguém? O tema deve vir a tona este ano.
Engenharia contra a solidão
Com a população ficando cada vez mais velha e a solidão se tornando um problema cada vez mais frequente, é esperado que serviços para resolver essas questões sejam criados.
Pesquisas do Wall Street Jornal sugerem que entre a população americana existem 50 milhões de pessoas acima de 50 anos sem nenhuma companhia, o que os torna mais suscetíveis a doenças psicológicas, como depressão e demência.
Para isso, startups têm investido em companheiros virtuais, como o Lovotov e o Tombot puppy, ambos apresentado na CES 2020, maior feira de tecnologia do ano, e com o objetivo de amenizar a solidão.
Super heróis fora do padrão
Antes intocáveis, sem falhas e modelos de comportamento, como o super-homem, os heróis do futuro serão diferentes. Os novos personagens passaram a ser mais representativos e menos idealizados.
A transformação de personagens padrão em LGBT, como a Valkyria, confirmada para ser a primeira personagem lésbica no universo cinematográfico da Marvel e a representatividade racial são pontos essenciais para entender como a cultura dos super heróis reflete na nossa percepção. A adesão das novas ideias, mostram que o que é considerado padrão está mudando.