Covid-19: ¨Depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar, diz Jair Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro ironizou a pandemia de coronavírus no Brasil e chamou a doença de “gripezinha”, durante coletiva no Palácio do Planalto, nesta sexta-feira 20. Na ocasião, ele e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, comunicavam ações do governo de combate à doença.
Este é o atual Presidente do Brasil, e pensar que só conseguiu chegar lá pelo palanque CQC, que fizeram os Rockfellers gostarem dele, e o resto você já sabe.— Gabriel ㄥモ爪口ち☀🍓🍑 (@bielergab) March 20, 2020
Bolsonaro, JAIR antes do Impeachment:
¨Não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar¨ #JornalNacional pic.twitter.com/cQr66dLEJu
Nunca se esqueçam desse momento: em 20/03, Bolsonaro voltou a dizer que o coronavírus, que já matou mais de 10 mil pessoas no mundo, é apenas uma gripezinha. Isso não é um diamante bruto da ignorância. Isso é um canalha absoluto, dos mais cruéis.— Leonor Macedo (@subversiva) March 20, 2020
20/3, 17h: O presidente do Brasil classifica o Covid-19 como "gripezinha".— Lucas Musetti Perazolli (@lucas_musetti) March 20, 2020
Lembremo-nos disso.
O presidente insiste no uso das palavras: histeria, gripezinha, exagero. Não está à altura do cargo e nem do momento histórico que o mundo atravessa.— André Guedes (@aguedescartoon) March 20, 2020
Para não perder a conta:— Mario Vitor Rodrigues (@mvitorodrigues) March 20, 2020
—"nesse vírus aí" (27/01)✅
—"superdimensionado" (09/03)✅
—"fantasia" (10/03)✅
—"outras gripes mataram mais" (11/03)✅
—"neurose" e "histeria" (15/03)✅
—"não é tudo isso" (16/03)✅
—"a vida continua" (17/03)✅
—"gripezinha" (18/03)✅
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É inacreditável. O Brasil acaba de confirmar 904 casos do novo coronavírus e o presidente Jair Bolsonaro desdenha da pandemia ao tratá-la como uma "gripezinha". Não é possível. Já são 11 MORTES! O país está DOENTE! Triste, constrangedor, bizarro! 😷🇧🇷 #coronavirus #COVID19 pic.twitter.com/gxrv76mwfo— Carlos Eduardo Sangenetto (@ce_sangenetto) March 20, 2020
Bolsonaro havia sido perguntado se divulgará o documento do exame que comprova que seu teste deu negativo. O presidente se negou a revelar o teste e disse que mesmo uma situação de contágio não irá “derrubá-lo”.
“Depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar não, tá ok?”, afirmou o presidente. “Se o médico ou o Ministério da Saúde me recomendar um novo exame, eu farei. Caso contrário, me comportarei como qualquer um de vocês aqui presentes.”
O Brasil já contabiliza 904 casos do novo coronavírus, segundo o Ministério da Saúde. A pasta confirmou 11 mortes. Nove delas estão no estado de São Paulo. Segundo Mandetta, as infecções vão disparar no Brasil até junho, e o sistema de saúde pode entrar em “colapso” já no mês de abril.
Devido à “gripezinha”, a equipe econômica do governo derrubou a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano. Em 2019, o Brasil apresentou um “PIBinho” de 1,1%. Para 2020, o Palácio do Planalto arriscava inicialmente a previsão de 2,4%, e na semana revisou a estimativa para 2,1%. Nesta sexta-feira 20, o Ministério da Economia corrigiu a previsão para 0,02%, um índice ainda considerado otimista, já que o mercado já estima percentuais piores.
Famílias mais pobres e trabalhadores informais também enfrentam dificuldades para manterem sua renda, já que as recomendações oficiais pedem isolamento voluntário e estabelecimentos já foram fechados por determinação do poder público, como nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. A perspectiva é de que a geração de empregos, que já patinava no país, vai piorar.
O presidente já havia minimizado a doença em situações anteriores, como em 16 de março, quando afirmou que há “superdimensionamento” sobre a crise e que os impactos do contágio “não é isso tudo o que dizem”. Dias antes, durante discurso em Miami, nos Estados Unidos, também declarou que a proliferação do vírus era “muito mais fantasia da grande mídia”. Na comitiva que o acompanhou ao país norte-americano, 22 pessoas já confirmaram a infecção.