Forças armadas trabalham respeitando a constituição afirma em nota, Ministro da Defesa; Toffoli procurou ala militar para tentar derrubar Bolsonaro



O Ministério da Defesa divulgou nesta segunda-feira (20) nota assinada pelo ministro Fernando Azevedo e Silva na qual afirma que as Forças Armadas trabalham "sempre obedientes à Constituição Federal" para "manter a paz e a estabilidade do país".
A nota foi divulgada um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro ter discursado em um ato contra a democracia em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília. O texto da nota não faz referência ao episódio, no qual manifestantes pediram, com gritos e faixas, intervenção militar e fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.
Bolsonaro participou discursando de cima de uma caminhonete. Os manifestantes pediram ainda a reedição do Ato Institucional número 5 (AI-5), da ditadura militar, que fechou o Congresso, cassou políticos, suspendeu direitos, instituiu a censura à imprensa e levou à tortura e morte de presos políticos.
No texto da nota, o ministro Fernando Azevedo e Silva disse que nenhum país estava preparado para a pandemia do coronavírus, e que os militares atuam para conter a expansão da epidemia.
"Essa realidade requer adaptação das capacidades das Forças Armadas para combater um inimigo comum a todos: o Coronavírus e suas consequências sociais", diz o texto.

Íntegra da nota

Leia a íntegra do comunicado divulgado pelo Ministério da Defesa:
Nota Oficial
As Forças Armadas trabalham com o propósito de manter a paz e a estabilidade do País, sempre obedientes à Constituição Federal.
O momento que se apresenta exige entendimento e esforço de todos os brasileiros.
Nenhum país estava preparado para uma Pandemia como a que estamos vivendo. Essa realidade requer adaptação das capacidades das Forças Armadas para combater um inimigo comum a todos: o Coronavírus e suas consequências sociais.
É isso o que estamos fazendo.
Fernando Azevedo e Silva
Ministro de Estado da Defesa

O presidente do STF, Dias Toffoli, procurou ministros da ala militar após a presença do presidente Jair Bolsonaro no ato pedindo intervenção militar neste domingo.

Segundo o blog apurou, Toffoli conversou com os ministros Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Fernando Azevedo (Defesa) – este último, ex-assessor de Toffoli no STF. A conversa ocorreu antes da nota do Ministério da Defesa, divulgada no começo da noite desta segunda-feira.

Na conversa, o ministro da Defesa tentou minimizar o episódio, dizendo que o presidente não falara nada de errado, que eram os manifestantes quem pediam fechamento de congresso, do STF e AI-5.

No relato de interlocutores de Toffoli, o ministro do STF avalia que o discurso do presidente fora calculado e que as instituições já não "comportam tal ambiguidade".


Para a ala militar, Toffoli procurou os generais pressionado por ministros da corte, como Barroso e Gilmar Mendes. E avaliam que o tom foi de "cobrança" para serenar os ânimos entre instituições e pela harmonia entre os Poderes.
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