Bolsonaro escolhe general para assumir embaixada Brasileira em Tel Aviv



Cotado para assumir a Embaixada do Brasil em Tel Aviv, o general Gerson Menandro Garcia de Freitas é conhecido por seu posicionamento pragmático, coerente e equilibrado

Órgãos de imprensa brasileiros informaram nesta semana sobre a escolha, pelo presidente Jair Bolsonaro, do general Gerson Menandro Garcia de Freitas, ex-conselheiro militar da Missão do Brasil junto à ONU, para chefiar a embaixada brasileira em Israel, país ao qual o governo brasileiro vem tentando se aliar desde o início da nova administração.

A fim de demonstrar a importância de Israel para a nova política externa brasileira, Bolsonaro, mesmo antes de assumir a presidência, prometeu, a despeito da grande possibilidade de irritar importantes parceiros muçulmanos, mudar a Embaixada do Brasil no país de Tel Aviv para a cidade sagrada de Jerusalém, o que ainda não ocorreu. Na última vez em que falou sobre o assunto, disse que isso deve acontecer até o ano que vem.


                            Gerson Menando Garcia de Freitas - foto reprodução


Caso Garcia de Freitas assuma realmente o cargo de embaixador — após a indicação, ele precisa passar por uma sabatina na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional e por uma votação no plenário da Casa —, essa questão da transferência da embaixada deverá ser um dos seus principais desafios no novo posto. Mas que tipo de postura esperar do general em relação a esse tema? 


"Israel é uma referência absoluta em termos de armamento, de tecnologia, de inteligência militar, de defesa. Então, parece razoável a indicação de um militar para essa embaixada especificamente. Não foi uma escolha aleatória."
O general Gerson Menandro Garcia de Freitas é tido, segundo o pesquisador, como um militar bastante pragmático e coerente nas suas posturas, gozando de grande prestígio nas Forças Armadas. Além disso, teve uma atuação importante e razoável no período em que esteve nas Nações Unidas, entre agosto de 2017 e agosto de 2019.


"Ele não é alguém, de fato, que desconhece os temas internacionais", opina. "É uma pessoa, digamos assim, que tem uma vivência internacional também, o que, certamente, permitirá a ele exercer com propriedade um cargo tão sensível como o de embaixador do Brasil em um país que é, hoje em dia, elevado à condição de um dos parceiros prioritários do Brasil." 

Em especial, na tensa situação que envolve a mudança da embaixada, com todo o distanciamento que isso vai proporcionar com os países árabes." 
Em termos gerais, para o acadêmico, seria preferível que o Brasil seguisse com a tradição de nomear um embaixador de carreira para esse cargo diplomático, "natural do Itamaraty". Mas, nas atuais condições, ele "ousaria dizer que nós evitamos problemas maiores com a nomeação do general Menandro, com a experiência que tem".


"A simples nomeação desse general, com o passado recente, com as funções recentes que ele exerceu, é um recado bastante explícito à comunidade internacional que a posição da ONU será levada em conta pela embaixada brasileira em Tel Aviv. Vamos frisar bem essa última frase: em Tel Aviv."
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