Bradesco, Itaú e Santander criam Conselho Consultivo Amazônia para impulsionar o desenvolvimento sustentável na região Norte do Brasil
“Estamos muito satisfeitos por termos conseguido reunir este grupo altamente qualificado e que conhece profundamente os desafios do Brasil na área ambiental e, mais especificamente, na Amazônia. A colaboração dos conselheiros consultivos será fundamental para que nossa atuação na região seja efetiva e gere os impactos positivos que buscamos”, afirma Candido Bracher, presidente do Itaú Unibanco.
O grupo de especialistas do Conselho se reunirá a cada três meses com o objetivo de trazer reflexões sobre as dinâmicas da região e desafiar os bancos quanto à efetividade do impacto das ações propostas. As decisões sobre as políticas e financiamentos serão tomadas pelos diretores executivos dos três bancos, que têm se reunido regularmente junto com três especialistas em sustentabilidade de cada banco para propor iniciativas e ações concretas para a região.
Os profissionais que farão parte do conselho são: Adalberto Luís Val, biólogo e pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA); Adalberto Veríssimo, pesquisador associado e co-fundador do Imazon e diretor de programas do Centro de Empreendedorismo da Amazônia; André Guimarães, diretor-executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e co-facilitador da Coalizão Brasil Clima Florestas e Agricultura; Carlos Afonso Nobre, cientista sobre Mudanças Climáticas e Amazônia; Denis Minev, diretor-presidente das Lojas Bemol, co-fundador da Fundação Amazonas Sustentável e do Museu da Amazônia; Izabella Teixeira, ex ministra do Meio Ambiente, bióloga e doutora em Planejamento Ambiental pela COPPE/UFRJ e Teresa Vendramini, pecuarista e presidente da Sociedade Rural Brasileira.
A proposta anunciada no dia 22 de julho inclui dez medidas, como estímulo às cadeias sustentáveis na região e viabilização de investimentos em infraestrutura básica para o desenvolvimento social e ambiental. A medida escolhida como a de mais alta prioridade foi deixar de financiar frigoríficos que desmatam a região. Medidas como total segurança de que não houve desmatamento em nenhum elo da cadeia, desde o bezerro, passando pela engorda, até chegar aos grandes frigoríficos, faz parte das soluções que serão discutidas. Além de pensar em incorporar isso nas linhas de créditos bancárias, é preciso reestruturar a atual carteira existente, de forma a oferecer previamente assistência técnica e adequações ambientais a quem precisa, tornando o cenário inovador e sustentável.
Confira a lista das medidas definidas:
Atuar visando ao desmatamento zero no cadeia da carne, reforçando diligências internas, apoiando a transição e articulando com empresas e associações para a criação de compromisso setorial.
Estimular as cadeias sustentáveis, como a do cacau, açaí e castanha, por meio de linhas de financiamento diferenciadas e ferramentas financeiras e não financeiras.
Estimular o desenvolvimento da infraestrutura de transporte mais sustentável, como o hidroviário, com aplicação de metas ambientais, em troca de condições diferenciadas de financiamento.
Viabilizar investimentos em infraestrutura básica para o desenvolvimento social da região, como acesso à energia, internet, moradia e saneamento.
Fomentar projetos que visem o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental por meio de instrumentos financeiros de lastro verde, como o Pagamento por Serviço Ambiental (PSA) e Crédito de Carbono.
Incorporar os impactos das mudanças climáticas nas políticas de crédito e investimentos de longo prazo e dar ênfase a isso em nossos relatórios.
Ampliar o alcance de negócios que promovam a inclusão e a orientação financeira na região.
Articular e apoiar a implantação do sistema informatizado de registro de regularização fundiária.
Articular a criação de um fundo para atores e lideranças locais que trabalhem em projetos de desenvolvimento socioeconômico na região.
Atrair investimentos que promovam parcerias e desenvolvimento de tecnologias que impulsionam a bioeconomia.