A diferença como Espanha e Brasil vem tratando o Coronavírus
Os presidentes de ambos os países, separados por um oceano, abordam a pandemia com distintos enfoques e ações.
O presidente espanhol, Pedro Sánchez, declarou no Congresso da Espanha quase vazio que o "mais duro está por vir" na luta contra a COVID-19 e pediu a oposição o apoio para destinar verbas para a reconstrução social e a favor da população quando acabar o estado de emergência. Além disso, anunciou a criação de uma comissão para analisar os erros cometidos pelo sistema sanitário.
A Sputnik Mundo dialogou com a licenciada em Ciências da Comunicação, Raquel Rodríguez, uruguaia residente em Madri, a região mais afetada na Espanha com quase metade dos casos do país europeu.
"Madri tem 43% dos casos de infectados de todo o país. Foram tomadas medidas rígidas que afetam as liberdades individuais, que é o que mais nos atinge", manifestou.
Espanha é o quarto país, a nível mundial, mais afetado pelo vírus, que contagiou inclusive a esposa do presidente, ministros, e destacados políticos e atletas. A quantidade de infectados se aproxima de 14 mil e foram confirmados 623 falecimentos. Os números somente foram superados pela China, Itália e Irã.
"O sistema de saúde espanhol é um dos mais eficazes do mundo. O problema é a e expansão massiva, brutal e inesperada", indicou Rodríguez.
Durante a entrevista, a especialista explicou como a capital espanhola e seus habitantes adotaram medidas extremas de quarentena.
Bolsonaro subestima o vírus
Na quarta-feira (18), o Brasil contava com 529 casos do vírus e quatro falecidos, porém, o Executivo não tomou medidas de isolamento massivo como em outros países da região.
"A situação é muito complexa. A resposta ante o coronavírus é muito fraca por parte do governo [brasileiro]. Inicialmente, não foi considerado o perigo, não houve um plano de emergência. Este Executivo possui um enorme atraso no tema", disse à Sputnik Mundo o jornalista Breno Altman.
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, tem sido muito criticado ultimamente, porque, enquanto esperava resultados de seus exames do coronavírus, no último final de semana manteve contato físico com bolsonaristas durante uma manifestação em Brasília. A convocação foi incentivada pelo próprio Bolsonaro.
Seus críticos relembram que as autoridades sanitárias recomendam evitar aglomerações, e veem essas manifestações como uma forma e ataque às instituições democráticas.
O jornalista ressalta que o país sofre com uma carência de médicos em regiões mais distantes.